"A viagem", novela produzida em 1994, pela Rede Globo, está levantando a audiência da emissora no período vespertino. Essa semana, quando a protagonista morreu e foi para o "Nosso Lar" - o outro plano - o público se mostrou mobilizado. No meu círculo de relações, pessoas que deixaram os capítulos gravando, e gente que evitou atender o telefone na hora das cenas.
No YouTube é possível ver algumas das seqüências. Eu, com minha memória de peixe, assisti pra lembrar. E são fortes, bonitas e muito bem interpretadas...
Agora, o que mais me chama atenção é a razão de tanto burburinho, se estamos falando de uma reprise. E, mais ainda, se lembrarmos que a reprise é, de fato, um remake: a versão original, de Ivani Ribeiro, foi produzida em 1975, pela TV Tupi.
Acho que o tema é a resposta pra essa minha curiosidade. A curiosidade sobre o que nos aguarda "do outro lado" não é novidade, e sempre mobilizou o ser humano. Além disso, há também o mito do "amor eterno", capaz de "vencer até mesmo a morte". Vendo o reencontro de Otávio e Dinah, depois da morte, o público se enche de esperanças para buscar o grande amor - de preferência, por aqui mesmo. Sem contar que é muito confortante a idéia de que há um outro lugar, onde a paz reina, onde as pessoas são felizes e onde todos aqueles que amamos - e que já se foram - estarão de braços abertos quando chegar a nossa hora. Quero dizer, todos aqueles que andaram na linha por aqui. Afinal, o Alexandre está bem longe do paraíso...
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