A contagem regressiva pisca por todos os lados, numa espécie de onipresente letreiro digital com números que descrescem, descrescem sem parar.
Por vezes, distraio-me olhando pra eles e lembrando de tantas outras contagens como essa, de tantos outros letreiros. Tento naturalizar as coisas, e penso que a vida é uma grande contagem regressiva, na qual cada dia a mais é um a menos. O que muda é que ninguém sabe qual o número inicial na tela do tal letreiro digital. E, desavisados, geralmente não percebemos que o zero pode estar por vir...
Em outras vezes, me pego tentando imaginar como vai ser quando nos virmos pela última vez antes que zere o tal contador. Qual a última imagem, qual a lembrança que vai ficar encaixotada na minha mente.
Bobagem! Pequeno demais reduzir tanta coisa bacana a uma única (última) imagem. Que, só depende de nós, pode muito bem não ser a última.
Pode, sim, ser apenas um pôr-do-sol; prenúncio de muitos outros dias ensolarados por vir...
2 comentários:
Que lindo!
Comovente!
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