31.12.11

60 momentos de 2011 que não quero esquecer...


O pôr-do-sol que vi na Ribeira, em Salvador. Ver pela internet, de Nova Iorque, a foto em que meus amigos, reunidos, carregavam um cartaz com meu nome, pra me mostrar o quanto eu estava presente entre eles, mesmo lá de longe. Cruzar a Lapa vestido de vampiro, no carnaval, com o rádio do carro tocando Thriller nas alturas. Assustar as pessoas de dentro do carro, vestido de vampiro, no carnaval, a caminho da Lapa.
Quando Larissa Luz cantou o verso “Eu queria que essa fantasia fosse eterna”, num Chá da Alice. O show de Ivete Sangalo no Rock in Rio. O show de Roberta Sá no Circo Voador. Hair, na Broadway. Domingo de Six Flags, com Pamela, Alvinho e Andre, nos EUA. Os momentos que passei na Igreja do Bonfim, em Salvador. O aniversário de titia Barbara e do maridão, Fernando Molica, com samba, comidinhas gostosas e amigos queridos. O show do Jota Quest no Rock in Rio. O Fantasma da Ópera, na Broadway. O show da Rihanna, no Rock in Rio. Churrasco na casa de Erica, quando voltei de NY. Todos cantando juntos “Nuvem de Lágrimas”. Show de Paul McCartney no Yankee’s Stadium, em Nova Iorque. O Fantasma da Ópera, na Broadway. O show de Amy Winehouse no Rio...
O diálogo com a funcionária da Cia. de aviação panamenha, quando eu disse: “Para Dios, nada és imposible”, num portunhol fajuto de doer. Ser questionado, ao vivo, por uma telespectadora, sobre o significado de um anel que eu usava durante o programa. A apresentação do trabalho sobre música, no MBA. As conversas e risadas com Isabela e Raquel, pelas ruas calorentas e entupidas de gente de Nova Iorque. A peça Estamira, com Fabi e Flávia, no Laura Alvim. Ensaio do Salgueiro com Glaucio, Gustavo e Erica. Ver Serginho e sua turma da CAL interpretando “O inspetor geral”. Que bacana ver um amigo realizando um sonho. E com tanto talento! As baladas de NY, todas inesquecíveis...
A entrevista com Angélica Ivo, para o Salto. Inesquecível, é o momento mais difícil desses meus 12 anos de carreira. Gravar no Complexo do Alemão e ter a sensação de que, embora ainda muito incipiente, a onda de transformações que toma conta da cidade começa a chegar lá. Ouvir uma telespectadora falar, por quase cinco minutos, de um assunto que nada tinha a ver com o tema do programa. Todos os momentos de farra na redação do Salto. Como eu me divirto nesse trabalho!!! Ana Senna me informando, em São Paulo, sobre a existência de um irmão de Cosme & Damião. E eu respondendo com a pergunta: “E por que ele não fez sucesso?” A primeira crise de riso diante de um entrevistado. Um temor antigo que 2011 fez o favor de tornar realidade. Foi mal, seu Peri! Ana Senna, em Porto Alegre, dizendo que tem sempre um (...) pra estragar tudo...
Todas as conversas com Glaucio, antes, durante e depois das festas. As tardes na praia, seja na Barra, no Leblon, em Copa ou Ipanema, com Fabi, Daniel, Raquel, Serginho, Thiago, Tiago, Glaucio, Rodrigo e Barbara. A tarde que passei na Urca, com Daniel, Glaucio e Marcello. Passear com minha mãe pela Urca e ver seus olhos cheios de saudades do tempo em que ela trabalhou e curtiu a juventude ali. Todas as conversas com Vitor, grande amigo que a vida trouxe pra perto de novo. Ter conhecido e me tornado amigo de Daniel, um sujeito que só trouxe alegria e coisas boas para a minha vida. Voltar ao Rio e encontrar minha mãe, minha prima e meus amigos, de surpresa, no Galeão. O almoço com Raquel e Fábio, no Centro. Uma comida deliciosa, uma sobremesa fantástica e um papo tão gostoso quanto! A tarde na casa de Marcello, com ele, Erica e Glaucio, vendo filme, comendo bobagens, rindo da vida e me sentindo protegido por meus amigos. A conversa com Thiago no píer do Bar da Rampa. Uma grande amizade nasceu desse papo. O papo com Daniel, via Skype, enquanto eu estava em Nova Iorque. Perguntei pelas novidades e ele me disse que Itamar Franco tinha morrido. Oi?
Madrugada jogando “Perfil” na casa de Thiago, com Daniel e Erica. Descer Santa Teresa cantando os “dezoito nomes de Glória”, com Paulo Mário. Ter, enfim, conhecido Flavia, a amiga de Vitor. Uma energia boa daquelas que a gente quer sempre sentir mais e mais. Cantar Adele com Tiago Melo – no videokê, no carro...onde for! Porque é quase terapêutico...
Conhecer Washington numa tarde muito quente e, depois de caminhar horas, encontrar uma barraca vendendo água. Pedi duas garrafas sem me dar conta de que cada uma tinha mais de um litro. Rodrigo e eu morremos de rir. Andar de bicicleta no Central Park. O jantar que fizemos antes da minha viagem para Nova Iorque. O passeio a pé na última tarde em Nova Iorque, sozinho.
A pizza de abacaxi no rodízio, com Erica e Glaucio. O boliche com Daniel, Thiago, Glaucio, Erica e Marcello. Marcello mandando a pizza voltar. Um momento ímpar. A cheesecake que comi em NY, com Raquel, Rodrigo e Bella. Ter conhecido Alvinho, Andre, Fernanda, Isabella e Raquel. Amigos que são de longe, que conheci lá longe, mas que, desde então, guardo aqui pertinho. As brigas com os garçons estouradinhos do Tik Tok Dinner. Raquel que o diga. Lanche no Shake Shack, com Joey, na véspera da viagem de volta ao Rio...
O pôr-do-sol que vi no Brooklyn, NY...

28.12.11

Pro meu amigo cereja...

É muito fácil ser amigo nos melhores momentos, quando tudo está bem, quando a vida é festa e quando as conversas sempre acabam em gargalhadas. O difícil é se mostrar - e ser, de fato - amigo quando as coisas não vão bem, quando se está triste e não se sabe muito bem para onde ir. Eu reconheci em você um amigo desse tipo noite dessas, em meu carro, voltando de Campo Grande, quando falei das minhas dores e notei que você as sentia como se fossem também suas. Reconheci em você um amigo desse tipo quando, na véspera da minha viagem, você me deu um abraço e não conseguiu dizer nada, porque a saudade que já sentíamos um do outro impedia qualquer tipo de conversa. Reconheci em você um amigo desse tipo quando recebi um torpedo seu dizendo que toda a turma estaria reunida em breve e eu faria falta. Porque eu, segundo aquela sua mensagem, "sou a cereja do bolo"...
Veja só...eu, que já te fiz passar por alguns bocados. Cereja, eu? Cereja é você, com esse teu sorriso incrível, com as suas tiradas fantásticas - e sempre tão inspiradas! - com suas frases profundas, com suas opiniões polêmicas e com um jeito de falar sério que só você tem. Cereja é você! E não é uma qualquer: é A cereja que, quando falta, deixa o bolo sem graça e sem sabor!
Outro dia falamos que 2011 foi um ano de transformações, né? E eu sou otimista o bastante pra dizer que foram todas positivas. Sobretudo essa, que tanto nos aproximou. E se mais mudanças virão em 2012 - e talvez elas venham - peço para que nada mude entre nós, Marfir! Porque quem mais vai me fazer rir das imitações da jurada do Raul Gil e de Aracy, da Top Therm? Quem mais vai me surpreender com uma frase em portunhol fajutíssimo no meio da balada? Quem vai gritar "misericóóóóóórdia" quando eu fizer uma manobra, digamos, mais radical no trânsito? Quem vai me dizer aquelas verdades contundentes, que incomodam e nos fazem acordar?
Só você, Glaucio! 
Pense! 
Realmeeeeeeente!!!
Nesse teu dia, meu amigo, eu te desejo tudo de bom! Que a festa aconteça no teu apartamento - ou, melhor, que você consiga aproveitá-la aconteça onde acontecer! Que você tenha saúde, sucesso, sorte...e que os seus amigos saibam, sempre, reconhecer o grande cara que é você. São muitos amigos, eu sou um deles...mas acho que todos sabemos que você é único!
Um grande beijo e feliz aniversário!
Sem mais,
Att.

19.12.11

Uma retrospectiva íntima e pessoal...

O ser humano teme o desconhecido. Tem pavor de mudanças, de incertezas e senões. A gente foge do novo e esquece o quão bom é fazer descobertas. Descobrir novos lugares, novas pessoas, novas sensações, novos sentidos, novos gostos, novos prazeres, novos porquês! Talvez por uma falha qualquer no projeto original, todos acabamos nos tornando acomodados demais. E, assim, desperdiçamos dádivas que podem estar atreladas às novidades.
Sob muitos aspectos, 2011 foi um ano atípico para mim - assumidamente um acomodado. Sempre fui de poucas mudanças e, por obra e graça do destino, esse ano que se encerra em alguns dias me encaminhou para muitas mudanças. E se inicialmente elas pareceram assustadoras, acabaram por se revelar importantes fontes de amadurecimento.  
Sábado, numa dessas avaliações que a gente começa a fazer nessa época do ano, um grande amigo definiu 2011 exatamente como um ano de transformações. Sem saber, ele traduziu tudo o que eu sentia...
Saio desse 2011 transformador sem mágoas. Convicto dos meus valores, dos meus sentimentos e de quem quero continuar a ser. Encerro o ano tranquilo, sem pesos, sem dores, sem culpas. Com a certeza de que, em mais um ano, eu agi de acordo com aquilo em que acredito. Com a certeza de que nada, em momento nenhum, me fez apequenar diante dos desafios que o destino pôs em meu caminho. Termino esse ano de transformações inteiro, forte, vigoroso! Mais maduro e mais decidido para escolher bem como, quando e com quem quero gastar meu tempo.
Sobretudo, termino esse ano de 2011 agradecido. Pela família que tenho, pelos amigos que fiz e que, todo dia, em pequenos gestos, demonstram que sou tão importante pra eles quanto eles são pra mim. Pelo trabalho que é, antes de tudo, uma eterna fonte de alegria e prazer. E por ter tanta gente torcendo por mim como eu sei que tenho.
Ao longo desse 2011, algumas vezes eu me disse alguém muito abençoado por Deus. Sou mesmo! E agradeço a Ele por todas as bençãos derramadas sobre mim e sobre a minha família. Acima de tudo pela saúde e pela força para superar as dificuldades que, de vez em quando, surgem por aí.
E agradeço também aos leitores aqui do B@belturbo, que não desistiram do blog mesmo nesse ano de preguiça e crise criativa do blogueiro. Espero que em 2012 seja bem diferente!!!

  

7.11.11

Gelson Domingos...

Tivemos uma única reunião. O objetivo era planejar uma das viagens que a equipe do Salto fez nesse ano. Gelson foi o cinegrafista escalado e, como não trabalhava conosco habitualmente, quis saber mais sobre a nossa linguagem.
Foram alguns minutos de conversa, na qual Gelson falou de sua experiência, ouviu nossas orientações e, empolgado, falou de sua paixão pela cobertura policial.
Partiu pra viagem e fez um belo trabalho. Como era de costume em sua carreira bem sucedida. Carreira abreviada pela bala de fuzil que lhe perfurou o colete e roubou-lhe a vida na manhã de ontem.
Fiquei muito triste com a notícia. Pelo companheiro que se foi e pela crônica de tantas mortes anunciadas nessa cotidiana tragédia carioca. Pelas falhas que repetidas à exaustão, só oferecem oportunidades de reflexão em momentos como esse. Pelo colete que não suporta balas das armas mais usadas pelos traficantes do Rio. À prova de quê? À prova de quem? À prova do bom senso que falta às emissoras que, sedentas por audiência, insistem em arriscar seus recursos humanos nesse tipo de cobertura? Por que vamos, tão vulneráveis, atrás de uma polícia igualmente vulnerável em incursões como a de ontem, em Antares? Pra quem?
Precisamos desse jornalismo? Precisamos correr esse risco?
Não sei, de verdade...

2.11.11

Pro meu pequeno GRANDE amigo...

Quantas conversas, quantas ligações, quantos caracteres digitados nos torpedos, messengers e whatsapps da vida? Quantas fotos, quantas festas, quantas risadas? Quantas partidas de videogame, quantos filmes na madrugada, quantas rodadas de jogos de tabuleiro? Quantos almoços, quantos jantares?
Quantos abraços? 
Quanto apoio?
Quanta força?
É engraçado...nem faz tanto tempo assim. Mas tudo é muito, né? Porque você é um cara muito bacana, Thi. Companheiro, amigo, divertido, presente, preocupado, generoso, paciente, compreensivo! Um cara inteligente, educado, parceiro mesmo! Um cara de quem eu tenho muito orgulho de poder dizer, hoje, que sou amigo de verdade. Por isso, nesse dia de alegria e felicidade, quero te agradecer por ser esse amigo tão importante na minha vida. E aviso logo: não abro mais mão da sua presença nela, tá certo?
E lembra das perguntas do início do texto? Pois é. Respondo a cada uma delas com a frase:
QUERO MUITO MAIS!!!
Um beijo do meu tamanho, amigo! Muita saúde, muitas conquistas, muitas vitórias - dentro e fora das pistas! E muita luz na sua caminhada, sempre! 

30.10.11

Sobre o câncer de Lula e as redes sociais...

Ex-presidente descobre câncer na laringe e notícia mobiliza internautas de todo o Brasil...
A notícia da doença do ex-presidente pegou todos de surpresa no início da tarde desse sábado. Dias antes, um falante e sorridente Lula havia comemorado o aniversário, divulgado mensagem de agradecimento aos tuiteiros; sem que a tal rouquidão se fizesse destacar tanto. Convenhamos: Lula é rouco desde que o mundo é mundo...
Mas havia algo errado e os exames comprovaram a existência de um tumor de cerca de três centímetros de diâmetro na laringe do líder do PT. E como tudo o que acontece hoje em dia repercute numa velocidade impressionante, não tardou para que o fato ganhasse as redes sociais.
Navegando pelo twitter e pelo facebook, percebi que os usuários dessas redes olharam para a notícia de ângulos bem distintos. Enquanto muitos tuiteiros usaram a hastag de apoio #forçalula - alçada a um dos trending topics no Brasil - no facebook ganhava vulto uma campanha pedindo que o ex-presidente fizesse seu tratamento num dos hospitais ligados ao SUS - o Sistema Único de Saúde. Seria uma forma de "lembrar" ao ex-mandatário do estado em que se encontram os serviços públicos de saúde no Brasil.
A internet é livre, as pessoas são livres e, felizmente, vivemos numa democracia. Mas não posso deixar de dizer aqui que fiquei espantado ao notar que - ao menos entre as pessoas que aderiram à campanha e estão em meu facebook - dificilmente alguém optaria por se tratar no SUS em circunstância semelhante. Mas ele é um ex-presidente, deve dar o exemplo - podem dizer alguns. Aos que respondo que não é com campanhas demagógicas e vazias que se poderá mudar a realidade de um país tão complexo quanto o Brasil. E, mais ainda: que não é citando o caos no SUS numa ocasião como essa que faremos as coisas melhores. Quantos dos que aderiram à tal campanha se lembram das propostas de seus candidatos nas últimas eleições para a área da saúde? 
Além do mais, honestamente, acho desumano usar um fato pessoal e tão delicado para agir politicamente. Pega mal. É feio. Tanto que até mesmo adversários históricos de Lula se apressaram em soltar notas de apoio ao ex-presidente. 
Talvez eles saibam que política não se faz com o fígado. E nem com a exploração da doença alheia...

29.9.11

Pro meu amigo SUCESSO!

Quando a vida parecia apenas um exercício de recuperação dos tombos que vamos levando ao longo da caminhada, conheci esse cara de sobrenome parecido com o nome daquele cometa. Chegou sem avisar, se enfiou no meio da turma e, de um jeito que ninguém sabe como, foi conquistando todo mundo. 
Talvez pelo seu sotaque pernambucano made in Mesquita. Talvez pelo companheirismo que parece não ter fim. Talvez pela preocupação com os amigos. Talvez pelo fato de sempre estar disposto a fazer de qualquer programa um programa inesquecível e muito divertido...
Não sei. Só sei que você, velho, não virou meu amigo por seu talento no boliche - lembra? Também não virou meu amigo pela generosidade em oferecer chicletes na balada - porque você guarda todos e só lembra de fazer a oferta na manhã seguinte...
Na verdade, acho que você virou meu amigo por tudo isso. Lembro de um dia em que você se disse muito feliz por ter nos conhecido, por ter feito amizade com a gente. Você me disse que estava precisando de amigos assim. Hoje, depois que seu contrato de membro da turma foi assinado, eu posso te dizer que eu estava precisando de um amigo como você: um cara bacana, carinhoso, divertido, doido e...SUCESSO!!!
Que a vida continue sorrindo pra você, Dani. E que a gente possa, ainda, dividir muitos momentos bacanas nessa estrada!

29.8.11

Sobre cultivar boas lembranças...


A vida segue seu curso mesmo quando o rumo não é o que tínhamos imaginado. Ela apenas segue, impondo curvas, retas, subidas e as consequentes descidas. Altos e baixos que nos lembram da eterna impermanência das coisas, das pessoas, do que sentimos e mesmo do que somos. Afinal, sim, a gente muda. O tempo todo. E tudo muda ao nosso redor.
Mesmo com todas essas mudanças, sempre há coisas que a gente gostaria de cultivar. Pessoas que partiram, a despreocupação dos tempos de criança, o peito acelerado antes, durante e depois do primeiro beijo...e um monte de outros pedacinhos felizes da nossa existência que, com o avançar da caminhada, acabam ficando pra trás.
Nessa grande lista do que gostaríamos de carregar sempre conosco acho que reina a palavra amigo. No singular, no plural ou num plural ainda mais abrangente, que englobaria as amizades. Mas a mudança é soberana, a impermanência é a regra, e mesmo num capítulo tão sagrado das nossas vidas, mesmo essas pessoas tão próximas, tão queridas, que elegemos de um modo tão subjetivo para compartilhar dores, alegrias, conquistas e fracassos; mesmo essas pessoas com quem compartilhamos nosso amor, para quem nos revelamos por inteiro, para as quais nos doamos e de quem tantas vezes recebemos tanto; mesmo essas pessoas ficam pra trás.
Pensar no porquê disso pode não trazer frutos; ou ainda, pode trazer frutos não tão doces. As coisas acontecem porque acontecem, talvez seja mesmo isso. Talvez mudar seja o melhor a fazer e talvez devamos ser mais cautelosos ao empregar palavras como "sempre", que se referem a um tempo sobre o qual não poderemos arbitrar. Talvez o melhor seja aproveitar os momentos, cada um deles, para que, lá na frente, eles possam ser cultivados como adoráveis lembranças de um alguém especial. Lembranças de uma história incrível, cheia de todas as curvas, retas, subidas e consequentes descidas. Cheia de dores, alegrias, conquistas e fracassos. Cheia de amor... 
E que, como todas as histórias, um dia chegou ao fim.

28.8.11

Da série: "a pergunta que não quer calar..." 103


Angélica, Gisele e a bolsa: sutileza zero!!!

É claro que a televisão tem que se sustentar e que, para isso, na maioria dos casos, conta com recursos vindos da publicidade. É claro que a publicidade pode ser genial, revelar tendências, lançar produtos extraordinários, alterar padrões de comportamento e, não raro, produzir comerciais tão ou mais interessantes que os próprios programas televisivos. É claro que a publicidade brasileira é uma das mais criativas do mundo - e não estou vivendo um momento de exagero patriota.
Dito tudo isso, vamos aos fatos. Ontem, no meio da tarde, liguei a televisão e me deparei com o programa de Angélica, o "Estrelas". Leve, descontraído, não exige grandes interpretações...ideal pra ver na hora do almoço. E lá estava a loira anunciando uma entrevista com Gisele Bündchen. Entre uma garfada e outra, olhava o papo das moças na telinha até que, de repente, estranhei uma bolsa colocada sobre a mesa, no meio da sala do apartamento da übermodel. Achei esquisito, porque celebridades não dão entrevistas em casa sem que tudo esteja cenograficamente disposto em seus devidos lugares. Intrigado, segui vendo o papo sobre a carreira de Gisele até que o rumo da prosa passou a ser os cabelos da top. E ela revela os segredos de fios tão bonitos: uma bisnaga de tratamento intensivo da Pantene.
Pergunta 1: Alguém acredita nisso?
Continuei olhando aquele merchandising tão agressivo quando, do nada, a tal bolsa voltou à cena: Gisele tirou lá de dentro uma necessáire e, como quem não quer nada, pegou dentro dela o tal produto milagroso. Tudo assim, casual. E, com a mesma naturalidade de um elefante sentado na primeira fila de uma ópera, explicou à entrevistadora como o tal produto deve ser aplicado nos cabelos.
Pergunta 2: Não teria um jeito menos grosseiro de fazer esse merchan não, minha gente?
Aí a conversa avança um pouquinho e Angélica revela não ter a tal bisnaguinha milagrosa - sem trocadilhos com o Huck, por favor. E Gisele Bündchen, a modelo mais generosa do mundo, dá um dos produtos para a entrevistadora.
Pergunta 3: Angélica não faz a propaganda dos produtos da Niéle Gold, gente? Como assim assume publicamente que a bisnaga da concorrência é mais poderosa e, como quem não quer nada, ainda pede um produto-rival para a entrevistada?
Eu hein!
PS.: Se quiser ver a entrevista na íntegra - e acompanhar esse nada sutil exemplo de merchandising, clique na foto.
Pergunta 4: Será que Angélica foi de táxi a Boston?

10.8.11

Resenha: Os Smurfs

Dos anos 80 para o cinema 3D: Os Smurfs conquistam o público do século XXI com um filme leve, delicado e divertido
Desde quando li as primeiras notícias que davam conta da realização de um filme sobre esses pequenos seres azuis, fiquei maluco! Os Smurfs são parte saborosa da minha infância, esse tempo que a cada dia fica mais longe, e do qual as memórias, curiosamente, cada vez parecem mais doces. Via as aventuras de Papai Smurf & cia no Xou da Xuxa, sentado no tapete da sala e rindo das trapalhadas do Desastrado - que sempre foi o meu smurf preferido.
Segunda, no cinema, entrei na máquina do tempo e fui reviver aqueles anos. Com muita felicidade, descobri que o azulzinho mais atrapalhado da turma é o protagonista do longa. Desastrado detona a ação e tem um final tipicamente hollywoodiano. E, mais que isso: fiquei surpreso com a magia do filme, que apresenta os Smurfs para as novas gerações sem soar didático ou piegas demais.
Mesmo muito cansado - e cochilando em uma parte ou outra, não por demérito do filme - gostei muito do que vi. Os Smurfs chegam ao século XXI aptos para vencer o desafio do 3D e oferecendo um tanto de doçura e afetividade que a gente não encontra nas animações surgidas nos últimos tempos. O humor é leve, sem apelações, o que não resulta num filme bobo. É produção da melhor qualidade, para crianças das mais variadas idades.
Gargamel, o vilão mais maluco de que se tem notícia, ganha vida num trabalho genial de Hank Azaria. Tão doido e caricato, o feiticeiro que quer acabar com a raça dos smurfs parece tão virtual quantos os seres azuis que tentam escapar de suas garras. E, falando em garras, Cruel, o gato de Gargamel, é outro ponto alto do filme.
Enfim, a viagem no tempo me fez muito bem. E foi dupla: além de lembrar dos meus tempos de moleque, ver Os Smurfs me fez lembrar de Nova Iorque, onde os pequenos azuis vivem as mais loucas aventuras. Ou seja: foi uma forma de matar as saudades em dose dupla. A diferença é que a Nova Iorque eu posso voltar. Já aos tempos de infãncia...só quando vier um filme novo dessa turma tão divertida.

5.8.11

Yes, I ♥ NY



Jamais vou esquecer a primeira visão que tive de você: imponente, com seus edifícios se erguendo no horizonte, cada qual mais alto e impressionante que o outro. Era de tarde, era verão. O céu estava azul e você parecia bem mais quente que nos filmes. Mas te reconheci no Empire States: era você, Nova Iorque, desnudando-se para meus olhos sedentos das aventuras, das paisagens, dos cheiros e dos sabores que, eu já sabia, você trataria de me revelar.

E revelou! Revelou o aroma do hot dog que se espalha por todas as suas esquinas, a explosão de luzes da Times Square, a tranquilidade dos gramados do Central Park e o burburinho da 5th Avenue. Você se mostrou pra mim chuvosa e ensolarada, de noite e de dia. Simples como um passeio de bicicleta e sofisticada como o interior dos teatros de sua Broadway de tão fantásticas produções.

Eu te olhei de cima do Rockfeller Center, vi tua cicatriz mais profunda e dolorida no Ground Zero e sofri com o calor absurdo de tuas entranhas enquanto esperava o metrô nesse verão escaldante. Fui feliz tomando café, smoothies e dançando nos teus clubs, nos teus embalos que vão de segunda a segunda! Comprovei que você realmente não para e nunca dorme! Vi teus táxis passarem por tuas ruas e avenidas e me senti mergulhado num filme. Cruzei você passeando numa limousine e me sentindo dentro de um sonho muito bom. Que, como todos os bons sonhos, também estava fadado ao fim...

Cheguei até aí com os dois pés atrás. Não tinha uma boa imagem da tua gente, tinha receio de não me adaptar ao teu ritmo frenético e me sentia inseguro quanto à capacidade de me comunicar com a tua língua. É com um largo sorriso que assumo: estava triplamente enganado. E é ciente desse triplo equívoco que anuncio: eu te amo, Nova Iorque! E espero te rever logo!



29.6.11

Cupido está de greve!

Sobre a mesa, além de pilhas e pilhas de fotografias, a plaquinha não deixava dúvidas: aquele era o ambiente de trabalho do Cupido. Uma sala pequena, com um grande alvo pintado numa das paredes e uma infinidade de flechas destinadas ao treino diário do arqueiro mais famoso de que se tem notícia quando o assunto é amor. Mas a fama não andava das melhores...
Lá no Andar de Cima, o Departamento de Controle de Qualidade era rigoroso. Trabalhava com alta tecnologia. Toda vez em que alguém, em algum lugar do planeta, citava um dos colaboradores do Paraíso, as caixas de som reproduziam as falas em tempo real. Para Pedro eram comuns os pedidos de sol nos finais de semana, torcida para que as chuvas não fossem tão intensas e para que pusesse em bom lugar os novos habitantes. Cristóvão recebia mensagens de motoristas e familiares preocupados com as viagens pelas estradas. Edwiges, do Departamento Financeiro, vivia com calculadoras nas mãos, tentando resolver os imbróglios econômicos do povo da Terra. Maria - cheia de graça e de apelidos - vivia intercedendo por mães e filhos. E, assim, a grande equipe cuidava de gerir as coisas lá em cima, para que nada fugisse dos trilhos aqui embaixo.
Mas Cupido tinha virado um funcionário-problema. Eram diárias e muito numerosas as mensagens ouvidas no sistema de som do Paraíso. Vinham de todos os cantos! "Querido, a flecha que você enfiou aqui era pra enfiar lá também, na outra parte...INCOMPETENTE!!!", dizia um. "Enfia a flecha no...", bradava um sujeito mais rebelde. "Cego, sem pontaria!", queixava-se um terceiro. "Mantenha distância", clamava alguém traumatizado pelas flechadas equivocadas de outrora. Sem falar nos que tiravam sarro da pontaria errante: ‎"Óticas do Povo. Morou? Hahai".
Pobre Cupido. Raramente ouvia elogios. Ninguém queria saber de suas condições precárias de trabalho, da falta de assistentes, de sua miopia galopante, das lesões por esforço repetitivo e, mais que isso, do quão injustiçado se sentia toda vez em que alguém, depois de ser agraciado por uma flechada caprichada, atribuía os louros da conquista a Antônio - seu concorrente direto no Departamento Afetivo. Antônio tinha até um dia só para ele, ganhava missas e mais missas. E Cupido, em contrapartida, só ouvia queixas.
Foi então que decidira, tempos atrás, deixar correr frouxo. Pendurou o paletó na cadeira, deixou de praticar a pontaria e passava os dias de asas paradas, braços cruzados, deixando os reclamões se virarem aqui na Terra. Se ninguém mais levava fé em seu talento, não havia razão para provar seu dom. Sobrecarregado, Antônio também não dava conta do recado e o Departamento Afetivo entrou em colapso.
O Diretor-Geral andava preocupado com os rumos que a coisa estava tomando com a operação-padrão empreendida por Cupido. Mas não podia demití-lo: eram muitos anos de casa e as indenizações poderiam deixar o Paraíso no vermelho. E vermelho, vocês sabem, tem mais a ver com o laytout do subsolo...
Um dilema sem solução conhecida. E esse é o estado atual das coisas. Cupido segue de braços cruzados, Antônio continua incapaz de suprir a demanda e, cegos, todos nos perdemos e nos achamos aqui na Terra. Vivemos aos esbarrões, ora dando cotoveladas, ora recebendo abraços e beijos. Deixamos as coisas do coração ganharem ares de jogo de azar: apostamos na roleta, vemos nossas fichas serem levadas e, empobrecidos a cada fracasso, voltamos a tentar a sorte, cada vez menos certos de sua existência. De tropeço em tropeço, o cansaço vai nos vencendo e a tendência é valorizar o que não tem valor, e confundir o que realmente é precioso com o que é apenas mais do mesmo. 
É fato que a imprudência do Cupido nos deixou perdidos. Marcados por feridas deixadas por flechadas jamais cicatrizadas, fechamos nossas almas para novos encontros à espera de um momento ideal que, de fato, nunca chegará. Porque não se pode crer num momento oportuno para sentir o coração acelerar, as pernas tremerem e a boca secar só porque aquele alguém especial telefonou. Ou porque deixou de fazê-lo. Não há hora certa para sentir o peito apertadinho de saudade ou para os olhos molharem com a lembrança de um beijo. Não há dia perfeito para que todos os beijos da boca amada pareçam insuficientes diante da enormidade do nosso desejo.
E talvez você se pergunte: o que pode ser feito? Mensagens zangadas para o Cupido de pouco resolvem - há quem diga que os responsáveis pelo sistema de som do Paraíso andam providencialmente fazendo uma triagem para evitar reclamações sobre o tema. Portanto, o melhor a fazer pode ser seguir o conselho de Luzia: cuidar bem dos olhos. Porque, num desses esbarrões da vida, você já pode ter dado de cara com alguém especial sem ter sequer percebido. E deixar passar pode ser perigoso. 
A menos que você seja do tipo que, num cassino, não tem medo de arriscar tudo na roleta...

PS.: Glaucio Marfir, Thiago Dionisio Costa, João Gustavo Mello e Pedro Leonardo: obrigado pela colaboração! ;-)





27.6.11

Um bonde pra nós?

Olha lá você! Rindo pra mim, cantando os versos que eu amo repetir, movendo o corpo com ritmos que pulsam aqui dentro e me mostrando que o tempo não para! Rindo de mim, dos meus enganos, das minhas bobeiras...da minha cara! Lembrando pra esse alguém que andou perdido que nada é mais gostoso que um sorriso que brota do coração...
Olha só...eu! Contente, curtindo, saboreando esse presente da vida. Encontrando a diversão em novas companhias, abrindo o peito para encarar a vida e desencanar dela. Esse sou eu... descobrindo! Descobrindo como é você, como somos nós...e o melhor jeito de desatar nós que atrapalhem o "nós" que pode vir a ser...
Olha só...o bonde! Parado na estação, de portas abertas. 
Vagão vazio, convidativo...
Quem sabe uma viagem não cai bem?

17.6.11

Dicas para quem quer sair da fossa...

É, minha gente, querendo ou não, a fossa tá aí, de boca aberta, pronta pra engolir qualquer um de nós quando a gente menos espera. Mas como ninguém tá nesse mundo pra ser a versão século XXI da Maysa, o B@belturbo preparou algumas dicas bem úteis para quem quer se ver livre desse sentimento ruim e dizer pra depressão: "sai daqui que esse corpo não te pertence!"
Lá vão elas:

1. Assuma que está sofrendo. Todos têm direito à felicidade, mas passar por momentos tristes faz parte da caminhada por essa vida. E fingir que eles não existem quando se está sofrendo é das piores mentiras que você pode tentar contar pra si mesmo.
2. Fuja das músicas que começam com solo de piano.
3. Fuja de Adele. Essa cantora fofinha só apareceu na Terra pra angustiar ainda mais os corações despedaçados.
4. Ocupe sua mente. O trabalho pode ser de grande valia para afastar pensamentos depressivos e preencher o vazio deixado pelo fim de uma relação.
5. Cerque-se de amigos verdadeiros. Atenção: o adjetivo "verdadeiros" não apareceu aqui gratuitamente. Verdadeiros são os amigos que vão enxugar suas lágrimas mas que, também, vão lhe dizer as verdades fundamentais para que você levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima.
6. Vá para a vida. Ficar em casa não vai fazer seus problemas sumirem.
7. Repense a rotina. Evite fazer os mesmos programas, ir aos mesmos lugares e manter as mesmas atividades que eram parte de seu dia-a-dia no período em que a relação estava bem. As lembranças podem ser dolorosas. E desnecessárias.
8. Fotos do casal? Esqueça-as. Nada de radicalismo: rasgar, deletar...é dispensável. Essas imagens são parte da sua vida e de sua história. Mas não fará mal algum deixar tudo longe de seus olhos por um tempo.
9. Faça coisas diferentes, conheça gente nova, visite novos lugares. Aproveitar um momento de mudança para começar a descobrir novas possibilidades para sua existência pode ser bem positivo.
10. Avalie sua presença nas redes sociais. Ou melhor: avalie as relações que você quer manter nas redes sociais. Fingir-se de forte para preservar o que não pode ser mais preservado pode lhe trazer ainda mais dor. Se for preciso, delete da sua vida virtual quem te deletou da vida real. É a garantia de não se ver surpreendido por fotos, declarações de amor e notícias que não são endereçadas à você e que só vão te deixar mais triste.
11. Se tudo isso não for suficiente para estancar esse momento de dor, relaxe. Tudo tem seu tempo e, com certeza, a tristeza também tem o dela. A parte que te cabe nesse latifúndio é tentar tirar lições dessa dor para, quando tudo acabar, você se sentir mais forte e preparado para cair na vida sem medo de ser feliz.

12.6.11

De volta pra mim...

Aconteceu quando eu menos imaginava. Foi assim, numa noite, no meio de uma festa. Ouvindo uma dessas músicas que falam das coisas do amor, dançando no meio da multidão, fechei os olhos e vi. Vi você, leve, entregue ao momento, deixando-se levar por um clima de alegria e diversão. 
Gostei.
Abri os olhos e a visão da cantora boazuda no palco não me distraiu. Continuei pensando em como é gostoso estar na sua companhia, rir contigo e me divertir com os amigos que você escolheu e que verdadeiramente o escolheram. 
Sorri.
Sozinho, dançando, sorri de verdade, como há tempos não fazia. Um riso puro, tranquilo, em paz. Sorri por notar que você, que andou longe de mim, chegou para tomar novamente o seu lugar aqui dentro. Sorri por sentir a força tomar conta de mim novamente. 
Sorri pelo que você é. 
Sorri pelo que eu sou.
E sorri, veja só, por ter voltado a ser você!

29.5.11

Ortografia do amor...

Uma hora se percebe que o estoque de reticências se esgotou. O mesmo vale para a disposição de crer em todos os "mas" que antecedem justificativas descabidas e explicações que mais confundem que esclarecem.
Porque, afinal e ao final, a vida nos mostra que as belas frases repletas de elogios só têm valor quando são sinceras e que, hoje em dia, sentimento sincero é como palavra que sai de circulação: a gente sabe que existe, mas só encontra no dicionário.
Duras as aprendizagens dessa vida. E a mais importante delas é notar que há que se ter coragem para enxergar um ponto final. Mesmo quando existe o desejo de interpretá-lo como mais um reles continuativo...

26.5.11

O aceno e o tapa...

Acenei em sua direção hoje. Porque sou tolo, é verdade. Mas porque me preocupo, porque gosto de você, porque não quero que nada de ruim aconteça e porque, veja só, ainda tinha um pouco de esperança de que fosse possível reconstruir algo nesse terreno arrasado que sobrou depois do furacão.
Acenei pra você e, pouco depois, levei mais um tapa na cara. Não foi o primeiro. Talvez até seja o último. Indifere. O fato é que doeu. Muito. Porque há dores que só aumentam e essa é uma das minhas mais recentes descobertas... 
O tapa que você me deu hoje já estava anunciado. É quase uma espécie de re-tapa. Mas, apesar desse não-ineditismo, ele estalou em meu rosto e me fez pensar no momento que atravesso. Até ontem eu tentei crer num projeto de recuperação desse prédio condenado no qual se transformou nossa "história". Uma reforma baseada em silêncios constrangedores, meias-verdades ditas como se não fossem mentiras inteiras e em mais um caminhão de palavras igualmente repetidas que apenas finjo serem capazes de me convencer. 
Mas isso foi até ontem...
Porque hoje, depois do tapa que não valia a pena ver de novo, vi que há momentos nos quais simplesmente não sabemos como agir. Porque há momentos nos quais a gente apenas não consegue! Não consegue avançar ou retroceder; não consegue esquecer, não consegue fingir ou crer. Não consegue calar, nem falar; ir ou voltar. E nessas horas a gente apenas fica. Fica triste, decepcionado, aborrecido, desorientado, desolado. E forte. Forte o bastante pra saber que quando a correnteza parece puxar pra baixo, nas adversidades em que o afogamento parece inevitável, os valores que guardamos no peito nos sustentam na superfície. E que, mesmo quando o mundo parece balançar forte demais, mãos amigas surgem de onde menos se espera para nos amparar...

18.5.11

A safra do sofrimento...

Plantou amor e nasceu mágoa
Colheu dor e lamento
Dos olhos brotou água
Foi a safra do sofrimento


A roça, agora tão seca
Nem parece a que floresceu
O peito, ora amargurado
Se ressente do que aconteceu


Seguia o lavrador errante
Por caminhos desconhecidos
Clamava, a todo instante
Por tempos menos doloridos


Na lida de todo dia
Sonhava com nova colheita
Que trouxesse de novo flores
Aos olhos de quem espreita


Ansiava por esse momento
Como sertanejo com a chuva sonha
Queria um bocado de alento
Pra ser de novo pessoa tão risonha...

14.5.11

Montando...

E no quebra-cabeça das inverdades, cada nova peça me ajuda a montar esse novo você. Novo pra mim, que sempre pareci disposto a usar os melhores filtros pra enxergar o que quis quando a paisagem me oferecia mais imperfeições que virtudes...

5.5.11

Quando é com a nossa mãe...

Desde quando soubemos da necessidade da cirurgia, eu me mantive confiante. Dava força quando você fraquejava, confortava seus medos, explicava o pouco que sabia e não me negava a informar nada - mesmo que o pedido fosse para vermos um vídeo esquisito no Youtube. 
Os dias passaram e chegou o grande dia. E, confesso, acordei diferente. Se é que posso chamar de acordar aquilo que fiz depois de cochilar por duas horas. Sim, acho que só sé acorda depois de dormir. E isso é algo que pouco tenho feito.
Partimos para o hospital e eu procurava pensar em coisas boas; falar de assuntos leves. Não sou de rezar, mas pedi muito que minha vó não deixasse que nada de ruim acontecesse. Sabia que ela estaria do nosso lado o tempo todo.
Entramos no quarto e esperamos até que chegasse a hora. Então, dei um beijo em sua testa e te entreguei naquelas mãos desconhecidas. Você estava gelada, nervosa. Senti um aperto no peito, um nó danado me apertando a garganta. É duro demais esse momento em que mandamos o que há de mais valioso nas nossas vidas para um caminho incerto! Controlei a vontade de chorar e te vi sumir naquele corredor branco. Fechei os olhos e respirei fundo. Tudo tinha que dar certo. Acho que eu devo ter ainda algum crédito com o povo lá de cima, e, se estiver certo, não seria bacana da parte deles que algo errado acontecesse.
Amigos ligaram, mandaram torpedos, mensagens carinhosas no Facebook. E, na companhia deles, passei a hora mais angustiante da minha vida. Até você surgir novamente, sonolenta e inteira, pra que eu pudesse dar um novo beijo em sua testa.
E para que, finalmente, eu pudesse voltar a respirar...

PS.: Aproveito o post pra, mais uma vez, agradecer a todos os que - de um jeito ou de outro - se mostraram presentes. Vocês realmente fizeram a diferença. :)

7.4.11

Sobre o massacre na escola Tasso da Silveira, em Realengo...

Fui acordado nessa quinta-feira por minha mãe. Isso raramente acontece e, quando acontece, não é bom sinal. Sempre que algo de muito ruim acontece, a rainha do meu lar fica nervosa e me conta - não importa a hora que seja - para dividir a aflição.
Fiquei chocado com a história. Impressionado com as imagens de pais desesperados, acompanhei as notícias pela televisão e sofri com o aumento do número de vítimas. Crianças e adolescentes, meu Deus!!!
O que dizer? O que pensar? 
Acho que cabe torcer para que as famílias recebam todo o conforto possível numa hora de dor como essa. Torcer para que os colegas da imprensa tenham equilíbrio na cobertura dos fatos. Torcer para que os gestores públicos consigam empreender ações que minimizem os riscos de outras tragédias como essa. 
E torcer, sobretudo, para que essas crianças e adolescentes estejam num bom lugar...

6.4.11

Sobre a estreia de Divã...

Mercedes volta a fazer análise e dá origem a seriado lançado pela Globo na noite de ontem
Um programa como Lilia Cabral, na minha opinião, já é um programa imperdível. Com uma carreira consolidada no teatro e na TV, a atriz tem se firmado como um dos maiores nomes de sua geração e sempre consegue imprimir sensibilidade em seus trabalhos. Lilia não é uma atriz óbvia, tem um jeito muito peculiar de fazer pausas e é dona de um dos olhares mais marcantes da televisão brasileira. Pra mim, uma Meryl Streep made in São Paulo.
Em Divã - o filme, a atriz levou para as telonas Mercedes, personagem que já vivera no teatro - e com grande sucesso. Sensível, engraçado e com um texto primoroso, o longa levou multidões às salas de exibição e serviu de embrião para a série que a Globo lançou ontem. E a série promete!
Logo no início do episódio de estreia, as imagens de Nova Iorque exibiram uma Big Apple lindíssima, muito bem fotografada pela equipe responsável pela série. E era só o começo de um programa que ainda traria Lilia Cabral em sua melhor forma, um texto de alto nível, assinado por Marcelo Saback, e um elenco competente - com destaque para Paulo Gustavo. Dando novamente vida ao cabeleireiro René, um dos tipos mais populares do filme, o ator roubou a cena e fez rir com sua fala acelerada e no tempo exato da comédia. Aliás, vale dizer que a TV devia uma grande oportunidade a esse belo comediante que é Paulo Gustavo. 
Enfim, Divã tem tudo para emplacar! É, na minha opinião, um dos maiores achados da TV Globo nos últimos anos.
E você, também gostou?
Comentaê!!!

3.4.11

Estou comprometido...

Foi num fim de noite, andando pelas ruas da Zona Sul. O grupo se distanciou um pouco e eu fiquei para trás. A rua estava silenciosa e o céu já começava a clarear. Batia um ventinho gelado, típico do outono carioca, e eu busquei abrigo para as mãos frias nos bolsos da minha calça. Ali, caminhando, calado, senti falta de você. Da sua companhia, da sua risada...da nossa implicância mútua, de todo o carinho que havia entre nós, das muitas gargalhadas que demos juntos...
E senti falta de quem eu era quando tinha isso tudo.
Senti muita saudade das coisas nas quais acreditava, dos sonhos que tinha e daquela certeza de que você estaria sempre por perto. Sim, eu tinha essa certeza e isso era algo muito forte. Acho que a vida é tão incerta que essas certezas funcionam como um alicerce, uma base sobre a qual a gente trata de se erguer. Mas a verdade é que minha base ruiu. E eu sei disso. 
Estou comprometido como um prédio condenado a vir ao chão. Sigo bamba, caminhando ao sabor do vento, procurando pessoas, coisas e momentos que me devolvam um pouco de mim. E que tragam um pouco de conforto pra esse alguém que sou hoje...
Um pombo levantou voo ao meu lado e o som de suas asas me distraiu dos meus pensamentos. Foi quando alguém me chamou e eu me juntei ao grupo. Fui viver a vida como ela tem se apresentado. Fui em busca desse novo eu que, quem sabe, vai arrumar uma nova base pra se erguer. Ou que, talvez, vai lamentar pra sempre a sorte de ter perdido um de seus mais importantes pilares...

Homofobia nossa de cada dia...

Há quase três semanas, fiz a entrevista mais difícil de toda a minha carreira. Num início de noite, eu e a equipe do Salto cruzamos a Ponte Rio-Niterói para gravar uma entrevista com Angélica Ivo. Angélica é uma mulher jovem, bonita, simpática e, infelizmente, marcada por uma tragédia. Alexandre Ivo, seu filho, foi brutalmente assassinado, aos 14 anos, num dos mais recentes - e bárbaros - casos que envolvem a homofobia no Brasil.
Ali, diante de Angélica, precisei me conter por diversas vezes para não acompanhá-la no choro - embora meu desejo fosse abraçá-la e chorar com ela. Afinal, o que se diz para uma mãe que passa por uma tristeza imensa como essa? 
A blusa de Angélica trazia uma foto do filho. Alexandre, menino que nunca veremos adulto, terá para sempre aquela fisionomia doce, inocente. Ali, durante a gravação, por várias vezes me peguei olhando para aquela fotografia e me perguntando como alguém pode ter coragem de cometer uma atrocidade daquelas. Que sentimentos tem alguém que tortura, maltrata, espanca e mata um garoto de 14 anos?
Voltei para a TV muito triste. Tão triste que não tive cabeça para escrever sobre a entrevista aqui no B@belturbo. Os dias foram passando, comecei a editar a reportagem - tarefa que devo concluir nessa semana - e um episódio envolvendo o deputado Jair Bolsonaro me fez ter disposição para falar no tema aqui no blog.
Acho que é dispensável situar o que o pronunciamento da "excelência" tem a ver com o fato. Afinal, não me parece equívoco algum dizer que quem propaga a homofobia e o preconceito - como fez e faz Jair Bolsonaro - coloca armas nas mãos de criminosos como os que acabaram com a vida de Alexandre Ivo. Quem acha aceitável repudiar homossexuais - condição que não atribuo ao menino, que fique claro - defende que mais e mais assassinatos bárbaros sejam cometidos por quem, na verdade, está em crise com a própria sexualidade.
E pergunto: o que pretende quem hoje argumenta que a homofobia não pode se tornar um crime em nome da "liberdade de expressão"; ou seja, para que lhes seja garantido o direito a "criticar" a orientação sexual alheia? Pretende ditar os preceitos da moral e dos "bons costumes"? Pretende propagar suas visões de "certo" e "errado" e empurrá-las goela abaixo do restante da sociedade? Pretende parar por aí? Ou pretende, no futuro, voltar-se contra os rituais indígenas, as manifestações da cultura afrobrasileira e tudo o mais o que parecer "diferente"?
Não sei o que move essa gente - além do preconceito e da ignorância, claro. Só sei que a sociedade precisa enfrentar essa discussão de frente. Encará-la como um assunto importante, que pode poupar vidas inocentes como a do Alexandre Ivo. Porque uma sociedade que permite que seus jovens sejam barbaramente assassinados não pode se dizer uma sociedade séria. 
No mais, uma profunda vergonha de viver num país que tem representantes do quilate de Jair Bolsonaro...

Reforma!

Tem alguém aí pra dizer se gostou ou não da nova cara do blog???

25.3.11

Glacial...

E fez-se fria a mais calorosa das relações que já havia construído. Ou que achou ter ajudado a erguer...
Esfriaram-se as vozes, elevou-se o volume dos silêncios, multiplicaram-se as pausas e foram subtraídos todos os traços que pudessem fazer lembrar de outros tempos.
Curioso pensar que num intervalo tão pequeno tivessem passado ao estágio de quase desconhecidos. Impessoais, protocolares, distantes. 
Não eram mais os mesmos?
Talvez não fossem. 
Nada era como antes e, pela primeira vez, não havia indícios de que as coisas voltariam ao lugar em que sempre estiveram - ou em que ao menos aparentavam estar.
E era estranha demais aquela sensação...

21.3.11

O triste recadinho de Papai Noel...

Desligou o telefone e o silêncio devastador confirmava: tudo estava deserto, vazio como seu peito. Nada havia mais a fazer, a dizer...a sonhar! Só restava sentir. E sentir aquela dor, sabia, seria o seu destino dali pra frente. Até que toda aquela sensação fosse parar no limbo, num canto qualquer do universo onde ficam guardadas as expectativas frustradas, os amores não-correspondidos e todos os laços que se desfazem nesse mundo tão superficial e descartável.
Já com o rosto deformado e ainda chorando, enfrentou a pior das inimigas de quem sofre: a própria mente! Pôs-se a lembrar de cada momento em que julgou ser tão feliz, das palavras amorosas ditas e das ouvidas. Abriu o álbum de fotos e reviu cada sorriso, cada abraço, cada pixel que parecia traduzir a mais bela e verdadeira das histórias. Verdadeira? - perguntou-lhe seu cérebro. Verdade? Sinceridade? Onde andava tudo isso? Em que momento, sem que pudesse notar, tudo tinha virado fantasia? Quando foi que se distraiu a ponto de confiar que agir bem é a garantia para se ter boas atitudes de volta?
Não achou respostas. E sofreu...
Sofreu só, sem o ombro amigo de todas as horas. Sofreu como nunca havia experimentado na vida. Era inédita a sensação de ver que pior que um castelo de areia que se desfaz e extingue os sonhos é a dor de uma realidade que, de uma hora pra outra, vira pó e se desmaterializa. Uma dor para a qual não estava preparado, porque ela era forte, cruel e pesada demais. Castigava-lhe o coração de forma a tornar impossível a tarefa de fingir que uma das poucas certezas que tinha nessa vida, dali pra frente, não existiria mais.
E lembrou do seu medo. O velho medo que externara numa tarde, na beira do mar. O medo de ser o bom garoto que, após um ano inteiro se comportando bem, veria Papai Noel, cruelmente, entregar seu tão sonhado presente para outro. 
Chorou mais.
Mais que o seu maior presente, Papai Noel também tinha dado um jeito de lhe passar um recadinho com aquela atitude. E ,para quem sempre sonhou, é bem complicado perceber que, assim como os sonhos, os  sentimentos verdadeiros não valem muita coisa hoje em dia...

11.3.11

Coração estragado...

Às vezes sinto saudades da infância. Época boa, na qual a gente ama apenas os pais, não se vê sofrendo por ninguém, não se mete em histórias difíceis de solucionar e acha tudo incrível, colorido, lindo e doce como aquela bala gostosa que sempre dizem que estraga os dentes.
Mas aí a gente cresce e descobre que a pior espécie de cárie é aquela que estraga o nosso coração...

10.3.11

Como?

E vem a vida me dizer que é sem você que devo seguir daqui pra frente. Sem o que somos quando estamos juntos, sem a outra metade do que eu soube ser até aqui...
Como, hein?
Como fingir que não há essa dor e que essa parece uma derrota amarga demais de engolir? Como inventar uma vida nova sem você se só contigo ela parece ter graça e ser, de fato, vida? Como buscar o que eu era antes se acho que me tornei alguém bem melhor depois da existência do nosso nós?
Não tenho respostas. 
Não tenho você. 
Nem tenho um sorriso sequer pra inventar e deixar estampado em meu rosto...
Como, hein?

4.3.11

Vestindo a fantasia...

Se você não está no auge da alegria, se o carnaval tem tudo pra não ser feliz como você imaginou, se as coisas não estão do jeito que gostaria que elas estivessem...não importa! Vista uma fantasia na ALMA e vá pra vida! Se nada muda, a gente é que deve mudar...! 
Bom carnaval, turma!!!

Mais uma primavera do blog...

Esse 2011 começou bem devagar por aqui. Twitter e Facebook, definitivamente, roubam o tempo e as ideias que em outros tempos eu publicava aqui acabam escoando por lá. Mas o B@belturbo é como o samba naquela música, e eu não deixo morrer, não deixo acabar!!!
O blog completou cinco anos essa semana. E muitos outros cinco virão, estejam certos!!!

20.2.11

Quando as horas maltratam...

E numa hora dessas, quando o peso de todas as dúvidas despenca sobre minha cabeça, sinto o vazio da solidão corroer cada canto do meu peito. Sofro com a sua falta e com a ausência de pequenas certezas, singelas certezas que tirassem da minha existência essa insuportável sensação da ameaça permanente. A ameaça do não mais...
Em horas assim, assumo: fraquejo. Sinto-me pequeno demais diante de um sentimento gigantesco, assustador como esse que trago comigo. Sinto-me refém dos planos desfeitos, dos sonhos perfeitos e dos desejos irrealizáveis. Sinto-me atado às lembranças boas e aos pensamentos maus. Sinto-me trancado por dentro, fechado num mundo em que estamos sós: você, eu e tudo de bom e de ruim que essa história traz.
É nessas horas que penso em desistir. Abrir mão desse amor tão grande, da intuição que insiste em me dizer que a felicidade é o nosso destino...abrir mão de você! E abrir mão de mim. Abrir mão de ser esse alguém fiel aos sentimentos, esse alguém que acredita na força de um grande amor e que pensa não haver nada mais valioso na vida do que ter a sorte de viver uma história feliz com quem se ama. Abrir mão do que sinto e do que penso. 
Sim, é verdade: sem você, sei que não serei mais eu...
Mas aí, nessas horas, fecho os olhos molhados e vejo teu sorriso. Ouço tua voz fazendo carinho em meus ouvidos e lembro do sabor do nosso beijo. Sorrio, certo de que jamais fui capaz de amar alguém tanto assim.  E decido seguir em frente...
Até quando?

10.2.11

Visões...

E vi na luz dos teus olhos o brilho que faltava para iluminar meus dias. Encontrei no som da sua risada a música perfeita para embalar minha vida e senti no teu abraço o calor que faltava para me proteger das noites frias de solidão.
Vi em você exatamente tudo o que eu imaginava que existia em algum lugar, em alguém. Um alguém para ser meu e de quem eu possa dizer que sou. Vi em você a entrega, o desejo, a loucura, a alegria, a doçura e o prazer  com os quais qualquer pessoa nesse mundo sonha.
Vi a felicidade em nós - e em tudo o que exalava de nós. 
Vi mais do que imaginei, acredite.
E amei tudo o que vi...

2.2.11

Sobre a volta de Amor & Sexo...

Programa voltou ao ar na TV Globo e lançou um quadro "colorido": o GayMe

Falar de sexo sem que o assunto pareça um tabu é, na minha opinião, o maior mérito do programa de Fernanda Lima. A apresentadora, aliás, protagoniza um dos raros casos em que o tema da atração parece pensado sob medida para quem vai comandar o show. Linda, simpática, segura e bem humorada, Fernanda Lima não nega fogo e deixa claro que talento não lhe falta. O que, aliás, já tinha ficado claro na primeira temporada do programa.
Mas aí surgem as novidades da nova temporada de Amor & Sexo - porque televisão é feita de hábitos e da salutar necessidade de reinvenção. E, no programa de ontem, a surpresa ficou por conta de um game protagonizado por homossexuais. O nome? GayMe. E se a ideia parecia boa, acabou resultando num festival de estereótipos. Numa prova, os participantes precisavam se "montar" no meio de uma corrida de salto alto (?!). Em outra, não podiam dar pinta: ganhava quem fosse reconhecido como "hetero" pelo garçom do restaurante. Foi tudo engraçado? Até foi. Mas, a meu ver, ficou bem aquém da proposta de valorização da diversidade para qual a apresentadora alertou algumas vezes. Um caso em que a ideia parece melhor que a realização. Porque, afinal, dizer que todos somos diferentes é positivo. Dizer que os homossexuais também são diferentes entre si é igualmente enriquecedor. Mas usar elementos tão estereotipados para propor esse mergulho na cultura gay - anunciada como "a mais infliuente do nosso tempo" - acabou soando como um tiro no pé.
E vocês, curtiram?

26.1.11

Vingança de figurinista - parte 24...

Tava agorinha vendo a reprise de Vale Tudo no Viva quando me deparei com a cena da recepção pós-casamento de Afonso e Maria de Fátima. E eis que surge a mega-vilã Odete Roittman toda paramentada:

Depois não entendem os motivos que levaram tão distinta senhora ao posto de maior vilã da história das novelas brasileiras! Dá pra ser boazinha vestida desse jeito??? Sem contar que, cá entre nós, é um figurino pra Lady Gaga nenhuma botar defeito!!!
Como a novela tem 23 anos, só posso deduzir que os figurinistas, esses seres tão especiais, guardam em seus coraçõezinhos sentimentos de vingança há muito tempo...

21.1.11

Pedido aos ponteiros...

Encaro o relógio com a ansiedade de quem tem pressa, mas quero mesmo é fazer voltarem os ponteiros. Que eles andem para trás e me devolvam a mim mesmo. Anseio por um tempo em que não pensava tanto, em que não eram tantas as angústias...tempo no qual tudo era apenas leve e divertido. Um tempo em que achava que ser bom seria a garantia de encontrar um caminho qualquer que levasse ao destino que todos estão buscando nesse mundo: a tal da felicidade.
Voltem, ponteiros! Invertam esse itinerário esquizofrênico e interrompam essa sequência de roubos, na qual cada passo que vocês dão significam um a menos em minha caminhada. Devolvam minha tranquilidade, minha paz, meu olhar inocente para tudo e todos. 
E, por favor, devolvam a minha capacidade de sonhar que há esperança. E que faz algum sentido crer, lutar, sentir, sofrer e buscar tanto aquelas quatro letras...

14.1.11

Sobre a polêmica do novo horóscopo...

Gosto de Astrologia. Não sou um fiel seguidor, nunca fiz meu mapa astral e sequer sei qual o meu ascendente. Mas gosto de ler as previsões da Barbara Abramo na Folha e lembro de várias ocasiões em que o texto coincidiu com momentos importantes da minha vida. Enfim, é algo bem na linha do acredite se quiser...
Como libriano, sou um sujeito muito identificado com as características do meu signo - inclusive com o próprio símbolo que o representa: a balança. Procuro ponderar, entender os dois lados de um fato ou de um fenômeno, busco tomar decisões justas...e peso bastante minhas ações e palavras. Sem falar da ligação de Libra com a Arte em todas as suas manifestações, traço muito marcante na minha vida.
Pois bem! Passei 30 anos sendo libriano e, ontem, qual não foi minha surpresa ao descobrir que, segundo o astrônomo Parke Kunkle, entrevistado pela NBC, o horóscopo mudou completamente em decorrência das movimentações da Terra e do Sol. De acordo com a tese defendida por Kunkle, o zodíaco passa a contar com um novo signo, o Serpentário. E a entrada desse novo signo na parada muda radicalmente a configuração atual, criada há quase 3.000 anos. Essa polêmica novidade deixa o zodíaco assim:

Capricórnio: 20/01 a 16/02
Aquário: 16/02 a 11/03
Peixes: 11/03 a 18/04
Áries: 18/04 a 13/05
Touro: 13/05 a 21/06
Gêmeos: 21/06 a 20/07
Câncer: 20/07 a 10/08
Leão: 10/08 a 16/09
Virgem: 16/09 a 30/10
Libra: 30/10 a 23/11
Escorpião: 23/11 a 29/11
Ophiuchus (Serpentário): 29/11 a 17/12
Sagitário: 17/12 a 20/01

Já conheci muita cobra venenosa nessa vida, mas não sei se todas nasceram entre 29/11 e 17/12. Será?
Não sou do tipo que resiste às mudanças mas, nesse caso, creio que a novidade compromete a credibilidade de toda a Astrologia - que, aliás, já é questionada por muita gente. Como é que alguém que, como eu, passa a vida identificado a um signo de uma hora para outra descobre pertencer a outro?
Como já escrevi no Facebook, vou ignorar solenemente essa novidade. Sou Flamengo e libriano até morrer!!!

13.1.11

Quando uma imagem arrebenta a gente...

A tragédia das chuvas na Região Serrana do Rio é a maior de todos os tempos. Já são, até o momento, quase 300 mortos e o número de desabrigados só faz crescer. Além dos dados técnicos, como a enormidade do volume das chuvas que atingiram os municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, a gente sempre se põe a pensar no despreparo que essas cidades demonstram, ano após ano, para enfrentar problemas como esse. Problemas que, infelizmente, estão longe do ineditismo...
Tocado por toda a dor que um momento como esse faz aflorar, vi a cobertura do Jornal da Globo sobre os fatos relacionados à chuva. Além de pensar no sentido de tudo isso, no sofrimento de tanta gente inocente, nos mortos, feridos e desamparados, eu fiquei completamente chocado com uma imagem. A imagem do resgate de uma senhora. Sobre a laje de uma casa, cercada de águas revoltas por todos os lados, ela trazia nos braços um cachorrinho. Certamente lembrou de tentar salvar o animal. Os vizinhos atiraram uma corda para que ela se amarrasse e, assim, fosse içada do caos. Ela o fez, sempre com o cãozinho nos braços. Até que, ao pular na água, não teve forças e o instinto de sobrevivência falou mais alto. Foi salva, sem conseguir levar consigo o cachorrinho...
Foi, sem exagero, uma das cenas mais tristes que vi nos últimos tempos. Além de imaginar o desespero do bicho no meio daquele mundo de água barrenta, penso no sofrimento que essa mulher terá ao lembrar daquele ser, que certamente era especial para ela, e que foi tragado pelas águas. Algo realmente muito triste...
Alguns podem dizer que um cachorro não é nada diante das proporções dessa tragédia. Discordo. E quem tem bicho em casa sabe o quão difícil seria passar por situação semelhante à daquela senhora... 
No mais, torço para que chegue o dia em que os governos atuem preventivamente. Porque tapar o céu com a peneira todo ano não tem se mostrado a melhor das estratégias...

12.1.11

O que virá?

Foi no meio da selva de pedra, no alto de um prédio qualquer daquela floresta urbana. Sentiu o vento da noite, o perfume do mar vindo ali de perto e aquele abraço. Conforto. Uma promessa silenciosa de tranquilidade? Um carinho que tinha tudo pra crescer? Uma história leve e sincera?
Deixou a cabeça pesar naquele ombro aconchegante e olhou pro céu. Estrelas, muitas delas testemunhavam seu momento. Fechou os olhos e pediu para que tudo fosse diferente daquela vez. E nem pedia algo especial. Queria apenas uma história sem mágoas, sem mentiras, sem...dor. 

MICO DO ANO: Cadê o umbigo de Fernanda Vasconcellos???

Tem gente que aposta numa estratégia de marketing pra viralizar o comercial daquelas famosas sandálias que não descolam, não dão cheiro e nem soltam as tiras. Pode até ser, uma vez que não se falou de outro assunto no final de semana. Mas, cá entre nós...não deixa de ser um tremendo mico divulgar imagens grosseiramente manipuladas desse jeito. Apagar o umbigo da moça foi, realmente, o fim da feira!!!
Qual o próximo passo? Sem contar que, com uma mulher linda, famosa, mas sem umbigo na propaganda, quem vai prestar atenção na sandália?
Sem contar que a atriz ainda levou fama de barriguda! Porque, cá entre nós, se tivesse tudo bem com a pancinha da moça, ninguém ia futucar nada ali, certo?
Eu achei um mico danado! E você?

PS.: O ano só está no 12o. dia e já são dois candidatos ao Mico 2011. Não falei que esse povo se empenha???

E Xuxa ganha indenização da Igreja Universal...

Um dos posts mais populares nesses cinco anos de B@belturbo foi o que comentava - em tom crítico - o fato de o jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus, ter estampado na capa de uma de suas edições uma manchete que afirmava que Xuxa tinha feito um pacto com o capiroto. O blog recebeu uma avalanche de visitas e vários leitores se dividiram entre os que condenavam a igreja e os que condenavam a infeliz reportagem (?!?!).
Pois bem. A IURD já tinha perdido uma batalha nessa história maluca, como também comentei aqui. E ontem, pouco mais de dois anos depois da confusão ter vindo à tona, a Justiça entendeu que Xuxa tem o direito de receber R$ 150 mil da empresa que edita o jornal. A Universal ainda pode recorrer da decisão, mas não preciso ter pacto com ninguém para entender que, se a Justiça observar o que dizem as leis, a loira vai levar a melhor em cima da Universal.
O que, repito, acho muito justo nesse caso.

11.1.11

Sobre o show de Amy Winehouse no Rio...

Amy canta em seu primeiro - e curto -
show no Rio de Janeiro
Quando as luzes da HSBC Arena se apagaram e o público começou a gritar enlouquecidamente, finalmente eu comecei a acreditar que veria, sim, um show da estrela mais polêmica da música internacional nessa década. Amy Winehouse veio, pensei. E me entreguei ao som da inglesa que explodiu com apenas dois discos e saiu dos cadernos de cultura para as páginas de polícia e de fofoca com a mesma velocidade com a qual conquistou fãs em todo o mundo.
Fui um dos tantos que acharam que a cantora não apareceria para fazer o show. E fui um dos que ficaram surpresos com sua performance visceral na estreia carioca da turnê. Que voz tem essa mulher! Que personalidade instigante tem a cantora gigante, que se sacode e dá pulinhos como uma menina afoita e insegura. Amy tropeçou nas letras algumas (poucas) vezes - e riu disso! Saiu do palco por duas vezes e, numa delas, voltou limpando o nariz com uma das mãos, num gesto suspeito flagrado pelos telões do ginásio. E eu pude ver tensão nas pessoas, aflitas com o rumo que a apresentação poderia tomar. Mas nada de realmente grave aconteceu. Felizmente!
A voz tá lá, linda! O cenário, com uma enorme bandeira do Brasil, é a única gentileza que a estrela concede ao público: econômica nas palavras, a cantora pouco fala e sequer se despede ao fim da apresentação. Canta por uma hora e dez, e deixa todos irritados com o tom abreviado do show. Uma boa surpresa: se todos queremos mais, é sinal de que a artista não lembrou - em cena - as deprimentes imagens de queda e degradação física e moral que já vivenciou em shows anteriores. Vimos a Amy cantora. Uma das maiores de seu tempo! Ficamos encantados e queríamos muito mais dela...
Em alguns momentos, Amy se permitiu sorrir, parecendo embevecida com o calor do público - que, por conta do trânsito, só conseguiu lotar a Arena minutos antes do início do show da britânica. Ver sorrir a protagonista da noite - e de tantas conturbadas histórias - acendeu em mim a esperança de que Amy possa estar reencontrando seu caminho, sua música e sua identidade. E que passe a curtir o barato dos seus shows mais que qualquer outro barato do mercado...
Tomara que o Rehab dê mesmo certo! E que essa grande artista passe a honrar com grandes apresentações os numerosos fãs que conquistou em todo o planeta...

8.1.11

Novela Ronaldinho Gaúcho mostra que é o dinheiro que manda no futebol...

Não sou o maior fã de futebol da face da Terra. Torço pelo Flamengo e, claro, quero ver meu time sempre bem nas competições. Mas não tenho o encanto de um rubro-negro que não perde uma única partida disputada pela equipe, ou que chora copiosamente quando o resultado exibido no placar nos é desfavorável. Vejo o futebol com humor e como algo que, embora possa até me fazer feliz, jamais mudará minha vida a ponto de me deixar seriamente triste. Ou doente.
O leilão que cerca a volta de Ronaldinho Gaúcho aos campos brasileiros só tem reforçado essa minha percepção. Qual o valor dos clubes e de suas torcidas num momento como esse, em que está claro que atleta, empresário, cartolas e patrocinadores estão numa disputa por alguns milhões de reais?
Como rubro-negro, é claro que gostaria de ver o R10 defendendo as cores do meu time. Mas, do jeito que tá tudo sendo feito, tá tudo muito feio...

MICO DO ANO: o sequestro fake de Somália...

Que o Ibama não se zangue, mas está aberta a temporada de caça aos micos! É, gente...entra ano e sai ano e o povo segue firme na produção desses vexames que fazem a alegria dos bons apreciadores do gênero...
Se você é um desses, diga lá: o que dizer de um jogador de futebol que inventa um sequestro, depois de chegar em casa às 4h da matina e, por isso, perder o horário de se reapresentar ao clube? O que dizer do sujeito que comunica o fato à polícia, acaba se contradizendo várias vezes no depoimento e, pior, aparece nas imagens do circuito interno de TV do próprio condomínio onde mora retirando do corpo pertences que, depois, diria terem sido roubados pelos bandidos imaginários?
Somália: foto de campanha pelo
Mico do Ano 2011?
Essa é a fantástica história de Somália, do Botafogo. A invenção desastrada do sequestro teria sido a saída encontrada para não ter o salário descontado depois do atraso. Além da confusão com a polícia, já que o (criativo) atleta deve ser indiciando por falsa comunicação de crime, Somália já começa a temporada 2011 concorrendo a um prêmio: o Mico do Ano.
É ou não um grande candidato?

PS.: A dica - e a informação sobre a história toda - vieram de Amanda Hora. Ela é como aquele jornal: Online, On time, full time...! ;)

7.1.11

La ventana...

Então, já que deixei aberta essa janela para a minha vida, não se intimide: pode ler, reler, ir, voltar...! Mas fica! Olha por entre esse vão aberto pra conhecer o que você procura e o que nem sonha existir. Deixe teus olhos bailarem por aqui, nessa dança do (re)conhecimento que começamos logo depois do céu explodir em cores, lembra?
De minha parte, prometo ficar de longe. Torcendo (muito) pra você gostar da paisagem...

5.1.11

Obedece?

É fácil! É só me deixar beijar sua boca de novo, passando minha mão na tua nuca e deixando tua pele arrepiada. Obedece quando eu pedir pra você morder meu pescoço e colar forte teu corpo no meu. Obedece, vai! Obedece porque eu sei que a gente encaixa!
Sei disso porque te reconheci logo no primeiro olhar. Ok, talvez tenha sido lá pelo segundo ou terceiro. Duvidei que aquele olhar era pra mim, mas mirei você firme com o meu. Acho que foram alguns minutos até lembrar que era justamente aquele seu sorriso que eu tava buscando. Um sorriso de corpo todo...
Aí eu ri. Ri pra você e pra essa vida maluca que, como tanta gente já disse, parece mesmo uma montanha-russa. Dei risada para um novo personagem que surgia diante de mim e pra vontade de escrever uma história nossa. Com o gosto bom de um delicioso começo...

3.1.11

E 2011 veio com tudo!

Essa foi uma virada diferente de todas as demais nesses meus 30 anos. Pela primeira vez eu não estava com minha família. Passei ao lado de amigos queridos, numa festa animada e bem divertida. Amo a minha família, mas também é muito bom ficar do lado daqueles que, ao longo do caminho, a gente elege para que estejam ao nosso lado.
Meia-noite, o Dj sapecou "Na base do beijo", de Ivete Sangalo. No Facebook, eu disse que nunca uma música pareceu tão deliciosamente profética quanto essa!
E o ano começou assim: leve, divertido, gostoso. E se, muitas vezes, bate aquela melancolia na hora da virada, 2011 já chegou deixando gostinho de quero mais...
Aí veio do dia primeiro. Depois de dormir pouquíssimo, fui para o almoço familiar e logo garanti meu lugar em frente à TV: não queria perder um único instante da posse da presidenta Dilma Rousseff. E como eu gostei de ver aquelas imagens. Fiquei impactado com o ineditismo da situação e, em especial, pela volta que o mundo deu ao colocar uma ex-presa política, que chegou a ser torturada no regime militar, passando em revista as tropas no Planalto. Impossível não pensar na ironia que há no fato de o Exército, naqueles instantes, ter a incumbência de proteger a mulher que, décadas atrás, prendeu e torturou.
E como foi bonito ver essa mulher, a primeira a chegar à presidência, beijar a nossa bandeira. Como foi bonito percebê-la emocionada - apesar da fama de durona - ao se dizer "presidenta de todos os brasileiros". Como foi bonito vê-la lembrar os companheiros que "tombaram no caminho". Sem dizer na beleza de história de alguém que, como ela, pode se orgulhar de ter "dado sua juventude" pelo país.
Vi as quase cinco horas de cerimônia e levantei da poltrona cansado, mas feliz. E esperançoso. Muito bom começar o ano assim...
Enfim, bora aproveitar esse 2011! Aposto que ele vai passar rapidinho!!!
E vamo que vamo!!!