28.1.13

Santa Maria...

Acordei com um alerta no celular. Era uma mensagem no whatsapp. Um amigo dizia que só se falava disso. Liguei a TV e levei um choque: 231 jovens, mortos num incêndio em Santa Maria. Uma noite que seria de diversão, de azaração, deu lugar a um domingo de imensa dor. Dor das famílias, dos amigos. Dor de todos nós.
É difícil buscar explicações para tantos sonhos impedidos, pra tantas vidas interrompidas. Destino? Vontade de Deus?
Creio em Deus e tenho muita fé. Isso me impede de crer que seja fruto do desejo Dele uma tragédia dessas proporções. Atribuo essa nossa dor à irresponsabilidade de alguns, ao descaso de outros. Gente que não imagina que suas atitudes - ou que a falta delas - possa resultar numa pilha de corpos espremidos, empilhados num banheiro qualquer, exalando tristeza por todos os lados. Gente que não pensa que é dolorido saber que os celulares das vítimas seguiriam tocando, horas depois do resgate dos corpos. Chamadas das mães, amputadas depois da morte de seus jovens filhos. Gente que, diante dos próprios interesses, não hesita em cortar custos pequenos, sem perceber que o ônus de uma pequena economia pode ser uma grande tragédia.
Enorme tragédia essa nossa...
Como disse, tenho fé. E peço que a Santa Maria cuide de cada um desses 231 pedaços do nosso povo. Que cubra-os com seu manto e os ajude a entender tudo. Que guie seus caminhos por estradas cheias de luz. E que olhe pelos familiares dilacerados por essa dor tão violenta.
Amém!

23.1.13

Rio Hudson

As fotos traduzem momentos em imagens. Mas eu, que tiro tantas e tão diversas fotografias, tenho pensado que há muito de "não dito" nessas traduções. O que escapa à imagem, o sentimento por trás do clique. Tudo vira uma paisagem, às vezes, um sorriso. E acaba se igualando a tantas outras fotos, de tantas outras paisagens e sorrisos. É essa memória que quero preservar com essa série de posts. Se todos são autobiográficos? Pouco importa. O que importa é que todos são, pra mim, a mais perfeita tradução do que escapou a esses instantes memoráveis que, até hoje, guardava apenas em imagens...



Ali, à margem do rio, vi que água e céu se encontravam num cinza que parecia não ter fim. No meio, a fina linha do horizonte - igualmente acinzentada - mostrava que o que separa coisas tão semelhantes, certas vezes, é apenas a sutileza de uma linha. Uma linha de raciocínio, um traço de personalidade, um risco que se resolve correr e que, só depois, percebe-se que não era nada compensador...
Olhando aquela paisagem de chumbo, notei que também era cinza o meu céu. Era carregado, pesado. Embora a maior tempestade já tivesse ficado pra trás, a calmaria ainda tardaria a vir. É preciso ter sabedoria para enfrentar a revolta dos dias cinzentos, pensava. Buscava na calma daquelas águas a inspiração para saber que mesmo quando a cor se faz ausente - e por mais que não seja possível entender isso - todos os tons continuam a existir em nós. Guardados, talvez. Mas estão ali, num canto qualquer. E mesmo quando tudo parece monótono como naquela paisagem, com muito mais que apenas cinquenta tons de cinza, as águas continuam a correr. A Terra segue a girar e nós, mesmo anestesiados, seguimos a caminhar. Afinal, o movimento é sempre constante...
Hoje, tantas léguas distante daquele rio pálido, sou outro. Cá no meu cais, já não enxergo mais o cinza como tom predominante. Tudo voltou a ter cor e o sol voltou a brilhar, intenso, no meu firmamento. Sim, sinto o céu aberto sobre mim, seus raios iluminam novamente minha existência e seu calor me lembra, a cada instante, que os dias nublados ficaram pra trás, ficaram pra longe. E cá do meu cantinho, mais perto das águas salgadas do que das doces e cinzentas águas daquele rio, posso dizer, finalmente,  que voltei a nadar a favor da correnteza...


21.1.13

Aquele beijo...

Tinha sido só um beijo. Nada de conversa, nada de carinho. Apenas olhares e um beijo. Um beijo intenso e rápido, como as chuvas que costumam cair no verão. Terminado, separaram-se e voltaram à solitária multidão de antes.
Mas quem disse que há regras? Quem disse que há um roteiro a ser seguido? Não há! Quando o assunto é o encontro, quem governa é o imprevisto! O desafio é abrir mão da falsa sensação de que temos algum controle sobre a vida, respirar fundo e se entregar...

17.1.13

Movimento sem fim...

Das estradas que já percorrera, aquela tinha sido a mais difícil. A mais tortuosa, a que dispunha do maior número de obstáculos, a que exigira mais esforço e determinação. Dura é toda estrada que se percorre sem saber o porquê. Dura é a caminhada em que, perdidos, tentamos descobrir para onde, como e porque ir. Duro é saber que a única alternativa é vencer e não dispor da mais vaga ideia sobre como cumprir essa meta.
Diante de uma trilha cheia de adversidades, nunca se sabe ao certo quão extensa ela será. Assim tinha dado o primeiro passo. E poucos pés antes do último, ainda se questionava sobre a finitude da percurso. E as dúvidas se fizeram presentes nos dias seguintes. E nos que se seguiram aos dias seguintes...
Até que um dia, também sem saber como e porque, sentiu que a jornada estava encerrada. Sentiu-se livre das amarras impostas pelas lembranças, pelas dores e pela saudade. E percebeu que os pés já estavam prontos para trilhar caminhos outros. Novos. Quem sabe, mais leves.
E caminhou!

15.1.13

O segundo iPad a gente nunca esquece...

Eu comprei um iPad no ano passado. Pra ser mais preciso, no dia 29 de março do ano passado. Lembro da data perfeitamente porque no mesmo dia fui assaltado, meu carro foi roubado e, com ele, foi junto o tablet que eu sequer havia retirado da caixa. Um brinde para os ladrões.
Ontem, voltei a encarar o desejo de experimentar esse gadget tão popular e comprei um. Escrevo dele. E devo dizer que a experiência é mesmo incrível!
A tela oferece conforto para a leitura, a sensação de "virar páginas" de publicações digitais é saborosa e todos os requintes que a convergência de mídias pode proporcionar oferece ao usuário um grande prazer na interação com esse aparelhinho tão popular - vale dizer que, na loja em que comprei o meu, havia uma fila de pretendentes. Fui o quarto!
Tô completamente encantado! Posso dizer que se trata de um caso de amor à segunda vista! E já fico pensando pra onde mais o futuro poderá nos levar...

8.1.13

RESENHA: De pernas pro ar 2 é diversão garantida!

Comédia estrelada por Ingrid Guimarães atingiu um público de 1,5 milhão de espectadores desde a estreia, em 28 de dezembro de 2012

Eu vi a primeira aventura de Alice, que se torna dona de um sex shop. Lembro de ter dado risada com uma ou outra cena do filme que inagurou a franquia, mas também me lembro de ter saído do cinema com a impressão de que se tratava de uma produção bem irregular. Mesmo Ingrid Guimarães, comediante de talento e carisma já conhecidos do grande público, acabou me parecendo perdida em indas e vindas no primeiro longa, lançado em 2010.
Ontem quando decidi ir ao cinema para conferir a sequência, já sabia de duas informações bem contraditórias: uma diz respeito ao fato de o filme já ter feito mais de um milhão de espectadores em sua primeira semana. A outra, vejam vocês, era um ícone: o bonequinho dorme para De pernas pro ar 2...
Entrei no cinema mais tentado a entender porque mais de um milhão de pessoas já tinham ido ver o filme. E saí convencido de que toda essa gente fez isso porque De pernas pro ar 2 é uma comédia muito divertida! Um blockbuster com cara, cores, piadas e trejeitos brasileiros, que faz rir do início ao fim! Ingrid Guimarães, que me parecera um tanto errante no primeiro filme, está perfeita no papel de uma Alice dividida entre a família e o trabalho - sempre pendendo para o trabalho, afinal, trata-se de uma workaholic! As sequências em que a personagem mistura bebida e tranquilizantes são de chorar de rir, sem falar do momento rehab encarado por essa desvairada mulher do século 21.
Não vou me alongar, porque seria inevitável entregar algumas das surpresas que a comédia reserva ao público. Mas vale ressaltar que Rodrigo Sant'anna surge impagável como garçom brasileiro, num ponto alto da comédia. O cinema veio abaixo quando ele surgiu na tela dizendo que era de...Governador Valadares.
As sequências em Nova Iorque enfeitam o filme, dão glamour à produção e enchem a tela de ritmo. No entanto, há momentos em que os efeitos visuais utilizados na finalização se revelam insuficientes, e é possível perceber que nem tudo foi filmado na Big Apple. Na época da alta definição, acaba parecendo quase amador. Um ponto fraco num filme feito para arrastar legiões aos cinemas...
Saí do cinema leve, relaxado. Cansado de rir. E certo de que a soneca tirada pelo bonequinho de O Globo só pode ter uma justificativa: um baita preconceito com o que tem forte apelo popular. Porque pode-se dizer muita coisa desse filme, menos acusá-lo de não cumprir aquilo a que ele se propõe: divertir!
E se você quer um último argumento pra ir ao cinema ver, guardei o mais forte deles pro fim do post: até a Maria Paula está engraçada!
Recomendo! Aprecie - e ria - sem moderação!