25.3.11

Glacial...

E fez-se fria a mais calorosa das relações que já havia construído. Ou que achou ter ajudado a erguer...
Esfriaram-se as vozes, elevou-se o volume dos silêncios, multiplicaram-se as pausas e foram subtraídos todos os traços que pudessem fazer lembrar de outros tempos.
Curioso pensar que num intervalo tão pequeno tivessem passado ao estágio de quase desconhecidos. Impessoais, protocolares, distantes. 
Não eram mais os mesmos?
Talvez não fossem. 
Nada era como antes e, pela primeira vez, não havia indícios de que as coisas voltariam ao lugar em que sempre estiveram - ou em que ao menos aparentavam estar.
E era estranha demais aquela sensação...

21.3.11

O triste recadinho de Papai Noel...

Desligou o telefone e o silêncio devastador confirmava: tudo estava deserto, vazio como seu peito. Nada havia mais a fazer, a dizer...a sonhar! Só restava sentir. E sentir aquela dor, sabia, seria o seu destino dali pra frente. Até que toda aquela sensação fosse parar no limbo, num canto qualquer do universo onde ficam guardadas as expectativas frustradas, os amores não-correspondidos e todos os laços que se desfazem nesse mundo tão superficial e descartável.
Já com o rosto deformado e ainda chorando, enfrentou a pior das inimigas de quem sofre: a própria mente! Pôs-se a lembrar de cada momento em que julgou ser tão feliz, das palavras amorosas ditas e das ouvidas. Abriu o álbum de fotos e reviu cada sorriso, cada abraço, cada pixel que parecia traduzir a mais bela e verdadeira das histórias. Verdadeira? - perguntou-lhe seu cérebro. Verdade? Sinceridade? Onde andava tudo isso? Em que momento, sem que pudesse notar, tudo tinha virado fantasia? Quando foi que se distraiu a ponto de confiar que agir bem é a garantia para se ter boas atitudes de volta?
Não achou respostas. E sofreu...
Sofreu só, sem o ombro amigo de todas as horas. Sofreu como nunca havia experimentado na vida. Era inédita a sensação de ver que pior que um castelo de areia que se desfaz e extingue os sonhos é a dor de uma realidade que, de uma hora pra outra, vira pó e se desmaterializa. Uma dor para a qual não estava preparado, porque ela era forte, cruel e pesada demais. Castigava-lhe o coração de forma a tornar impossível a tarefa de fingir que uma das poucas certezas que tinha nessa vida, dali pra frente, não existiria mais.
E lembrou do seu medo. O velho medo que externara numa tarde, na beira do mar. O medo de ser o bom garoto que, após um ano inteiro se comportando bem, veria Papai Noel, cruelmente, entregar seu tão sonhado presente para outro. 
Chorou mais.
Mais que o seu maior presente, Papai Noel também tinha dado um jeito de lhe passar um recadinho com aquela atitude. E ,para quem sempre sonhou, é bem complicado perceber que, assim como os sonhos, os  sentimentos verdadeiros não valem muita coisa hoje em dia...

11.3.11

Coração estragado...

Às vezes sinto saudades da infância. Época boa, na qual a gente ama apenas os pais, não se vê sofrendo por ninguém, não se mete em histórias difíceis de solucionar e acha tudo incrível, colorido, lindo e doce como aquela bala gostosa que sempre dizem que estraga os dentes.
Mas aí a gente cresce e descobre que a pior espécie de cárie é aquela que estraga o nosso coração...

10.3.11

Como?

E vem a vida me dizer que é sem você que devo seguir daqui pra frente. Sem o que somos quando estamos juntos, sem a outra metade do que eu soube ser até aqui...
Como, hein?
Como fingir que não há essa dor e que essa parece uma derrota amarga demais de engolir? Como inventar uma vida nova sem você se só contigo ela parece ter graça e ser, de fato, vida? Como buscar o que eu era antes se acho que me tornei alguém bem melhor depois da existência do nosso nós?
Não tenho respostas. 
Não tenho você. 
Nem tenho um sorriso sequer pra inventar e deixar estampado em meu rosto...
Como, hein?

4.3.11

Vestindo a fantasia...

Se você não está no auge da alegria, se o carnaval tem tudo pra não ser feliz como você imaginou, se as coisas não estão do jeito que gostaria que elas estivessem...não importa! Vista uma fantasia na ALMA e vá pra vida! Se nada muda, a gente é que deve mudar...! 
Bom carnaval, turma!!!

Mais uma primavera do blog...

Esse 2011 começou bem devagar por aqui. Twitter e Facebook, definitivamente, roubam o tempo e as ideias que em outros tempos eu publicava aqui acabam escoando por lá. Mas o B@belturbo é como o samba naquela música, e eu não deixo morrer, não deixo acabar!!!
O blog completou cinco anos essa semana. E muitos outros cinco virão, estejam certos!!!