23.1.14

Eles riem de nós...

Em foto estampada na capa do Extra de hoje, o secretário de transportes dá uma gargalhada ao conversar com o presidente da SuperVia, empresa responsável pelo nó ferroviário que parou o Rio ontem...


O que acontece no sistema de transportes do Rio de Janeiro é uma temeridade. Talvez seja essa a área mais vergonhosa, a mancha mais difícil de apagar, encravada na alma de cariocas e fluminenses ao longo desses oito anos de governo do Cabral. Desde o bondinho de Santa Teresa, que viveu uma tarde de trem fantasma, matou gente e jamais foi recuperado - ao ônibus que desabou de um viaduto - também deixando vítimas fatais; passando pelas sucessivas falhas operacionais da SuperVia e do Metrô Rio, o que se vê, cotidianamente, nas ruas, avenidas, trilhos e túneis é a mais perfeita tradução do descaso... 
Por isso, confesso: não fiquei chocado ao ver, na capa do Extra de hoje, a gargalhada do secretário Júlio Lopes, flagrada ontem, horas depois do apagão que paralisou a circulação dos trens. A gargalhada desse senhor, logo substituída por aquela cara de puta arrependida que tantos políticos sabem fazer para tentar nos convencer de sua dor; aquela gargalhada, meus amigos, apenas deixou ver o que pode parecer, para muitos, apenas suspeita: eles riem. Eles não se importam com a gente. Eles tratam o contribuinte - que paga as contas dessa porcaria toda - como idiota. E acham graça! Acham graça de nos entulhar de impostos para dar desconto aos donos do monopólio de ônibus, presenteados com 50% a menos nos IPVAs da decrépita frota que circula por aí, caindo aos pedaços, emporcalhando o ar com aquela fumaça imunda, matando de calor a todos e jamais cumprindo horários ou oferecendo a menor qualidade que seja. 
Eles acham graça. Eu acho detestável! Como disse um dos heterônimos de Fernando Pessoa: "homens altos: passai por baixo do meu desprezo!"

14.1.14

A cara do preconceito!

Âncora do SBT Brasil faz comentário sobre os "rolezinhos" e desfila todo o seu rosário de conservadorismo e preconceito
Soube de um comentário de Rachel Sheherazade sobre o fenômeno dos "rolezinhos" em shoppings e me obriguei a assisti-lo. Comprovei o que já havia percebido em outras ocasiões: essa senhora me envergonha! Não é de hoje que percebo o tom conservador, quase reacionário dos seus comentários demagógicos. Rachel Sheherazade não sabe sequer para qual público fala. Afinal, as pesquisas do Ibope comprovam que a audiência do SBT está muito mais para "rolezinho" do que para os frequentadores dos "shoppings de luxo", cuja ordem e "segurança" ela parece tão empenhada em defender. Notem bem: ela se mostra incomodada com a possibilidade de que os "arruaceiros" cheguem aos centros de consumo das elites. Ou seja: considerando que há baderna, que ela fique restrita às periferias. Que vergonha! 
Que vergonha de uma justiça que permite que shoppings se voltem contra pobres - porque é isso o que esses centros comerciais farão - e, assim, justifiquem seus preconceitos. Não vai tardar para que pretos e pobres sejam barrados nesses locais apenas por essas condições. Ou por estarem de havaianas. Ou por estarem de bermudas. Ou por qualquer subjetividade que o preconceito de um idiota qualquer julgue cabível. Assim, meus caros, o que se solidifica é a realidade que todos nós já sabemos: há lugares em que os ricos não querem que os pobres cheguem! Porque não querem olhar a realidade, não querem se sentir parte dela. Querem fingir, em seus templos do artificialismo, que a diversidade não existe, e que seu mundo perfeito não inclui nada que lhes pareça diferente. Uma vergonha! 
Mas ricos escrotos não me surpreendem. O que me surpreende é que um dos poderes da nossa república enfatize essa lógica elitista, excludente e preconceituosa. Como se não houvesse outras prioridades para a Justiça do país. Ou como se não existissem outras (verdadeiras) ameaças aos direitos básicos dos cidadãos por aí - não só nos shoppings de luxo, mas no Brasil da vida real. 
Vergonha, muita vergonha!!!

8.1.14

Saga nossa

Sinto seu peito arfante, suas mãos geladas e os olhos me convidando para que possamos viver uma vez mais o que tantas outras vezes já vivemos.
Cheiro seu pescoço, mordo sua orelha e não demoro até calar sua boca num beijo. 
Mistura-mo-nos num emaranhado de braços, pernas e línguas. 
Somos só nós. 
Só nossos!
Invado você cheio de saudade, carinho...amor. Sou feliz em você. E posso sentir que também é feliz quando estou em ti. De um jeito que só nós experimentamos. Que o mundo desconhece. E que a gente jamais conseguiu explicar ou entender.
A aventura dura pouco. Mais um episódio dessa louca saga nossa. Estamos leves, livres de tudo o que de ruim poderia ainda resistir. 
Agora é só brincadeira. 
Não sei se só bagunça.
Mas só o que restou...