23.5.07

Telejornal ou meio telefone, meio jornal?

Novidade ou reinvenção da roda? Formato novo do SBT Brasil põe apresentadores para conversar por telefone com os espetadores...

O fato de apresentar um programa ao vivo às sete da noite acabou me afastando um pouco do lugar de telespectador. Pouco paro em frente à telinha nos dias em que estou "no ar". Por isso, acabo ficando por fora de muita coisa que rola no horário nobre da TV. Hoje, no entanto, peguei um bom trânsito e cheguei em casa a tempo de conferir o SBT Brasil. Na bancada, Cynthia Benini e Carlos Nascimento apresentam as principais notícias do dia. Até aí, tudo tranqüilo. Cynthia, meio patrulhada por ter participado de uma das versões da Casa dos Artistas, não faz feio ao dividir o comando do jornal com o velho Nascimento: tem boa voz, boa locução, está bonita e me pareceu bastante segura. Seu companheiro dispensa comentários: é craque do ramo!
Tudo ia muito bem até o jornal exibir sua porção 100% SBT: telespectadores ligam e participam do jornal. Hoje, a "pergunta do dia" era: "você acha que o fumo atrapalha os relacionamentos?". A questão era baseada numa dessas pesquisas internacionais. Nascimento atende o primeiro telespectador. O rapaz acha que sim, o fumo atrapalha. Revela-se fumante e, além disso, confessa detestar o próprio vício. Cynthia, então, ouve a segunda participação: mais um espectador detonando o fumo: "as pessoas nem gostam de apertar uma mão cheia de nicotina", diz o rapaz de São Paulo. Gancho para a terceira ligação. Carlos Nascimento atende e ouve a telespectadora mais, digamos, "direta" da noite: "Ah, atrapalha sim! Porque o fumo causa a impotência sexual". O apresentador é seco: "Obrigado", ele diz, e logo complementa: "Depois do intervalo, você vai ver..."
Sei lá. Acho bacana inovar, mexer nos velhos formatos da TV. Mas fiquei com a sensação de que não é necessariamente conversando com o telespectador por telefone que chegaremos a um modelo mais interessante de telejornalismo.

Um comentário:

Carlos Zev Solano disse...

Fico com o mérito de ser inovador.
Acho também um ato de coragem. Se não forem telespectadores "cadastrados" o risco é certo para palavrões e situações embaraçosas.

Abraços.