11.1.11

Sobre o show de Amy Winehouse no Rio...

Amy canta em seu primeiro - e curto -
show no Rio de Janeiro
Quando as luzes da HSBC Arena se apagaram e o público começou a gritar enlouquecidamente, finalmente eu comecei a acreditar que veria, sim, um show da estrela mais polêmica da música internacional nessa década. Amy Winehouse veio, pensei. E me entreguei ao som da inglesa que explodiu com apenas dois discos e saiu dos cadernos de cultura para as páginas de polícia e de fofoca com a mesma velocidade com a qual conquistou fãs em todo o mundo.
Fui um dos tantos que acharam que a cantora não apareceria para fazer o show. E fui um dos que ficaram surpresos com sua performance visceral na estreia carioca da turnê. Que voz tem essa mulher! Que personalidade instigante tem a cantora gigante, que se sacode e dá pulinhos como uma menina afoita e insegura. Amy tropeçou nas letras algumas (poucas) vezes - e riu disso! Saiu do palco por duas vezes e, numa delas, voltou limpando o nariz com uma das mãos, num gesto suspeito flagrado pelos telões do ginásio. E eu pude ver tensão nas pessoas, aflitas com o rumo que a apresentação poderia tomar. Mas nada de realmente grave aconteceu. Felizmente!
A voz tá lá, linda! O cenário, com uma enorme bandeira do Brasil, é a única gentileza que a estrela concede ao público: econômica nas palavras, a cantora pouco fala e sequer se despede ao fim da apresentação. Canta por uma hora e dez, e deixa todos irritados com o tom abreviado do show. Uma boa surpresa: se todos queremos mais, é sinal de que a artista não lembrou - em cena - as deprimentes imagens de queda e degradação física e moral que já vivenciou em shows anteriores. Vimos a Amy cantora. Uma das maiores de seu tempo! Ficamos encantados e queríamos muito mais dela...
Em alguns momentos, Amy se permitiu sorrir, parecendo embevecida com o calor do público - que, por conta do trânsito, só conseguiu lotar a Arena minutos antes do início do show da britânica. Ver sorrir a protagonista da noite - e de tantas conturbadas histórias - acendeu em mim a esperança de que Amy possa estar reencontrando seu caminho, sua música e sua identidade. E que passe a curtir o barato dos seus shows mais que qualquer outro barato do mercado...
Tomara que o Rehab dê mesmo certo! E que essa grande artista passe a honrar com grandes apresentações os numerosos fãs que conquistou em todo o planeta...

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