Venha de onde vier, trazendo nas mãos o calor para as noites frias. Carregando no peito o ar puro para dividir, e nos lábios doces o néctar para matar a sede.
Venha de onde vier, com toda a alegria nas costas, guardada cuidadosamente dentro de uma bolsa. Mas que seja uma bolsa impermeável, para que uma chuva qualquer não faça os risos guardados se banharem em lágrimas de nuvens. Traga a paz perdida ao longo de tanto tempo de espera. Traga a metade que disseram que havia em algum canto do planeta quando quiseram vender a idéia de que todos estamos cá só para sermos felizes. A metade nunca encontrada e que tu podes tornar real...
Venha de onde vier, mas, por Deus, chegue! E mata logo essa saudade louca do que nunca houve! Acaba com essa procura sem fim, com esse sonho que já coleciona tantos e tantos momentos de pesadelo!
Chegue aqui, pertinho, e se mostre. Sorrindo, com dentes brancos e cabelos bem penteados e perfumados. Ou chorando, lábios contorcidos pela tristeza, cabelos desgrenhados na medida de quem também não suporta mais buscar e não encontrar.
Chegue como for. Que é assim mesmo que te quero...
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