17.5.07

Jornalismo ou Futricaria???

Leio os jornais (em sua versão na web) e chego à conclusão de que parecemos atravessar a fase do jornalismo-polêmica. São tantas e tão simultâneas que a gente nem consegue acompanhá-las (e, acredite, isso não é um queixa!). Desde a pendenga entre o ministro e o cantor, passando pela atriz-que-não-foi-musa-de-Caetano que, agora, chama Caê de "banana de pijama"; até a separação do cantor de pagode de sua esposa. "Quem traiu quem?", pergunta a manchete do jornal que cobre o fim do casório.
Não vejo muita razão em tanta polêmica. Na maior parte das vezes, esses embates públicos só servem para tirar o foco de questões importantes, que geralmente, estão implícitas nos temas das discussões. Por exemplo: ainda não vi um texto sério sobre a questão da proibição da venda da biografia não-autorizada de Roberto Carlos. Há quem diga que o Rei está perdendo a majestade, há quem invista nas críticas de Paulo Coelho à atitude do Rei; mas não há quem discuta seriamente até onde vai a liberdade para escrever - e abordar, seja de que maneira for - a vida de uma "pessoa pública". Ou mesmo discutir esse conceito de "publicidade". Afinal, Roberto é público ou pública é a sua obra?
Acho que a mídia ajudaria muito mais nesse e em outros casos se discutisse essas questões de forma mais profunda. Porque ficar nesse diz-que-diz, sinceramente, envergonha qualquer jornalista que se preze. Por essas e outras que tem gente querendo derrubar o diploma para o exercício da profissão...
PS.: Quem visita esse blog com regularidade sabe que sempre coloco os links ao citar reportagens de jornais e revistas. Nesse post sobre as "matérias polêmicas", optei por não fazê-lo. E me explico: acho que há muita coisa mais interessante para se ler na rede...

Um comentário:

Carlos Zev Solano disse...

Amigo,

só uma justificativa para todas essas notícias que nada valem. Elas vendem.

Tô aqui cercado de livros sobre o assunto de Guy Debord a Stuart Hall, passando por Douglas Kellner, Nestor Canclini e Muniz Sodré. Todos de alguma forma criticam esse panorama. E veja, temos um de cada país: um francês, um jamaicano (radicado na Inglaterra), um proveniente da Alemanha, um mexicano e um brasileiro. Ou seja, não é um privilégio nosso. É só pensar em um jornal famoso das cercanias da Rainha Elisabeth II. Impossível não lembrar do The Sun.

A mídia virou mercadoria e como tal precisa ser vendida. Malditos ingleses. ;-)

Abraços
Rascunhos na Net