Quando acessei a internet naquela noite e vi a notícia no site do jornal O Dia, algo mexeu aqui dentro. Era um jornalista carioca, como eu, jovem, também como eu. Morto. Covardemente morto por assaltantes. Li a matéria e me senti realmente tocado pela história. Lá estava um link para o blog que o Fervil tinha. Abri, li alguns posts. E comecei a chorar. Parecia que conhecia o cara de muito tempo...
Não conhecia, de fato. Aliás, por tudo o que li, posso dizer sem medo de errar que infelizmente não tive o prazer de conhecê-lo. Era um cara inteligente, competente, cheio de planos e de coisas a realizar ainda. Isso me tocou! Juventude é um assunto que me fascina, e é muito duro quando as histórias de jovens são abreviadas tão precocemente. Lembro de ter escrito um comentário no blog, prestando solidariedade à família e aos amigos. Também lembro de ter recebido um e-mail de algum desses amigos, agradecendo pelo que tinha escrito.
Agora, esse assunto voltou à tona porque um primo meu foi vítima da violência. Dessa violência imbecil que tira do nosso convívio pessoas como o Fervil. Fábio, meu primo, graças a Deus está se recuperando. Mas dói pensar que, numa dessas, a gente pode perder uma pessoa tão querida, tão amada, tão importante em nossas vidas.
Perdi meu pai cedo, portanto, perdi também o modelo que os garotos pequenos sempre têm a seguir. Aquele exemplo de cara, de conduta. Mas Fábio sempre foi esse exemplo pra mim, talvez sem nem saber disso! Um dos modelos que escolhi pra seguir: de conduta, de humor, de caráter. Ele, que sempre diz que me ama, me ensinou – sem saber – que um homem pode dizer a outro que o ama. Com ele aprendi que amizade não significa sempre um contato direto, próximo, constante; os amigos verdadeiros são aqueles que a gente pode até passar muito tempo sem ver, mas que, quando encontra, parece que o último papo foi na véspera.
Fábio, se Deus desviou essa bala do teu coração, é porque ele sabe – como eu sei – que esse bichão batendo dentro do teu peito é o que você tem de melhor!
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