26.11.08

Um conto de Natal...

Era uma vez uma moça muito esperta. E, também, muito engraçada: tinha sempre um jeito de expressar, com o rosto, o que estava sentindo ou pensando. Ora ficava vermelha; ora fazia caretas. A transparência emocional era tanta que bastava olhar pra ela para saber o que estava passando por aquela cabecinha maluca...
Baixinha e espevitada, a moça tinha sempre uma saída para qualquer situação. E foi uma dessas saídas mirabolantes que ela começou a buscar quando uma conhecida, toda tristonha, disse que não aguentava mais procurar emprego e não encontrar nada. Saía de casa com o currículo na bolsa, passava em várias empresas e...nada!
Solidária, a moça dos engenhos pediu pra dar uma olhada no currículo da amiga. E desvendou o enigma: ela não tinha nenhuma experiência profissional!!!
Empenhada em ajudá-la a arrumar um trabalho temporário no período do Natal, a espertalhona não teve dúvida: preparou um novo currículo para a amiga, cheio de referências; como se a moça tivesse muita experiência como...vendedora de lojas.
Devolveu o currículo, digamos, geneticamente modificado e a amiga-desempregada se preocupou com a falsa lista que relatava toda a sua vasta - e falsa - experiência profissional...
- Mas eu nunca vendi nada!!! - argumentou.
- E alguém precisa de experiência pra ser vendedor temporário de loja no Natal? Tá cheio de gente querendo comprar! É só vender!!!
- Mas você colocou aqui esse número de telefone celular como se fosse de uma das lojas onde eu trabalhei! E se ligarem perguntando se eu trabalhei lá? Vão descobrir que é tudo mentira, sua maluca!!! - apavorou-se a inexperiente.
- Tonta, esse é o meu celular! Se ligarem, atendo e digo que você é uma ótima vendedora! Simples assim!
- Mas você diz que eu ficava no caixa! Eu não sei usar esses sistemas complicados de hoje em dia! Isso vai ser uma tragédia!
A moça dos engenhos perdeu a paciência! Com uma de suas habituais caretas, respondeu:
- Ué! É só dizer que lá na loja você fazia as contas com calculadora! Usa a calculadora e zé-fini! E chega de drama!
Cheia de medo, a amiga-desempregada saiu com o novo currículo pela primeira vez. E ao fim do primeiro dia à procura de trabalho, telefonou para a reponsável pela sua recém-conquistada-vasta-carreira-profissional.
- Consegui! Arrumei um emprego!
Satisfeita por ter ajudado sua amiga, a moça dos engenhos sorriu. E passou a se orgulhar de ter contado aquelas inocentes mentiras no currículo da amiga...




PS.: Essa é uma história inspirada em fatos beeeem reais. Como não sou politicamente correto, achei que essa solidariedade tem tudo a ver com o tal espírito de Natal. E quem nunca tiver contado uma mentirinha por uma boa causa que atire a primeira pedra...

5 comentários:

Lu Ribeiro disse...

se vc nos tempos de Castelo arriscaria o nome da boa-samaritana, essa mentira do bem é a kra da Michele Guerra...rs... atire a primeira árvore quem nunca foi 'tomado' pelo tal espiríto natalino... tomei a liberdade de contar sua história de lágrimas com o papai noel lá no blog, é q lançaram um livro só com fotos de crianças em prantos perto do bom velhinho...bjs...

Anônimo disse...

toda a côrte engalanada,
transformando o mar em flor!
vê o império enamorado,
chegar à morada do amor!

Unknown disse...

Rs...mas essa não é a Michele não...rs!
Já li o post, Lu! E a idéia do livro é fantástica mesmo: esse chororô é mais comum do que a gente imagina!
Bjão!

Anônimo disse...

império serrano,é minha!
escola q dá prazer!
é o prazer da serrinha
e nos orgulhamos de dizer:
imperial, imperial!
eu sou tb, é voz geral!

Anônimo disse...

Mentiras sinceras interessam - rsrsrs