"E então pedes que eu torça. Torcerei. Do fundo do coração, torcerei. Para que o melhor te aconteça, para que não falte luz em tuas caminhadas futuras. Para que muitos lindos sorrisos venham iluminar ainda mais esse teu rosto; para que brilhe mais e mais esse teu olhar tão paradoxalmente ingênuo e malicioso, onde tantas vezes me perdi...só de olhar.
Torço com um aperto no peito; com medo de um futuro ainda mais incerto que o já tão incerto presente. Medo da distância, medo da falta que sentirei de nossas conversas bobas, medo de não mais poder falar contigo quando a saudade apertar muito. Medo de me achar sozinho num canto qualquer, perdido aqui em meu peito vazio...
Mas torcerei, guardando sempre comigo tuas palavras doces na hora de me dizer o que nunca quis ouvir de ti. Porque sei que és só verdade quando dizes que já vivemos o ápice do que nos era possível viver. Torcerei, pois, para que muitos mais ápices possamos experimentar ao longo dessa jornada de tantos desencontros e tão poucos encontros verdadeiros.
Como foi o meu encontro contigo..."
Foi tudo o que pôde escrever naquela folha em branco, antes que o sol pudesse acordá-la. Escreveu chorando, já sentindo que a separação seria mesmo o desfecho daquela história. Deixou o bilhete sob a jarra de suco, na bandeja com o café-da-manhã que havia preparado pra ela. E saiu, sem se despedir, naquele início de manhã do domingo em que uma prova poderia fazer desabar seus sonhos...
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