Um dia notou que as coisas já eram diferentes, já não lembravam mais os velhos tempos. Um dia notou que o sorriso era meio forçado, que o silêncio ganhava cada vez mais espaço no meio das conversas, e que essas conversas eram cada vez mais evasivas. Não queria ver, não queria que fosse desse jeito. E seguiu...
Seguiu acreditando na possibilidade de tudo ser diferente daquela vez - e só daquela. Seguiu em frente, tentando convencer aquela voz que nos fala ao pé do ouvido de que tudo aquilo era uma impressão falsa; de que tudo estava bem como sempre achou que esteve. Seguiu se enganando. E se deixando enganar.
Mas num dia outro, no meio de outra conversa pontuada por - longos - silêncios, viu que o fim daquele filme já tinha passado. Sentiu-se como se tivesse cochilado na sua poltrona confortável. Era isso: adormecera sem ver que o filme tinha acabado. Agora, luzes acesas, cinema vazio, era hora de levantar e ir embora. Só.
Só se ressentiu porque ninguém avisou sobre o fim do filme...
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