16.1.08

Duas Caras: da Mortícia Loira à favela-de-um-beco-só...

Que o Aguinaldo Silva não me leia, mas, com todo respeito ao histórico desse autor, "Duas Caras" é de doer! Quando encarada com seriedade, claro. Porque, se estivermos dispostos a rir, a novela das nove é um programão! Exemplos? Ei-los:
No capítulo de ontem, José Wilker dava aulas na Universidade Pessoa de Moraes. Um curso interessantíssimo sobre algo que não me dei ao trabalho de decorar. E lá estava Renata Sorrah, grande atriz, respondendo "Presente!" quando chamada pelo "amado mestre". Creiam: o DNA da cena tem forte carga da "Escolinha do Professor Raimundo".
Segunda-feira, a pedida era a inaguração do restaurante de Bernardinho. E aí, meus caros, a verossimilança foi pra muito além do escambau. Bernardinho prometera a presença de uma celebridade "do Projac" na festa e nada do tal artista chegar à Portelinha. Os convidados reagiram do jeito que alguém deve imaginar ser o "padrão de comportamento dos favelados": batendo nas mesas, tacando coisas nos funcionários do estabelecimento, gritando e fazendo o maior auê. Bernardinho suava, tremia e, ao encarar as "feras", saiu correndo pelo meio da comunidade. A seqüência só pode ter sido inspirada nos desenhos de "Tom & Jerry", como lembrou meu amigo Gustavo Tito, uma vez que a câmera mostrava apenas um beco da favela e o personagem de Thiago Mendonça corria pra lá e pra cá, tentando fugir dos algozes. Bom, nesse caso, o melhor é mesmo imaginar que a cena foi baseada no desenho animado, pois, do contrário, terei que acreditar que a favela cenográfica da Globo tem apenas uma viela...
Semana passada, Betty Faria estava em cena, descobrindo que seu filho, Alexandre Slaviero, é um pilantrinha. Grita pra cá, grita pra lá, tabefe na cara do malandro e uma cena forçada de cabo a rabo. Só se salvou a filha do Manoel Carlos, correta no papel de irmã compadecida.
E a dona Setembrina, que virou Ghost? E a Marília Gabriela, coitada, tendo que encarar a concorrência da Flávia Alessandra? Será que, pra faturar o Juvenal, ela acaba dançando no poste também?
Ah...e por falar em poste: o que é o tal "Sufocador de Piranha", turma? Pra mim, deve ser uma mistura de Sérgio Cabeleira com o Cadeirudo, passando por uma pitada do Professor Astromar, que virava Lobisomem em Roque Santeiro. Deprimente...
Mas o supra-sumo mesmo, o melhor do pior, foram as seqüências da invasão à comunidade. Fagundes com a bazuca do Rambo, cá pra nós, tá mais praquele velhinho da série "Corra que a Polícia vem aí". Sem falar que o tiro da bazuca fez um estrondo danado e não acertou nenhum inimigo. Aliás, pontaria não era o forte mesmo: o que tinha de gente atirando pra direita e acertando o alvo da esquerda não tá no mapa! Pior que isso, só mesmo o coração do hair dresser que criou o visual de "Mortícia Loira" para a Susana Vieira. Sei não, dizem que ela é meio superstar e tal...já começo a achar que foi vingança! Se o Dalton Vighi me convencesse um pouquinho só como vilão, poderia até suspeitar dele. Mas, como já disse aqui em outro post, não é o caso! E se você está aí argumentando: "Ah, mas o autor disse que a grande vilã da novela é a Alinne Moraes", encerro com uma frase do meu amigo Gustavo: "Se bico fosse sinônimo de vilania, a Angelina Jolie só seria escalada para fazer mulheres malvadas!".
Tá falado!

Um comentário:

Bárbara Pereira disse...

Colega,

adorei a sua análise sobre a novela. Te cuida Bia Abramo!!!
A propósito, parabéns pelo novo visual. Ficou bacana!
bjs