1.8.13

Sobre Glee, Cory Monteith, o sempre e as amizades...

Acho que devo ter visto apenas um episódio completo de Glee, influenciado por um amigo que, então, estava encantado com a série americana. Vi e, embora achando muito avançada a abordagem de temas ligados à inclusão e à valorização das diferenças, não fui "roubado" pela produção. Sou bastante resistente aos musicais e achei a estética similar a dos (piores) programas de calouros, com canções gritadas demais - embora tenha ouvido, posteriormente, boas versões de clássicos do pop interpretados pelos atores-cantores do elenco. Dito isto, e deixando claro que não sou, portanto, um aficionado pela série, resolvi escrever depois de ver, esta madrugada, a homenagem a Cory Monteith exibida pela Fox.
Lamentei desde que soube da morte do ator. Aos 31 anos, popular entre adolescentes de todo o mundo e recém-saído de uma clínica de reabilitação, o ator parecia dono de um futuro promissor. Futuro que não haverá. Esta noite, revendo clipes estrelados por Cory, eu me transportei para o lugar de seus colegas de elenco. Pensei em seus familiares e em sua namorada - na vida e na arte. Vendo essas imagens, todos devem experimentar a dor pelos sonhos que não serão realizados, pelos sorrisos que só existirão nas recordações e por todos os planos que precisarão ser deixados de lado. Que tristeza...
Perder um amigo deve ser uma das piores trapaças que o destino nos pode reservar. Porque amigos nós elegemos, cultivamos, protegemos...tudo para tê-los por perto. Por perto sempre - embora cada dia mostre que pouco ou quase nada nessa vida combina com esse "sempre" que a gente adora distribuir nas frases, nas juras de amor e nas projeções de futuro.
Terminei a noite pensando nessas coisas e meio melancólico...
O especial da Fox foi uma bobagem oportunista. Teria sido mais tocante e sincero se alguém o tivesse resumido à última canção apresentada: Without you, que se tornou conhecida em todo o mundo na voz de Usher e remirada por David Guetta. No clipe de Glee, a música ganha a voz de Lea Michele - justo a namorada de Cory Monteith. E numa demonstração clara de como a arte também imita - e antecipa - a vida, a atriz, cantando para o namorado, diz:
"Eu estou perdida, eu sou inútil
Eu nunca vou ser a mesma
Sem você"
Queira Deus que quando eu vier a me sentir perdido ou inútil, tenha todos os meus loucos, sãos e fiéis amigos por perto. Porque without, pra mim, seria uma barra muito pesada...