29.4.07

B@belturbo indica...

Mais um blog-amigo para incrementar a já imperdível lista de links do B@belturbo. Criação da coleguinha Lia Amâncio, o Gardenal é a mais recente novidade entre as minhas indicações. Por lá o clima é de Lounge. E a Lia garante que o martini é por conta da casa...
Divirtam-se com o bom humor dessa figuraça...

28.4.07

A seta e o alvo*

Quando olhares para trás, há de lembrar desse certo alguém, ora prostrado sobre uma poça de lágrimas. Há de recordar todos os sorrisos, todas as palavras sinceras e de apoio, todo o bem-querer que, um dia, escolheste não querer mais.
Há de lembrar dos beijos afoitos, do tremor das mãos e do arrepio que cada toque um dia te fizeste sentir. E virão à tua mente os prazeres vividos e os prazeres outros, que poderiam ter vivido, caso julgasse prudente seguir outro caminho. Há de lembrar das palavras duras que dirigiste ao alvo errado, acertando em cheio o peito que guardava tanto amor por ti. Peito que sangrou, doeu e fez morrer toda a esperança de quem tanto havia esperado...e que esperava por tão pouco...
E nesse dia, quando e se olhares para trás, verás que a vida é feita de desencontros. De labirintos que nos confundem, que acabam por nos aproximar de alguns que deveríamos manter longe. E que terminam por levar de nós aqueles que gostaríamos que nunca nos deixassem...
Como tu. E como este, que cá sente a tua falta por estes e por todos os outros dias que hão de vir...
* Título extraído da canção homônima de Moska

26.4.07

O Maraca é todo dela...

Ivete Sangalo interpreta "Abalou" na abertura triunfal de seu show no Maracanã. DVD chega às lojas nesse final de semana

Logo depois de assistir ao mega-show de Ivete Sangalo no Maracanã, em dezembro do ano passado, eu fiz um post aqui. Lembro de ter elogiado a qualidade da produção, o entusiasmo e a alegria da cantora. Mas também lembro de ter criticado o repertório - um tanto desgastado pela massificação de músicas como "Festa" e "Sorte Grande".

Quatro meses depois, o Multishow exibiu no dia 24 o especial com partes do show. E percebi que não fui tão injusto ao implicar com o repertório. Soa repetitivo demais ver Ivete Sangalo interpretar "Flor do Reggae", música que colou nos ouvidos do público como chiclete, tamanho o sucesso alcançado pelo "MTV Ao vivo" da artista. Na versão compacta do show, os momentos de maior oxigenação acontecem exatamente quando Ivete interpreta novas canções. O espetáculo ganha força em momentos como "Não precisa mudar", num dueto bem simpático com Saulo, vocalista da Banda Eva; "Ilumina" - que, a meu ver, tem tudo pra repetir o sucesso de "Flor do Reggae" e a festiva "A Galera", já registrada em estúdio no cd "Supernovas", de 2005.

O momento das baladas é bem bacana: "Quando a chuva passar" ganhou um coro de mais de 55.000 vozes e - para desespero de alguns, uma introdução cheia de trovoadas e relâmpagos. "Se eu não te amasse tanto assim" foi costurada à clássica "Eu sei que vou te amar" numa espécie de medley que, acredito, rende o momento mais bonito do show. Emocionada em cima de uma plataforma que avança sobre o público, Ivete chora, diz que está muito feliz e com a voz embargada, passa a bola pra platéia cantar. Golaço do time formado pela baiana e seus fãs de todo o país que lotaram o templo do futebol.

Por fim, reafirmo minha posição: o repertório precisa ser revisto. Não gostei mais do especial porque achei que momentos bacanas do show foram cortados, como a interpretação de "Sá Marina" e o explosivo medley que reuniu "Chorando se foi" e "Preta" - o melhor momento da Banda do Bem em toda a apresentação. Mas é, sem dúvida, um grande show. É, sem dúvida, uma grande artista. E é, sem dúvida, uma bela homenagem do público à cantora mais popular do país na atualidade.

Aliás, uma curiosidade: a exibição do especial "Multishow Ao vivo: Ivete Sangalo no Maracanã" estava programada para o dia 10 desse mês. Depois, foi adiada para o dia 24 para evitar que as imagens, uma vez exibidas, fossem pirateadas e, assim, derrubassem as vendas do DVD. Pois bem. Ontem, dia 25, apenas um dia depois da exibição do programa, camelôs do Centro do Rio já disponibilizavam o Dvd novo da cantora. Ah, se tudo no Brasil funcionasse tão rápido quanto a indústria da pirataria...

25.4.07

Peçonha

Sorrateira, mirou o calcanhar. O calcanhar que o pertencia e, como dizem, era também de Aquiles. Cravou-lhe os dentes quando menos se podia esperar e saiu de fininho, como quem não quer nada.
Mas deixou rastro. As cobras sempre o deixam...
E como todas as serpentes, deu do próprio veneno o soro, o antídoto para todo o mal que queria causar.
A vítima mancou, bambeou. Mas não tirou o sorriso dos lábios. Não acreditou que aquele veneno todo lhe fosse derrubar. Teve fé. Teve força. Teve benção. Deixou a serpente fugir, espreitando-se pelas sombras, agindo sempre na escuridão.
Aquele era mesmo o lugar dela, pensou o ferido. E riu, porque se à ela cabia a penumbra, sabia qual era o seu lugar. O que ninguém lhe tiraria, o lugar que só ele poderia ocupar. E, também sabia, era um lugar de luz...

24.4.07

Mais hermanos separados...

Início de madruga, blogueiro procura inspiração para post e se depara com a bomba musical do dia: 'Los Hermanos' dizem 'hasta luego'...

Está aberta a temporada de divórcios artísticos. Ontem, dia 23, a banda Los Hermanos anunciou um "recesso por tempo indeterminado". O comunicado supreendeu fãs e críticos musicais, que já esperavam pelo início da produção do novo álbum do grupo.
Na semana passada, outro "disquite musical" também surpreendeu (um pouco menos) a todos: o anúncio do fim da dupla Sandy e Júnior. Estranho, porque, se a música da dupla de filhos do Xororó deixou de vender, o grupo carioca andava muito bem das pernas: conquistando cada vez mais prestígio e mais público.
Ainda sobre a dupla teen - que, ao que parece, cansou de sê-lo - vi a participação no último programa do Faustão. Enquanto cortava o cabelo, a tevê do salão ligada no máximo exibia um clipe das diversas participações de Sandy e Júnior na atração. Depois, os dois foram para o playback. E aí achei a coisa estranha: Sandy, cada vez querendo ser menos "meninha meiga", mas ainda desconfortável no (novo) papel, reclamou da "voz antiga" das gravações. E Júnior...bem, Júnior chorou. Ela nem tchum, e ele, coitado, fazendo força pra não chorar mais.
Fiquei com pena do cara. Dezessete anos, uma vida juntos. E, sei lá...ficou a impressão de que a mocinha estava mais afim de ver o irmão pelas costas mesmo.
Mas, vai ver, há razões que a própria razão desconhece...
Particularmente, acho que perdem mais os fãs do Los Hermanos. E já me incluo na lista de perdedores...

23.4.07

Salve, Jorge!

"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
(...)
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós."

Ilustração: "São Jorge, guardão da fé", tela de César Villela

22.4.07

Angel

Pra quem acredita em anjos, aí vai essa bela canção interpretada por Sarah McLachlan...

20.4.07

Horizonte distante*

A correnteza era forte e seus braços estavam cansados. A água era fria, turva, inimiga imbatível. Chovia bastante e não conseguia ver quase nada do que havia à sua frente. Nadara muito, até demais pra quem sempre esteve contra a maré. Buscava um horizonte cada vez mais inatingível, onde, como em seus sonhos, estaria livre das ameaças, encontraria abrigo. E onde, enfim, poderia ser feliz.
Braçadas infrutíferas, que não conduziram à lugar algum. Até ali, seguira tentando só por acreditar que, um dia, quem sabe, a correnteza pudesse ceder. Por muito tempo torceu para que chegasse o momento em que as águas clareassem, tornassem-se menos gélidas. Um dia outro, de sol e de céu claro, em lugar das nuvens escuras de agora.
Dia que não veio...
Quando parou de nadar, sentiu na boca o gosto amargo da derrota. Era um sabor tenebroso, que começava como que num pontapé em seu estômago. A correnteza não cessava. Brincava com seu corpo, ora empurrando pra um lado, ora pro outro. Não tinha forças, não sabia mais o que pensar. Lembrou apenas de seu novo e belo horizonte, que, agora sabia, não chegaria a alcançar jamais. Fechou os olhos e, antes de afundar nas águas escuras de sua dor, tentou se convencer de que, se havia nadado errado - ou mal - o fizera com o único objetivo de acertar.
Mas havia errado...
(Título extraído da canção homônima do grupo Los Hermanos, composta por Marcelo Camelo)

Elephant

"cause this has got to die
I said this has to stop
this has got to lie down, down
with someone else on top"
(Damien Rice)

19.4.07

De volta ao diário do repórter...

Continuam as gravações para a série do "Salto" sobre educação prisional. Terça e quarta as visitas foram a dois presídios, ambos do Complexo penitenciário de Bangu. Um lugar que impressiona bastante pela quantidade de unidades prisionais, uma ao lado da outra. Para quem está acostumado a ouvir falar apenas de Bangu 1, 2 e 3, surpreende saber que, ao todo, são 23 cadeias só naquela região! No total, 15.000 internos povoam as celas escondidas pelas gigantescas muralhas de concreto.
Uma imagem chocante também chama atenção: ao lado de uma das penitenciárias visitadas pela nossa equipe, há um lixão! Ou "aterro sanitário", de acordo com o eufemismo que reina no momento. O que isso pode querer dizer? O lugar do "lixo" é ali, para onde a sociedade manda seus dejetos, tanto os ensacados quanto os algemados? A cena, surreal, cheia de urubus pairando no céu, levantou um debate entre a equipe ainda dentro do carro, pouco antes de estacionarmos. "Eles não estão aqui passando férias", disse um. "Ninguém está aqui porque é santo", argumentou outro, defendendo a tese de que "não era nada demais" haver um depósito de lixo ao lado da penitenciária. "Mas eles são seres humanos, foram julgados, já estão pagando pelos crimes! Têm que ser tratados com dignidade", rebate uma colega. "Você fala isso porque eles não fizeram nada contra alguém da sua família", grita uma voz. Mas a colega não se intimida: "E você, por sua vez, diz isso porque quem está aí dentro não é ninguém da sua família!".
Concordo com ela. É preciso que se entenda que o Brasil não tem prisão perpétua e, muito menos, pena de morte. Portanto, quem está dentro da cadeia vai, cedo ou tarde, voltar ao convívio da sociedade. Por isso é fundamental que essa sociedade que, baseada nas leis, reprovou e condenou as condutas inadequadas/criminosas desses indivíduos, os prepare para esse momento de retorno. Só que essa é uma lógica muito difícil de se perceber, por não ser demagógica. Por, digamos, não "agradar" a audiência.
Dentro da cadeia, converso com um homem de cerca de 40 anos. Marco Aurélio é seu nome. Sua história? Achado numa lixeira, em frente a um orfanato, foi criado sem família. Estudou pouco, precisava trabalhar. Fica claro que se trata de um sujeito que não teve oportunidades na vida - e, embora eu ache que isso não justifica nenhum crime, ajuda a entender o caminho que leva alguém a fazer escolhas erradas. Depois da entrevista, ao saber que sou apresentador do programa, todo comovido, ele me entrega um bilhete com o nome de seu filho. Pede que eu mande um beijo. A atitude me surpreende, e penso nesse filho criado longe do pai. O pai que pra todos nós é o primeiro herói, pra esse menino, é o bandido. É isso que a sociedade deve lhe dizer o tempo todo. E sei que a barra deve ser bem pesada.
E como a nossa praia é educação, gravamos na escola. A professora, toda feliz, me conta que trabalhar dentro do presídio é "melhor do que nas escolas da rede (pública), de fora da cadeia. Aqui eles estão interessados, respeitam o professor, não fazem algazarra, são disciplinados! E querem mesmo estudar", diz. Quem poderia imaginar essa frase?
Na quarta, a gravação foi na penitenciária feminina Talavera Bruce. O espaço, que surgiu como um convento, foi convertido em unidade prisional na década de 40 do século passado. Lá dentro, muitos cursos, algumas oportunidades de trabalho remunerado para as internas - que têm um jornal produzido por elas - e, é claro, o já famoso concurso "Miss TB", que escolhe a musa da penitenciária.
Lá dentro, um dado ficou claro logo de início: as mulheres presas ficam mais acuadas, mais constrangidas que os homens. Parece haver um impacto maior na auto-estima, que logo se reflete no comportamento. Muitas pedem para não ser gravadas, muitas não nos olham nos olhos. Conversando com um integrante da diretoria da unidade, fico sabendo que as quartas-feiras - dia de nossa gravação - são os dias de visita. Surpreso, pergunto ao anfitrião a razão de o pátio estar completamente vazio. "As famílias das presas não costumam fazer visitas", ele me diz, complementando logo em seguida: "Até porque, muitos dos maridos e filhos também estão presos ou já morreram. Geralmente é o homem quem leva a mulher para a vida do crime".
De volta para casa, lembro da frase e fico pensando nos motivos que, de fato, levam alguém a optar por esse caminho. Será que se trata de uma escolha consciente em todos os casos? Pensei e não alcancei a resposta. Só sei que, a meu ver, família, amparo e educação são fundamentais para que não se siga esse rumo. E, também, para que se possa sair dele...
O resultado desses dias de gravação, as entrevistas e outras reportagens sobre o mesmo tema, gravadas no Rio, em Sampa e em Porto Alegre, você poderá acompanhar no "Salto", de 14 a 18/05, ao vivo, às 19h, na TV Escola (canal 27 da SKY). Na TVE, você pode acompanhar as reprises do programa, a partir do dia 15/05, às 9 da manhã.

18.4.07

Palavras do maestro

"Quando existe alguém que tem saudade de alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar
Mesmo que depois seja imprescindível chorar"
(Caminhos cruzados - Tom Jobim)
Ouvi hoje, na voz de Caetano Veloso. Linda música, linda mensagem. Aliás, aqui vai também a dica do Dvd "Noites do Norte Ao vivo", do Caetano. Já foi lançado há um tempão, mas só hoje comprei o meu.
Arte é atemporal e música boa não tem data. E o que não falta é música boa no vídeo...

17.4.07

Nasce uma estrela...

Dizem que a TV aprisiona certos atores a um mesmo personagem. A Nair, segundo essa lógica, em muitos trabalhos coube interpretar a velhinha malandra, golpista, irônica e divertida. Foi assim em "O quinto dos infernos", "Kubanacan", "Vira Lata" e em "Bang Bang", sua última novela. Todos os tipos, aliás, criados por Carlos Lombardi.
Puxando nos "erres", usando e abusando dos gestos, carregando no paulistanês, soltando uma de suas inconfundíveis gargalhadas. Não sei ao certo, mas é bem provável que uma dessas marcas tenha sido a primeira a me chamar atenção no trabalho dessa grande comediante. Lembro bem dela, cabelo armado, interpretando a impagável Dona Gema, cafona até o fim, em "Perigosas Peruas", de 1992, também uma novela de Lombardi. Salvo engano, aquele foi o meu primeiro contato com essa senhora tão cheia de vida, de uma alegria que parecia transbordar da televisão. E que hoje, depois de cinco meses de luta, foi rir de todos nós lá de cima.
Egoístas que somos, sentiremos falta de sua risada espontânea, de seu olhar alegre e de seu talento na telinha. Mas se é hora de render homenagens, também é tempo de pedir que essa estrela do nosso humor brilhe lá no céu, que encontre a luz, e que descanse em paz...

16.4.07

Diário de um repórter...

Hoje entrei numa penitenciária. Não foi a primeira vez: em 2004 já havia gravado uma reportagem num dos presídios do Complexo da Frei Caneca, no Centro do Rio. No entanto, o know-how acumulado na experiência anterior não me valeu de muita coisa: sempre são tensos os momentos que antecedem a abertura dos portões e a entrada no pátio. Sempre causa um certo desconforto passar pelas galerias e ver os internos amontoados dentro das celas, braços dependurados pelas grades, olhares atentos aos movimentos dos visitantes.
Reviver essa situação hoje me deixou claro que, uma vez lá dentro, nossas idéias se transformam. Primeiro, porque vemos pessoas que poderíamos encontrar no ônibus, na fila do supermercado, no cinema. A tal "cara de bandido", que a gente tanto imagina, não existe. Segundo, porque a realidade dentro da cadeia não é - apenas - a que os jornais mostram...
Num instante, reencontro Edson, que havia entrevistado há 3 anos. Continua exibindo a mesma verve, a mesma articulação, o mesmo entusiasmo de quem, desde 2002, presta vestibular - e é aprovado. Edson aproveitou o tempo na penitenciária para se dedicar aos estudos. A Filosofia se tornou uma de suas grandes paixões e fez dele um fera na arte de argumentar. E na oratória também...
Depois, reencontro Paulo, que aprendeu a cantar e montou uma banda de sucesso dentro do presídio. Cheio de paixão ao falar de sua paixão pela música, ele tem um olhar que mostra também todo o sofrimento de quem passou 13, dos 34 anos, trancado. Os mesmos olhos que brilham ao falar da família - da mãe, em especial. Olhos cheios de dor, que vejo quando ele me diz que já conquistou o direito a uma condicional que a justiça tem demorado demais para lhe conferir. Olhos de quem agradece pelos poucos minutos de atenção que eu, verdadeiramente interessado, dedico à sua história. Olhos de quem tem tudo para caminhar por novos rumos quando deixar para trás os muros da penitenciária...
Dentro da escola que funciona na cadeia, encontro e converso com vários professores. Profissionais que, como eu, entram ali cheios de preconceitos, e logo são vencidos pela dureza do cotidiano do cárcere. E que logo descobrem a importância de mudar a forma como a sociedade enxerga as temáticas ligadas à população carcerária. "Em algum momento, a educação falhou com essas pessoas", me diz uma das educadoras. "A sociedade precisa nos enxergar como doentes que podem ser curados. Somos doentes morais", afirma um dos internos.
Ali do lado, numa aula de alfabetização, alunos escolhem a palavra que querem formar com letras recortadas de jornal. "Liberdade", eles escrevem. Desejo de todos, que poucos conseguirão alcançar, enquanto a sociedade continuar a negar - ou a não atentar para - a necessidade de ações que garantam (pelo menos) a possibilidade de reinserção social.
O resultado desse dia, as entrevistas e outras reportagens sobre o mesmo tema, gravadas no Rio, em Sampa e em Porto Alegre, você poderá acompanhar no "Salto", de 14 a 18/05, ao vivo, às 19h, na TV Escola (canal 27 da SKY). Na TVE, você pode acompanhar as reprises do programa, a partir do dia 15/05, às 9 da manhã.

Crônica de uma micareta...

Ivete cantava, linda, toda vestida de dourado. Ao meu lado, um pity-bobo inalava lança-perfume sem parar. Em intervalos cada vez mais curtos, aspirava o líquido que tinha borrifado em parte da camisa. Em pouco tempo, já nem abria mais os olhos, balançava ao sabor do vento. Sabe Deus porque prosseguia de pé, motivo de chacota da turma que o acompanhava...
Ivete fazia farra: "Pode empurrar que eu deixo", disse, numa ordem muito confortável pra quem está em cima de um trio-elétrico, longe do tumulto da multidão. Tudo bem, ela pode. Tem o poder, como diz o refrão de uma das músicas de seu medley funkeiro. "Vou cantar uma lenta, pra quem ainda não pegou ninguém essa noite", disparou a baiana. E tome beijo por todo lado!
Aliás, o beijo-micareta é algo que se faz digno de estudo. Ou melhor, não só o beijo, mas todo o processo que culmina (ou não) com a carícia. Curioso ver os caras malhadões, apaixonados pelos próprios bíceps e peitorais, chegando nas mocinhas e "dichavando", "mandando o H". E curioso ver como as mocinhas reagem às investidas: atracadas aos predadores, mas negando veementemente qualquer pedido de beijo. Eles insistem: não aceitam uma negativa depois de tanto sofrimento nas academias. Por vezes, levam a melhor. Mas por outras - e muitas outras - chegam a perder cinco, dez minutos de suas vidas em troca de um "não". Mas são sagazes, não desistem. Até porque, logo depois do não, pode pintar um sim. Um sim dito pelo olhar da menina alegre, rebolativa, que chega, abraça e entrega os lábios ao saradão recém-chutado pela "moça-alvo" de dois minutos atrás. E vem o beijo, e é longo. E quando termina, não há o que dizer. Nem oi, nem tchau. A linguagem corporal é a que manda: os corpos se afastam e, sem uma nova troca de olhar sequer, o rato-de-academia e a gatinha-de-micareta se despedem.
Em volta do trio, 15.000 pessoas. Lá em cima, uma cantora explodindo de felicidade, um festival de hits festeiros. E cá embaixo, curtindo muito a festa, um blogueiro que já começa a perceber que seus dias de micareta podem estar chegando ao fim...

15.4.07

"Nas linhas"

Mais um blog-amigo chega para incrementar a lista de links aqui do B@belturbo. Dessa vez, trata-se do Nas linhas, do leitor Carlos Zev Solano, que sempre passa por aqui e deixa comentários. O Carlos linkou o B@belturbo ao Nas linhas e, agora, estou retribuindo.
Sem dúvida, vale a pena visitar também!
[], Carlos! Volte sempre!

13.4.07

Mapa-mundi...

Não, não é exercício de Geografia não! Nem previsão do tempo. O print screen aí de cima é de uma das telas do Google Analytics. Entrei hoje pra ver a quantas andam os acessos ao B@belturbo e, pasmo, descobri uma série de novos leitores. Dos Estados Unidos, uma galera que acessa o blog das cidades de Acton, Kalamazoo, Carbondale, Miamisburg, Cumming e Clearwater (lugares que eu nem sabia que existiam). A lista segue e descubro um leitor portenho, de Buenos Aires. No Brasil, gente que lê o que o blogueiro aqui escreve de lugares como Teresina, São Tomé do Paripé (Bahia), Curitiba, Campinas; Santa Cruz e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Já estava feliz da vida quando meus olhos se voltaram para o canto direito da imagem. E lá, bem no finalizinho da Ásia, mais uma bola laranja indica que, de Taipei, mais um acesso ao B@belturbo foi registrado. Ah, as benesses da globalização...
Fico feliz por saber, também, que o blog está crescendo: do total de acessos na última semana, mais de 55% foram efetuados por novos visitantes. Bem bacana!
É isso! Espero que brasileiros, hermanos, e friends around the world continuem visitando, lendo e comentando as idéias que tomam forma aqui neste espaço. Voltem sempre!
[]s, bjs, hugs and kisses para todos e for everybody!

12.4.07

Pra minha pessoa favorita 2...

Lembro de nós dois pequenos, brincando todos os domingos na casa da vovó. Aliás, vejo a foto de um aniversário seu em que nós dois aparecemos no colo dela, cada um em um braço. Sempre grudados! Olho no verso da foto e lá está a data: 1982! É...lá se vão 25 anos...
Num exercício rápido de memória (que não é o meu forte, você sabe), vejo que em todos os momentos importantes da minha vida você se fez presente. Quando meu pai se foi, só com o teu abraço eu consegui começar a (tentar) digerir a pancada que a vida tinha me dado. Choramos juntos. E aquela não foi a única vez, né?
Mas também rimos. E como! Quando "virei" apresentador, lá estava você me dando toda a força do mundo. Rimos de tudo e de nada, rimos de nós mesmos. Rimos quando qualquer conversa boba ao telefone vira um festival de piadas intermináveis. Rimos pelos olhos, e por eles - pra quê mais? - também nos entendemos. A gente se lê no olhar, não dá pra mentir um pro outro.
Nossas almas se conhecem, e não são primas: são irmãs (gêmeas!). E é muito bom saber que tenho alguém que me conhece por inteiro, que me ama de verdade, e que está disposta a sempre dar o ombro amigo quando eu preciso.
Hoje, no teu aniversário, quero te desejar muito mais do que parabéns. Quero dizer que torço (muito) para que a sua vida seja cheia de coisas boas, cheia de motivos para arrancar sorrisos teus, magrelinha. Quero dizer que estou aqui, pro que der e vier, pronto para colaborar com - e comemorar - toda a felicidade que você vai alcançar! Quero dizer que te amo e, também, me desculpar se nem sempre sou o que você espera que eu seja. Mas saiba de uma coisa: você é alguém que sabe tirar o melhor de mim! E fico muito feliz por dar meu melhor pra você!
Por fim, agradeço a Deus por ter me dado, há 27 anos, meus mais ricos presentes; antes mesmo que eu nascesse: sua amizade e seu amor!
Te amo, prima!
Feliz aniversário!!!

11.4.07

Mais um blog amigo

Sim, trata-se de um post nepotista. Mas, vá lá, ninguém é perfeito. Meu primo, Alan, está inaugurando um blog, o Tecnologia dia-a-dia. Como o nome já diz, as adoráveis parafernalhas do mundo moderno vão ser o tema por lá. Internautas de todos os tipos podem esperar altas dicas, porque o cara entende tudo desse mundo high-tech. Basta dizer que ele é o responsável por todos os reparos, up-grades e afins aqui no meu PC! Desde já, o Tecnologia está na lista de links aqui do B@belturbo.
Visitem!!!

9.4.07

Descoberta

E então, faço de tua boca extensão da minha.
De teu corpo, trilha para minhas mãos ávidas por uma caminhada cheia de curvas sinuosas e surpreendentes....
Teus olhos eu miro para ter a certeza de que me vês, e para saber que enxergas o prazer e o contentamento que me proporcionas enquanto desbravo cada cantinho seu.
Em ti, terreno doce e quente, palco de minhas mais esfusiantes descobertas, quero deixar para sempre minha marca.
A assinatura do conquistador que, por ironia do destino, agora sabe-se conquistado...

8.4.07

De volta! Estamos de volta!!!

Coisa boa é deitar na rede e só se preocupar em ler. Ou em passar para outra música no mp3. Caminhar pela praia, pé na areia fininha, sentindo o vento varrer seu rosto, sem pensar em nada. E nadar, nadar...de olho aberto, pra enxergar as conchas do fundo, claro. Andar de barco, mar adentro, parar em terra firme - no meio do oceano - e descobrir tantas formas de vida. E mergulhar no meio dos peixes, daqueles que a gente só costuma ver nos aquários.
Sete dias de papo pro ar e cá está o blogueiro, renovado e pronto para mais um ano de trabalho árduo. Aos visitantes, informo que do lado de cá do monitor há alguém, agora, um pouco diferente: menos estressado, com o humor em dia e, vá lá, um pouco mais baiano também.
Volto mais apaixonado do que nunca. Pela vida, pela Bahia, pelos meus amigos, pelo meu trabalho. E por cada um dos cantinhos que tive o prazer de conhecer nessa viagem: Porto Seguro, Arraial d'Ajuda, Santa Cruz de Cabrália, Trancoso... lugares especiais, abençoados com uma beleza - e uma paz - que nem dá pra tentar explicar.
Ah, é claro: volto um pouco mais moreno também! Ou, se preferir, menos branquelo...
É isso, turma! Está aberta oficialmente a temporada de postagens de 2007!Boa semana a todos![]s a quem é de []s, Bj pra quem é de bj!
PS.: As fotos - de cima para baixo - são: da Igreja de Trancoso, da Praia de Pitinga e da Praia de Santo André.

1.4.07

Sobre o fim do confinamento...

83 dias atípicos: 83 noites em claro, 83 manhãs de sono, 83 madrugadas de produção intensa e, vá lá, algumas cochiladas fora de hora! Parece a visão do inferno, mas não foi. Longe disso! Meu período "confinado" no PA do BBB (o ponto de apoio à produção do programa) é, definitivamente, uma época que nunca vou esquecer. Primeiro, pela experiência num novo veículo - tão massificado, a ponto de registrar 50 milhões de acessos num único dia. Difícil pensar que um dia tanta gente poderá voltar a ler uma linha do que eu venha a escrever...
Inesquecível, também, pela diversão. E digo diversão de dois tipos: a proporcionada por essas 16 figuras que toparam o desafio de ficar na "casa mais famosa do Brasil"; e a propiciada por uma infinidade de outras figuras, partes da equipe que faz (e se diverte) com um dos sites mais acessados do país.
Gostei muito! Mesmo! Parto de férias até um pouco triste, porque queria concluir minha aventura até o final, até que o R$ 1 milhão que mobilizou todo o país ao longo desses 3 meses tivesse seu destino revelado (ou comprovado, caso se confirme o favoritismo do participante que, até aqui, parece ter caído nas graças do público). Mas também saio aliviado, com a certeza de que voltarei a dormir, a malhar, a ter vida social. E, ainda, com a certeza de que não faltarão oportunidades para rever - e rir novamente - com essa turma boa.
Por ora, um até logo. Para os coleguinhas de aventura na Globo.com (incluindo você, Diogão, amigo de madrugas, leitor atencioso e o maior descolador de links interessantes de que tenho notícia). Até logo, também, para os leitores do B@belturbo. Exausto, o blogueiro parte em instantes para uma semana de férias. No período, acho pouco provável postar qualquer coisa (até porque, convenhamos, ando meio cansado de internet). Mas, ao retornar, prometo retomar a programação normal.
Então, boa semana a todos, obrigado pelas visitas e voltem sempre!
[]s pra quem é de []s, e Bj pra quem é de Bj!