Janeiro, mês mais tranquilo, época ideal pra dar aquela faxina na redação. Papéis velhos pra cá, papel que pode ser reciclado pra lá, livros e revistas que precisam ser guardados acolá e a moça - que recebeu a cabocla diarista - acaba se deparando com um envelope de papel pardo. Abre e encontra um pequeno calhamaço de currículos, todos de candidatos a vagas aberta lá atrás - uns três anos, quatro anos atrás. Todas as vagas já devidamente preenchidas.
Um tanto saudosista, nossa heroína - responsável pelo curioso arquivo de currículos - passa a examinar os documentos. E nota que, no cabeçalho de cada um, havia registrado uma observação sobre o candidato em questão. Bom texto, boa voz, bom de vídeo...coisas relativas à natureza da atividade que teria de ser desempenhada pelo eleito.
Eis que a diarista por um dia encontra mais currículos. Neles, mais observações. Todas negativas: texto ruim e texto confuso eram algumas delas. Nos casos mais graves, havia apenas um objetivo NÃO, assim mesmo, em letras garrafais.
- Mas por que você guardou os currículos de quem não foi aprovado, meu Deus? - perguntou uma incauta, curiosa com a lógica da protagonista dessa história.
Confrontada com a pergunta e se desfazendo dos currículos, a cabocla arrumadeira explicita a sua filosofia de recursos humanos:
- Ué, é simples: pra lembrar que é ruim e não chamar pra teste nunca mais!!!
Risadaria geral. E, cá entre nós, até que faz um certo sentido...
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