Os limites do humor em debate no B@belturbo... |
As cinco maiores emissoras de televisão do país investem em programas de humor atualmente. Todas elas, à exceção do SBT, têm no elenco artistas que ganharam popularidade fazendo rir nos palcos, mais especialmente em espetáculos de stand up comedy.
Com a MTV não tem sido diferente. Se já foi o canal da música, a emissora cada vez mais flerta com a graça. E parte dessa graça quem faz é Fábio Rabin. O humorista é um dos apresentadores do Furfles, ao lado de outros comediantes da nova geração: Marcelo Adnet e Dani Calabresa, com quem criou, no teatro, o grupo Comédia ao Vivo. Antes da MTV, Rabin integrou o elenco do Pânico na TV, sucesso inquestionável, que levou ousadia e muito deboche para o humor televisivo.
Nesta entrevista, Fábio Rabin conta, entre outras coisas, quais são os assuntos que, para ele, não viram piada.
B@belturbo: Há limites para o humor?
Fábio Rabin: Vamos lá...não há limites no humor mas cada pessoa tem seu próprio limite...o que a possibilita de rir ou não, fazer ou não determinada piada.
B@belturbo: Quais são, na sua opinião, os maiores tabus em relação ao humor? Sobre que tipo de assunto você evita /não faz piada?
Fábio Rabin: Acho que quando vc supera um trauma pode fazer 1 piada...o problema é com coisas insuperáveis como AIDS, Cancer e outros problemas que nos são insoluveis, ou humilhar pobres e idosos.
B@belturbo: A sociedade / o público pode cobrar esse tipo de cuidado de quem se propõe a fazer humor?
Fábio Rabin: A sociedade não tem históricamente acertado em suas cobranças...elegeram Hitler e mandaram bruxas pra fogueira quando agem coletivamente...
Sobre a patrulha ao humor, Rabin diz: "o Brasil não tem um herói por isso elege um vilão" |
B@belturbo: Alguns humoristas criticam uma certa "patrulha do humor" e se queixam do chamado "politicamente correto". Você concorda? O humor tem sido patrulhado?
Fábio Rabin: Acho que existe sempre alguém disposto a ver o lado ruim da história...é a fase Nardoni, Cravinhos que ainda não passamos...o Brasil não tem um herói por isso elege um vilão.
B@belturbo: De que forma é possível fazer humor sem cair nas amarras do politicamente correto e, no entanto, sem ferir o bom senso? Aliás, isso é possível?
Fábio Rabin: Eu acredito que não seja possível se manter longe de conflitos...um comediante tem o desprendimento de fazer piadas com ele mesmo e com sua família...mas nem todos são assim e quando se sentem tocados gritam e choram...é como zuar um mimado na escola! Ele chama o professor, que é a sociedade e seus jornalistas...
B@belturbo: Pra encerrar, em uma palavra, como definir o tipo de humor que você faz?
Fábio Rabin: Original.
NOTA: A entrevista foi condedia por e-mail e publicada na íntegra, sem edição.
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