15.12.14

Sobre a possível saída de Xuxa da Globo...

Xuxa fora da Globo? Emissora e assessoria da apresentadora ainda não confirmam a informação


A notícia da não renovação do contrato de Xuxa pela TV Globo sacudiu a internet nesta segunda. Ainda não confirmada, a informação gerou enorme repercussão nas redes sociais e Xuxa é trending topic no Twitter desde a publicação da nota, pelo Notícias da TV. Tanto barulho já permite supor que - se confirmada - a decisão da emissora pode não ser a mais acertada. Mesmo fora do ar desde o início de 2014, Xuxa é uma das artistas mais populares - e queridas - do país. Tem carisma, fãs e atrai anunciantes. Faltou, até aqui, competência para colocá-la à frente de uma atração que se encaixe ao seu perfil - e ao perfil desse imenso público.
A história da TV demonstra que falta tato ao lidar com grandes ídolos tidos como "ultrapassados". Chacrinha e Dercy Gonçalves já foram dispensados pela Globo, lá atrás, depois de ajudarem a consolidar a liderança do canal, por serem considerados popularescos demais para o chamado "padrão globo de qualidade". Hebe, mais recentemente, teve seu vínculo interrompido com o SBT - a despeito da sua enorme identificação com a rede de Silvio Santos - por não dar mais a audiência dos áureos tempos. Nos casos de Chacrinha e Dercy, a Globo se arrependeu anos depois e repatriou os artistas, trazendo-os de volta à telinha; oportunidade que o SBT não teve, dado o avançado estágio do câncer de Hebe Camargo, morta um dia depois de assinar um novo contrato com a emissora que era a sua cara. Outro astro de grandeza inquestionável, Chico Anysio também ficou na geladeira global até o fim da vida. Xuxa, ao que parece, será a protagonista de mais um capítulo dessa história...
Acho que há uma clara falta de posicionamento de Xuxa no atual contexto da televisão brasileira. Num momento em que as grandes redes investem cada vez menos em programas para as crianças, não faz sentido insistir em falar para o público infantil. Por outro lado, afastada de adolescentes e jovens dede que deixou o comando do Planeta Xuxa, a apresentadora perdeu o poder de influência sobre o público mais maduro. Xuxa ficou numa espécie de limbo: não fala mais para as crianças e se afastou dos "altinhos" que cresceram com ela. Um problema? Sim. Só há comunicação com interlocução - e se não há quem ouça, não há a necessidade de alguém que fale. Mas esse é um problema que pode ser solucionado reposicionando a apresentadora e criando para ela um formato capaz de atrair e reconquistar a audiência. O sucesso do Planeta Xuxa, que vem sendo reprisado pelo Viva, é prova mais do que clara de que há, ainda, muito espaço para a loira na TV. Ela só precisa soar interessante para a plateia, coisa que seus últimos programas jamais foram capazes de fazer. E aí, justiça seja feita, a culpa não é só da estrela.
Fica aqui um palpite: se a notícia for confirmada, aposto: Xuxa vai fazer barulho e sucesso onde quer que vá. 
A conferir... 

EM TEMPO: acabo de descobrir que fui bloqueado pela Xuxa - ou pela sua equipe - no Twitter. Alguém deve ter ficado xatiado com alguma piada que fiz por lá. Bobagem. Não dá pra se levar a sério o tempo todo. Mas esse pequeno incidente (diplomático) não me faz mudar minha opinião. Xuxa é estrela de alta grandeza da televisão brasileira. Merece respeito e reconhecimento. Seja qual for o caminho que estiver pela frente, toda a sorte do mundo pra loira...

14.12.14

Eu ♥️ música...

Esse post surgiu da foto, tirada hoje, 13/12/2014, no show da Ivete Sangalo aqui no Rio. Postei no instagram e, depois, achei que tinha sentido publicar aqui também. Lá vai...
Acho que a música nos arrepia não por acaso. Ela nos toca porque nos lembra do que temos de melhor. Porque nos faz lembrar daquele beijo gostoso, da voz da mãe, dos amigos queridos com quem tantas vezes dançamos e cantamos juntos, daquele lugar inesquecível, daquele amor que se foi - ou que ficou congelado no tempo. A música nos faz rir e chorar. Nos faz pular e cair na fossa. Nos contagia e nos deprime. A música nos faz mais humanos. Nos une, nos energiza. E é uma energia tão boa, mas tão boa que não há quem não se contagie. Seja qual for o estilo, seja de quem for a voz, sejam a cadência e o estilo que forem; não importa: onde houver música, vai haver gente feliz. 
Eu sou feliz e canto. E hoje, na hora dessa foto, agradeci por isso. 
Viva a música!

2.12.14

Sobre a professora Vera Gissoni...



Quando eu entrei para a universidade, já conhecia a história da professora Vera. Minha família é da região do Barata, em Realengo, e todos testemunharam a luta dessa educadora para realizar seu sonho. Nos anos 60, numa escola simples, com uma única sala, ela era merendeira, professora e diretora. Fazia tudo: da sopa, preparada com legumes levados pelos alunos, ao planejamento pedagógico. Era aquilo que hoje em dia se chama de multimídia mesmo! Pois bem, em 1998 entrei para a universidade e recebi a encomenda de ajudar a pensar num telejornal para o curso de Jornalismo da UCB - a Universidade Castelo Branco, que era aquilo em que havia se tornado a escolinha simples, de uma só sala. Então, há 15 anos, na hora de dar forma ao "Jornal da Castelo", eu defendi que tivéssemos um bloco com grandes entrevistas. E sugeri que ela fosse a primeira entrevistada, por acreditar que histórias de luta e de vitória são sempre inspiradoras... 
Sempre que há poder em jogo, há milhões de ressalvas, claro. A sugestão dividiu opiniões mas, no fim, foi aprovada. A assessora de imprensa da universidade gostou da ideia e, como estávamos iniciando os trabalhos, lá fomos nós para uma sala apertada - que fazia as vezes de estúdio - sem ar condicionado, com luzes de teatro - quentíssimas!!! - para gravar a entrevista com a chanceler da universidade. Gravamos um longo depoimento em que, entre outras coisas, ela contou que sempre telefonava para a universidade de manhã cedo e no fim da noite para saber se os alunos tinham entrado e saído com tranquilidade. No fim, desligadas as câmeras, disse que adorou a conversa. 
Eu também tinha adorado! Foi a minha primeira grande entrevista e confirmei, ali, minha vocação para ouvir e ajudar a (re)contar histórias...
Dali pra frente, virei uma espécie de "correspondente dos eventos da professora Vera": sempre que ela participava de alguma cerimônia, lá estava eu! E dia a dia, que acabamos nos aproximando. Ela me chamava de "meu filho" - como fazia com todos os alunos - oferecia pão-de-queijo sempre que me encontrava na fila da cantina e, nas festas, antes de subir ao palco, pedia para que eu guardasse alguns salgadinhos - quibes, em especial - para garantir o seu lanche pós-discurso.
Foi assim que a minha admiração só cresceu. A mulher que tanta gente temia; a dona da universidade, a chanceler; a "dona Vera"; comigo sempre foi um doce. E me deu a maior prova de carinho quando aceitou ser minha madrinha de casamento, por conta de uma emergência, apenas uma semana antes do casório. A professora Vera foi a primeira a chegar à igreja, me cumprimentou com o maior dos sorrisos quando cheguei e foi só elogios ao falar de mim pra minha mãe. Na última vez em que estivemos juntos, viu as fotos da cerimônia, me parabenizou, convidou para passar um fim de semana na sua casa de veraneio e me desejou muitas felicidades...
O casamento acabou, professora. Mas sigo sendo feliz. Sigo conhecendo e reportando trajetórias bonitas como a sua e acreditando na força motivadora das histórias de luta, perseverança e trabalho. Sigo acreditando que o trabalho é capaz de nos trazer a realização de nossos sonhos mais íntimos. E acreditando que eles - os nossos sonhos - têm o tamanho da nossa fé. Foi assim, sei, que sua única sala de aula virou uma universidade. E foi assim que ser jornalista deixou de ser minha brincadeira de menino, meu sonho de adolescente e se tornou minha grande paixão.
De certa forma, professora Vera, essa lição eu aprendi também com a senhora...
Fique com Deus.