31.7.06

Pane

É...quase meia-noite e continuamos sem fotos hoje. Parece que o blogger deu um xabu generalizado...assim que der, se é que vai dar, eu posto as fotos do show que ilustram o post abaixo...

UNIVERSO PARTICULAR: comunhão musical

Durante todo o show, dava pra ouvir aquele coro baixinho seguindo a cantora em suas canções. Era como se todos cantassem aos sussurros para não atrapalhar a artista que estava no palco. E que artista! Dona de uma voz que já "pega" a platéia na primeira música, "Infinito Particular", tocada - e cantada - na escuridão total. Em dois momentos, quando os holofotes iluminam o rosto da cantora, aplausos. Prenúncio de uma noite de um entrosamento total entre Marisa Monte e seu público.
E a cantora sabe agradar. Faz inúmeras brincadeiras com o público, demonstra estar com o melhor dos humores, e conta histórias sobre suas canções. Tem aquela, feita num DDI Europa-Brasil; tem aquele sambinha da década de 50, resgatado da tradição oral...e tem tantas outras...!A sacação do cenário foi mesmo genial! O balé dos blocos de luz é perfeito, com destaque para dois momentos: "Segue o Seco", quando Marisa parece dançar tendo uma das gruas usadas na iluminação como partner; e "Velha Infância", quando o palco todo baila ao shom do hit-romântico dos Tribalistas.
O único senão, pra mim, é "Pernambucobucolismo". Já não era bom no disco, e também não acrescenta muita coisa ao show. Mas não chega a comprometê-lo.
No finalzinho, "Nada é proibido" e a cantora distribui balas para o público, seguindo uma letra que junta "jujuba, paçoca, doce de abóbara"...bem legal!
Muito bom show! Destaco "Vilarejo", "Pra ser sincero", "Meu canário", "Segue o Seco", "Tema de Amor", "Satisfeito" ("a história de um cara que foi abandonado e ficou feliz da vida...porque é possível ser feliz só"), "Até Parece"...muita coisa a ser destacada! Melhor dar a dica: quem não foi - ainda - tem - ainda - a chance de conferir esse belo espetáculo no próximo final de semana aqui no Rio. E ainda vai poder cantar, bem no finalzinho, regido pela Marisa.
É a tal "comunhão musical", que ela tanto prega e que faz tanto bem a todos nós!
*assim que der eu posto algumas fotos. O Blogger não tá ajudando muito hoje não...

30.7.06

Bom filme!

Parto daquele princípio de que tudo o que a Fernanda Montenegro faz deve ser visto. Mesmo que com atraso, como foi o meu caso com esse filme. "O outro lado da rua" conta a história de Regina, uma senhora aposentada e solitária, moradora do bairro de Copacabana. Sob o psudônimo de "Branca de Neve", ela atua como informante da polícia - sim, ela é X9 - e se apega ao ofício para esquecer sua solidão.
O drama da personagem é bem interessante. Os momentos de humor são ótimos, e a dona Fernanda dá mais um show! E conta com um parceiro à sua altura: o (já) saudoso Raul Cortez. Vale muito a pena!

29.7.06

Buscando o empate*

Aquele estalo foi seguido de um profundo ardor em suas bochechas. Não tivera tempo de desviar, o tapa dela havia lhe acertado em cheio! O primeiro impulso foi pelo revide, chegou a erguer o braço direito. Baixou em seguida, amava-a demais para ter coragem de devolver aquela agressão. Em vez disso, puxou-a pelo braço e beijou-lhe a boca, com uma volúpia que não experimentavam há tempos. A respiração tornava-se cada vez mais intensa, línguas enroscadas que pareciam repetir as juras de amor de sempre.
Ela chorava pela traição, mas não tinha força para resistir aos sentimentos. Ele chorava arrependido, e queria provar que tudo tinha sido um erro, uma fraqueza; uma dessas arapucas que o destino costuma armar na vida da gente. Beijando-se, foram para o quarto. Roupas arrancadas, lingerie rasgada. Fervor. Intensidade. Paixão.
Amaram-se até alta madrugada, até que, exauridos, adormeceram. Ou melhor, ele adormeceu. Sorrateira, ela fez que dormiu até se certificar de que ele já roncava. Aí então se levantou, banhou-se, perfumou-se, vestiu-se, passou o mais vermelho dos seus batons, calçou a mais alta de suas sandálias e escreveu um bilhete. Na ponta dos pés, saiu...
Os primeiros raios de sol o acordaram. Sorridente, nem se importou ao ver no espelho do banheiro as marcas dos dedos da mulher carimbadas em sua face - lembranças da bofetada da véspera. Procurou-a na cozinha, no quintal. Estranhou a ausência naquela manhã de domingo; sabia que ela não trabalharia naquele dia. Voltou ao quarto e, no criado-mudo, encontrou a pista. Um pedaço de papel. A letra era dela:
- Eu te amo, você sabe! E vou te amar sempre! Mas, não quero ganhar nem perder nesse nosso amor! Então, pra que a gente possa continuar a viver bem, fui buscar o empate...volto pro almoço...!
* mais um esboço de crônica. Só pra não perder o costume...

Até Parece


"Deixa o amanhã dizer". Com esse verso, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Dadi e Arnaldo Antunes encerram essa bela canção.
Pra mim, o verso sintetiza uma bela filosofia de vida também...
E para os fãs da Marisa, como eu, o clipe da música. "Mais um oferecimento" do YouTube.

28.7.06

Rio Esfumaçado...

Muitas matérias em toda parte sobre a estiagem aqui no Rio. Quase 30 dias sem chuva, e o resultado é terrível: vários focos de incêndio na mata, ar seco, e um insuportável cheiro de fumaça - que, inclusive, atrapalhou minha corridinha de 5km hoje!
No hemisfério norte, gente morrendo de calor! Numa das reportagens que vi na Globonews, falava-se da morte de mais de 15.000 cabeças de gado num estado norte-americano. Calor também em Paris, com direito a banho em chafariz e nas fontes da cidade.
Bom momento pra se perguntar: qual o preço que vamos ter de pagar por essa exploração insustentável dos recursos hídricos e da natureza em geral? E que semente estamos plantando para as próximas gerações colherem?
Nada animadora a perspectiva a longo prazo...e olha que sou otimista!
E, em curto prazo, um alento. Parece que vem aí uma frente fria...

27.7.06

Copada

Comecei meu dia fazendo uma longa - e deliciosa - entrevista com a professora da UFF, Maria Ciavatta. Na pauta, a história e a evolução das relações de trabalho ao longo do século XX. No meio do papo, a professora disse que vivemos uma crise de valores. Não de valores ético-cristãos, que as religiões sempre pregaram. Mas de valor humanitário; de valor da vida. Ela disse muitas outras coisas interessantes, mas essa frase ficou martelando na minha cabeça.
Voltei pra TV, acessei a internet e, na home dos principais portais, a notícia da agressão ao ator - e ex-paquito - Cláudio Heinrich, numa boate aqui do Rio. Li e logo lembrei da frase da minha entrevistada. Caramba, como alguém pode quebrar um copo na cara de uma pessoa, só porque ela não quer tirar uma foto? Ou por qualquer outra razão! Que coisa mais animalesca! Tão instintivo que o próprio agressor parece ter arrebentado a mão também, com os estilhaços do copo.
Lendo notícias como essa, não dá pra não concordar: a vida tá valendo muito pouco mesmo! E tem muita gente por aí que não vale nada!

Universo Particular: EU VOU!!!

Pois é, quase que não encontrava mais ingresso. Mas tá aqui do lado o pedacinho de papel que me fez mais feliz hoje. Apesar de curtir muito o som da Marisa, de ter os dvd's dela, de saber de cor muitas de suas letras, e de achá-la uma das melhores cantoras desse país, nunca tive o prazer de vê-la, ao vivo, num palco. Uma grave falha de conduta que eu resolvi corrigir...
Todas as resenhas do show que tenho lido tecem só elogios. Ao repertório, à cantora, ao cenário, à iluminação. Cheguei até a ler que se trata do melhor show do ano. Espero que seja mesmo. E, aqui dentro, algo me diz que deve ser. Afinal, Marisa ficou seis anos longe dos palcos e é natural que queira voltar bombando!
Depois digo aqui o que achei...

26.7.06

Bola de neve

Depois de um dia de trabalho, você chega em casa, janta, vê um pouquinho de televisão e resolve acessar a internet pra ler e-mails, visitar os teus sites prediletos e etc. Tudo normal até aí, né? Pois bem...só que, logo na sua caixa de entrada, um e-mail enviado por um amigo traz uma notícia que, supostamente, deveria lhe soar como uma bomba: o orkut estaria ordenando que os usuários atualizassem seus perfis. A idéia é acabar com os perfis falsos. Ainda segundo o e-mail, num tom meio apavorado, quem não fizer a atualização vai ter seu perfil atual excluído pela administração do site...
Cara, ninguém merece! A gente vive num mundo tão doido, tão cheio de problemas...e tem gente que inventa uma piração dessas! Gente que admite ser "chatageado" por um site - que, aliás, precisa dos seus usuários. É, quem precisa de mim é o orkut, eu não preciso dele! Quem eu queria encontrar já encontrei, já tenho os e-mails, já refiz os laços. Sem contar as pessoas que estão na lista e encontro todo dia, e as que nem encontro nunca, mas estão lá!
Agora, o mais chato de tudo isso é esse pessoal que repassa essas mensagens bobocas, fazendo a bola de neve crescer cada vez mais, sem comprovação nenhuma!
Muito sacal!!!

Tempestade no deserto

Podia sentir a areia batendo na cara, quase cortando sua pele. Estava no deserto, e aquela era uma tempestade. No horizonte, mais e mais areia. Mais vento. Mais dor. Mais solidão.
Queria gritar, mas não tinha voz. E também não haveria quem pudesse ouvir. Nem vir em seu socorro. Não adiantava. Nada parecia capaz de lhe tirar daquela situação. E tudo aquilo já durava mais do que poderia suportar.
Já sem forças, quase se atirando ao chão e se entregando à areia que lhe queria engolir, tentou lembrar de como foi parar ali. Como as coisas chegarem aquele ponto? Como havia permitido que chegassem aquele ponto?
Não parava de se fazer perguntas. Ali, no meio daquela imensidão deserta e só, não tinha sequer condições de buscar respostas. Se é que havia resposta.
Só, só sabia que precisaria sair daquela situação...

24.7.06

(re)Start

Despertador. Café da manhã. Cachorro abanando o rabo. Banho. Escova e pasta de dente. Meia, tênis. Bermuda, camiseta, boné, óculos escuros. Bicicleta...
Lá fora, céu azul. Sol. Ar fresco, copas das ávores sacolejando. Gente andando, gente correndo, gente pedalando. Alonga perna. Alonga braço. Estica. Corrida. Suor, cansaço. Papo furado. Cinco quilômetros...
Água. Alívio. Sensação de faxina. Na mente, que mandou pra bem longe as nuvens escuras que pairavam por ali. No corpo extenuado, o prazer pela superação de mais um limite. Mais papo furado. Bicicleta. Pedaladas na marcha pesada..
Chave. Portão. Cachorro - sempre fiel - abanando o rabo. Banho. Jornais...E começa tudo de novo...
[]s pra quem é de []s, Bj pra quem é de Bj!E uma excelente semana pra todo mundo!

Crônica de um flerte*

Poderia jurar que o suor da tulipa tinha a mesma causa do seu: o forte calor que assolava o Rio naquela fim de tarde de inverno. Afrouxou a gravata na saída do escritório e decidou: merecia aquele chope. O dia, além de quente, tinha sido infernal também do ponto de vista do trabalho: nada tinha saído como previsto no fórum!
Parou no mesmo bar de sempre, pediu o chope bem gelado e sem colarinho de sempre. Tomou o primeiro gole devagar, saboreando bem a bebida; como se rogasse para que ela levasse consigo todos os problemas que trazia entalados na garganta. Olhos fechados, sentindo o gosto do chope na boca, tomando conta de suas entranhas, refrescando, relaxando, coroando aquele momento só seu. Abriu os olhos. E viu. Não, o momento não era mais apenas só seu...
Sentada numa mesa cheia de mulheres, lá estava ela. Os cabelos pretos, ondulados, pendiam um pouco abaixo dos ombros. Soltos, sacudindo ao sabor do tímido ventinho que começava a soprar. Um lindo colo exposto numa blusa meio hippie; um olhar festivo emoldurado por um par de sobrancelhas grossas e negras. Alice era o nome dela, Maurício ouviu quando uma das moças chamou.
Alice também já tinha reparado nele: adorava caras de terno. Bebendo uma caipirinha, ela fazia charme. Sorria com o cantinho da boca quando as amigas apontavam para o cara encostado no balcão que estava olhando para ela. Sorria com o cantinho da boca e baixava os olhos, para logo levantá-los novamente, encontrando os olhos de Maurício.
As amigas dela encorajavam, ressaltavam os atributos físicos do rapaz e a ausência de uma aliança em sua mão esquerda. Mas Alice era tímida demais. E Maurício também. Por volta do terceiro chope, ele pensou seriamente em ir até a mesa das moças e perguntar se teria problema em se sentar ali. Mas logo desistiu: elas poderiam não gostar. E o bar nem estava tão cheio assim, não faltavam cadeiras pra se sentar. Inclusive ali mesmo, ao seu lado, no balcão.
Alice estava na segunda caipirinha, e seu sorriso já não era mais tão disfarçado. As amigas instigavam para que se levantasse e, numa providencial ida ao balcão - "para apanhar guardanapos" - ficasse ao lado do "bonitão de terno". Que nada! Nem o álcool lhe daria essa coragem. Até que chegou Hamilton, que trabalhava na mesma loja. Ele logo se juntou ao grupo de moças - sentando-se ao lado de Alice e envolvendo-a num abraço.
Do balcão, Maurício viu a cena. Fechou os olhos de novo, como se para apagar o que tinha acabado de ver. Tomou de uma vez o chope restante na tulipa. É o namorado dela, é claro! Pediu a conta, quinze reais. Tá caro! Claro que uma morena dessa tinha que ter namorado! Não, não, pode ficar com o troco. Saiu sem olhar para a mesa.
Na mesa, as moças ficaram em polvorosa! Eram unânimes ao apontar Hamilton como o pivô do fim daquele flerte! Loiro, forte, tatuagem no braço; abraçando Alice. "É claro que o engravatado ia pensar que você é namorado dela!!!"
Hamilton sorriu: "Ah, não tenho culpa! Nem ia parar aqui...só que quando vi aquele bonitão parado no balcão, não resisti!"
*Criei esse blog para exercitar a escrita. Acho que todos meus amigos já sabem disso. Só que, não sei bem por qual razão, os textos que escrevo aqui têm - salvo raras exceções - narrativas e temáticas muito parecidas. Em parte, eu acho, por uma adequação ao meio (textos extensos demais na internet são um saco); e, por outro lado, por uma preferência minha por discutir - inclusive comigo mesmo..rs... - questões como o tempo, a alegria, a saudade...sentimentos. Além das eventuais críticas de shows, músicas, programas de TV e livros.
Pois bem. Hoje, cansei um pouco desse universo. E cá está essa crônica...

22.7.06

Coisas do tal destino?

Uma amiga muito querida me contou uma história triste. De um casal jovem, apaixonado, cheio de vida e com todos os motivos do mundo pra ser feliz. E que já estava sendo quando, num piscar de olhos, ele se foi pra longe dela. Pra longe de todos que o amavam, pra longe de todos que tanto queriam ver os frutos daquela união. Deixou-a sozinha, triste e chorosa, sofrendo com a morte de seu grande amor.
O tempo passou. Para ela, deve ter sido uma eternidade. Mas não foi muito tempo. E chegou o dia em que ela julgou ter forças para superar toda a tristeza, para driblar toda a dor e recomeçar sua vida. Os parentes e amigos apoiaram aquela iniciativa, certos de que aquela moça tão querida ainda teria muito pra viver; muitos motivos pra sorrir. E lá foi ela: mudando de cidade, mudando de emprego, buscando novos horizontes.
Nessa semana, um acidente interrompeu essa busca. E ela, que já estava longe de todos, foi ainda pra mais longe.
Só se espera que, agora, quando todos que a conheceram sofrem e choram tanto, ela já esteja novamente pertinho de seu grande amor...e assim, talvez, essa história nem seja tão triste...

21.7.06

Carnavália

A música tem mesmo um poder incrível. Conheci essa canção recentemente, com MUITO atraso, como dirão logo os mais "antenados" no assunto - e eu concordo. O fato é que o trabalho dos "Tribalistas" não "me pegou" na época do lançamento do disco, e meu conhecimento acabou ficando restrito aos hits "Já sei namorar" e "Velha infância".
Bom, mas como a arte é imortal, encontrei um vídeo dessa música no YouTube, na interpretação de uma cantora que eu até prefiro não dizer quem é - já tá ficando chato, admito! E gamei! Na canção, claro! Afinal, na cantora eu já sou gamado há bastante tempo!
Segue a letra:
Tribalistas - Carnavália
by Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes
Vem pra minha ala que hoje a nossa escola
Vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória
Neste lugar

Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar

Na Portela tem, Mocidade, Imperatriz
No Império tem, uma vila tão feliz
Beija Flor, meu bem, a porta-bandeira
Na Mangueira tem morena da Tradição
Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou, o surdo escutou
E o meu coração (tamborim)

Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Lá lá lá...
Muito bom! E um muito bom final de semana pra turma toda!
[]s pra quem é de []s e Bj pra quem é de Bj!

20.7.06

Front sem fim?

Na hora do jantar, vendo o telejornal, dei de cara com algumas crianças. Lindas. Libanesas, imersas no mais profundo caos, e, ainda assim, sorridentes. Será que ignoram o horror que as cerca? Será que desconhecem a maldade dos homens? Será que sabem o que é seqüestro? Será que conhecem as regras de uma guerra, onde sempre morrem os civis inocentes?
Será que têm esperança? Será que acreditam num futuro melhor? Será que sonham?
Será que ainda sonham?
Cara, que mundo é esse? Terceiro milênio e ainda tem gente - poderosa, para nossa infelicidade - que crê nas bombas e mísseis como melhores opções para dissolver conflitos. Gente que não se compadece diante de tanta dor e sofrimento causados por essa e por tantas outras mancadas bélicas espalhadas por esse mundo...
Coisa triste...dá vontade de ir correndo para o tal Vilarejo*, que a Marisa anuncia naquela canção linda...
Aliás, o show dela estréia hoje aqui no Rio. Só mesmo a arte pra desopilar nossos fígados diante de tanta coisa ruim por aí...
*E pra quem ainda não viu, AQUI está o clipe da Marisa Monte. Bem bacana!!! Powered by YouTube.

Agora sim!!!

Depois daquela data meio fake, que inventaram na internet algum tempinho atrás, chegou o dia de celebrar as amizades.
Sem mais delongas, agradeço a todos os amigos por compartilharem comigo os bons e maus momentos dessa nossa jornada por aqui!
Abraços e beijos em todos! E feliz dia do amigo!!!

19.7.06

Someday

Um dia desses, quando não houver mais medo de ferir nem de ser ferido, quem sabe? Quem sabe o ponto final saia dali ou, melhor que isso, vire vírgula. Ou, quem sabe? Quem sabe um ponto continuativo, indicando que a velha amizade vá sair ainda mais fortalecida do meio de toda essa confusão daqueles últimos tempos. Quem sabe?
Quem sabe possam se sentar juntos e rir de tudo, das dúvidas e das lágrimas de hoje? Quem sabe se as mágoas do 'agora' não irão se transformar em laços ainda mais fortes no futuro?
Ninguém sabe. Apenas pode ser. Mas também não pode. Tudo é incerto, tudo é incógnita. E aí que mora a beleza da vida...

SPFW: I U KIKO*?

As notícias sobre o evento estão em todo lugar. Quem desfilou onde; quem causou mais tumulto; quem tava na platéia de quê; a tendência; o que não é tendência, etc! Mas...não sei não, pode até ser implicância minha, mas tenho a nítida impressão de que ninguém se interessa tanto assim pela SPFW (a semana de moda de São Paulo). Amigos não comentam, familiares não comentam...parece que aquele carnaval todo nem existe.
Sei que é importante. Sei que emprega muita gente. Sei que é 100% business. Mas precisa desse espaço todo na mídia mesmo? Revista de celebridade tudo bem, mas sempre destaque nas homes dos principais portais? Sei não...
*traduzindo: I u kiko tenho com isso? Sim, é isso mesmo: aquela velha brincadeira idiota dos tempos de criança...

Último ato

Fiquei triste com a morte do Raul Cortez. Grande ator, com uma galeria de interpretações inesquecíveis. Mesmo! Eu, por exemplo, logo associo a sua imagem à novela "Brega&Chique", de 1987 (quase vinte anos!!!)
Mas uma hora essa hora chega pra todos nós. Bregas e chiques...que descanse em paz!

18.7.06

A TV novelizando a vida real...

Esse caso Richthofen está fazendo a festa dos programas populares da televisão. E a história é tratada como se fosse novela. "A moça rica e má que se junta aos irmãos pobres num plano para herdar a fortuna dos pais". Com direito a um irmão mais novo, que parece repetir o clichê do "pequeno órfão". Francamente! Isso está longe de ser jornalismo, está longe de prestar qualquer tipo de serviço à sociedade.
Mostrar um link com imagens de uma perseguição ao carro que leva a moça ao tribunal, sinceramente, é interessante pra quem? O que essa perseguição acrescenta a vida do telespectador, caramba?
Gosto de televisão, mas acho que ela costuma errar feio na cobertura de casos desse tipo. Agora, na internet, leio trechos do depoimento do irmão da Suzane. Muito triste a história desse rapaz. E sei que, certamente, será um prato-cheio para os programas vespertinos de amanhã...uma pena!

17.7.06

Fim de sessão

Um dia notou que as coisas já eram diferentes, já não lembravam mais os velhos tempos. Um dia notou que o sorriso era meio forçado, que o silêncio ganhava cada vez mais espaço no meio das conversas, e que essas conversas eram cada vez mais evasivas. Não queria ver, não queria que fosse desse jeito. E seguiu...
Seguiu acreditando na possibilidade de tudo ser diferente daquela vez - e só daquela. Seguiu em frente, tentando convencer aquela voz que nos fala ao pé do ouvido de que tudo aquilo era uma impressão falsa; de que tudo estava bem como sempre achou que esteve. Seguiu se enganando. E se deixando enganar.
Mas num dia outro, no meio de outra conversa pontuada por - longos - silêncios, viu que o fim daquele filme já tinha passado. Sentiu-se como se tivesse cochilado na sua poltrona confortável. Era isso: adormecera sem ver que o filme tinha acabado. Agora, luzes acesas, cinema vazio, era hora de levantar e ir embora. Só.
Só se ressentiu porque ninguém avisou sobre o fim do filme...

Vovó moderna

Essa senhora de 68 anos chamou a atenção de todo mundo que assistia ao capítulo de "Páginas da Vida" no último sábado. E não se trata de nenhuma atriz do elenco! Protagonista de um dos momentos mais marcantes da história de Manoel Carlos, a vovó moderna confessou como teve o seu primeiro orgasmo - ao som de Roberto Carlos - de cara pra câmera. O depoimento foi forte, e já rende polêmica na mídia especializada.
Assisti em Aracaju, no hotel. No domingo de manhã, no saguão do aeroporto, o assunto da equipe inteira era esse: o grau de exposição ao qual essa senhora se submeteu (ou foi submetida?). E não tinha nada de moralismo não! Foi só uma reflexão de uma turma que conhece a força da máquina televisão...
Na minha opinião, o depoimento é completamente dispensável para uma novela que, certamente, tem muitas crianças no bolo da audiência. E que tem um autor capaz de criar grandes tramas...
ATUALIZAÇÃO: pelo visto, até a TV Globo reconheceu o excesso...
*Clique na imagem para assistir ao polêmico depoimento...

Bula da vida?

Tantas vezes achou que tinha o poder de escrever linhas e mais linhas no livro da vida. Pensava muito sobre isso: um livro grande, que deve ficar guardado em algum lugar (no paraíso? num 'outro plano'?). E que vai sendo escrito na medida em que vamos vivendo por aqui; palavras surgindo magicamente, brotando no branco das folhas como numa seqüência de um dos filmes do Harry Potter. Páginas e páginas de uma história idelizada para ter sempre um final feliz.
Depois de tanto tempo pensando assim, mudou de idéia. Tudo agora lhe parecia bem diferente! Nesse livro a gente até escreve, mas é só pra completar uma ou outra lacuna; como naqueles exercícios bobinhos que a molecada faz na escola. Em algum lugar, nessa biblioteca que guarda as nossas existências, tudo já tá escrito. As lacunas funcionam como opções de uma prova de múltipla-escolha - que a molecada, aliás, também faz muito na época da escola. E é esse livre-arbítrio, essa múltipla-escolha, que vai ditar se seremos bem sucedidos ou não na nossa história.
Então, o barato pode ser esperar a hora de optar, a hora das escolhas, pra escolher certo! Ou, "ir vivendo o que for sendo", como diz a personagem criada pela Clarice Lispector num de seus livros*. Será?
Bom, esse post serve pra dizer que o blogueiro aqui está de volta. E deseja a todos uma boa semana!
Vivam o que vier! Aproveitem o quanto der! E bora ser feliz porque essa vida é uma só!!!
[]s!!!
* o livro em questão é "A paixão segundo G.H."

15.7.06

Tarde no paraíso...*

Brecha rápida no cronograma de gravações. E trocamos um almoço tranqüilo no hotel, seguido de uma tarde de farto descanso, por um passeio a Mangue Seco. A península, que fica no norte do estado da Bahia, serviu de cenário para as gravações da novela "Tieta", da TV Globo.
O lugar é impressionante! O contato com a natureza já começa na travessia de lancha - indo de Sergipe, como fui, é preciso atravessar o Rio Real. Muita brisa na cara, verde pelos lados e uma imensidão de céu e água emoldurando uma das mais belas paisagens que o blogueiro aqui já viu na vida.
Depois de atracar, logo fizemos um tour de buggy. O "buggeiro" fazia, com muito talento, as vezes de guia turístico. Ora apontando um par de coqueiros na beira da praia - "Romeu e Julieta, onde Daniela Mercury gravou um clipe" -, ora todo empolgado ao nos mostrar os locais que serviram de locação para "Tieta". Lá estão a igrejinha de Perpétua, a casa de "Seu" Esteves, os coqueirais e as dunas - onde a "cabrita" Tieta fazia aquele antológico "béééééééé"...! No topo de uma dessas montanhas, entre as centenas de cliques que fiz, pude assistir a um dos mais belos espetáculos que a natureza pode oferecer num paraíso desses: o pôr-do-sol! Lindo demais mesmo!
Terminado o passeio, almoçamos um delicioso peixe com molho de camarão - sim, só às seis da tarde! E na volta, noite feita, nossa lancha cruzou o rio no breu profundo. Dava até um certo medo, porque há muitos bancos de areia em alguns trechos do percurso, mas só de olhar para o alto e ver o céu "coalhado de estrelas", já valia muito a pena. Sem contar no balé dos plânctons, que, incandescentes, iluminavam as águas do rio por onde a gente passava.
Uma bela tarde que parece ter saído das páginas de um romance de Jorge Amado...
*o blogueiro posta direto da praia de Atalaia, em Aracaju.

13.7.06

Maratona no ar rumo a Aracaju!!!

Do outro lado da linha, Gilberto. O cara é gente finíssima, daquele tipo que faz o seu trabalho com a maior simpatia - aliás, como todos do hotel em que a nossa equipe ficou hospedada durante nossa temporada chuvosa em Natal. Quando o telefone tocou naquele quarto escuro, eu já sabia que a notícia não era das melhores. Mas, pelo tom de voz do Gilberto, parecia até que ele estava me avisando que eu tinha acertado sozinho as dezenas da loteria...
- Seu Murilo, BOM DIA!!! Já são 3 horas!
É...três horas da manhã! O início de uma longa jornada que nos levaria de Natal até Aracaju. Cidades próximas? Sim, relativamente. Só que as rotas - doidas - da companhia aérea nos levaram a um périplo: Natal - Recife / Recife - Brasília / Brasília - Salvador / Salvador (ufa!) - Aracaju. Mais de 8 horas dentro de aviões, cruzando salões de aeroportos e enfrentando pequenas turbulências. O pinga-pinga foi tamanho que, em dados momentos, até mesmo a comissária de bordo trocava as bolas ao anunciar nossos próximos destinos. Chegou a dizer que já estávamos prestes a pousar em Fortaleza - para espanto geral de nossa equipe, temerosa por ter ido parar no lugar errado.
E cá estou eu, mais de dezoito horas depois do telefonema do Gilberto, ainda acordado. Fascinado com a hospitalidade e a simpatia do pessoal aqui do nordeste, feliz com o resultado do trabalho - e louco pra conseguir uma brecha pra conhecer as maravilhas de Sergipe (que, aliás, são muitas).
Se conseguir, conto aqui...aliás, muita inspiração pra várias crônicas depois que chegar ao Rio. Mas essas são outras histórias...
[]s e até a próxima!

11.7.06

Diário de bordo*

Entre tapioca, carne-de-sol e camarões, arrumo um tempo pra me conectar. Sempre sinto falta da internet quando fico muito tempo longe da minha rotina - que sempre inclui a Rede; em casa e na tevê. Pois bem: cá estou! E vejo que o mundo continua rodando: que a foca Zidane foi encontrada no litoral do Rio, que a Polícia de São Paulo sofreu mais um ataque e que o primeiro bebê de proveta da história vai ser mãe. Sim, o mundo continua rodando - alimentado por um monte de notícias que não fazem a menor falta...
Aqui, a rotina tem sido mais leve. Vi, no hotel, a estréia da novela nova. Achei meio boboca o primeiro capítulo, mas fiquei contente por ver um amigo começando a realizar um grande sonho. E o cara já estréia como neto do Tarcisão e da Glória. O maior barato!
Outra coisa boa é ter um tempo todo seu pra "faxinar" a mente. E isso não tem faltado aqui, mesmo com tanto trabalho!
Além das orgias gastronômicas - impublicáveis - também tenho me alimentado de cultura. Trouxe dois livros e já começo a achar que vou precisar comprar um terceiro lá em Aracaju. E as páginas finais da vida de Carmen Miranda mostram como o sucesso pode ser, muitas vezes, um grande carrasco!
O lado ruim foi descobrir que a minha operadora de celular, que alardeia aos quatro cantos cobrir 100% do território nacional; não funciona em Natal! Numa das mais importantes capitais do nordeste do país, nada de celular. Nada de SMS, nada de foto-torpedos! Já tenho assunto pra um e-mail bem malcriado para a página de "cartas dos leitores" dos jornais, quando voltar ao Rio...
[]s a todos e até a próxima!
*o blogueiro posta direto da praia de Ponta Negra, em Natal (Rio Grande do Norte)

Ciclo

Olhou pro mar verde e sentiu-se, mais uma vez, recomeçando.
Tanto tempo depois, a mesma cidade, a mesma situação.
O que havia de diferente?
Não precisou pensar muito: sabia que não era mais o mesmo.

Como o mar, que nunca produz duas ondas idênticas.
Que nunca cospe duas conchas iguais.
Se era bom ou ruim, não sabia.
Sabia, apenas, não ser a mesma pessoa de anos atrás.

10.7.06

Recado

Blogueiro viajando.
Posts assim que possível.
Abraços a todos, excelente semana e até a volta!

8.7.06

C'est la vie...

Gostei do final. Foi coerente.
Bia Falcão com o michê, em Paris, deve ter chocado muita gente. Na ficção, espera-se, o bem deve sempre triunfar sobre o mal. Os vilões devem sofrer, pagar por seus pecados - e crimes - e com a própria vida, de preferência. O clamor do público pela justiça é implacável.
Só que a vida real nem sempre é assim. Quantos vilões a gente não conhece, que estão dando sopa por aí? Já parou pra pensar? Quantas Bias não estão por aqui, à nossa volta? Mesmo sem a caricatura e a loucura toda da personagem da ficção; também são capazes das maiores vilanias para tirar proveito de tudo. E de todos. Usam cada situação - por menor que seja - pra tirar algum tipo de vantagem. Eu, sinceramente, devo conhecer pencas delas.
Acho que muitos devem estar reclamando por um final mais "moralista". Eu prefiro o contrário: que a sociedade se moralize, antes de esperar que os vilões da ficção - e apenas eles - tenham o destino que merecem.

7.7.06

Vôo centenário

Esse ano será comemorado o centenário do vôo pioneiro de Santos Dumont com o 14 Bis. E o "pai da aviação" vai ser tema de uma série do "Salto", logo no início de agosto. Hoje, assisti a gravação de uma das entrevistas e fiquei impressionado! Não com as invenções, não com a inquietação que impulsionava Santos Dumont a criar tanta coisa. Mas com a nossa plena incapacidade de reconhecer como todas essas criações estão presentes no nosso dia-a-dia.
Quer um exemplo? Nas palavras do entrevistado; se não fosse o avião, o comércio eletrônico não teria o menor sentido: afinal, a gente compra pelo computador, "mas ele não cospe o produto direto na nossa casa"! E, sem avião, esperar até 2 meses pela entrega - por navio - de um livro, DVD, CD ou afim não teria sentido. Seria muito mais prático bater uma perninha e ir comprar numa loja "de verdade".
Raciocínio interessante, né?

E o tiro vai para...


Uma bala disparada, frisada no meio da tela graças a um efeito de computação gráfica. De um lado, a mega-vilã. Do outro, uma das mocinhas da trama, e o ex-mocinho, que virou canalha, e que todo mundo aposta que vai virar mocinho de novo. Quem leva o tiro?
Essa é a pergunta que milhões de brasileiros devem estar se fazendo hoje, pelos quatro cantos do país. E assim, Sílvio de Abreu criou ainda mais suspense para o último capítulo de "Belíssima".
Lendo os sites especializados, vi algumas projeções. A expectativa é de que o episódio final da novela quebre o recorde de "América", de 66 pontos de audiência. Eu espero que quebre. Vale lembrar que os altos índices de audiência da novela anterior são atribuídos à polêmica em torno da primeira cena de um beijo gay na teledramaturgia nacional. A cena foi gravada, o alarde foi feito, o público esperou...e houve censura. E o público saiu traído...
Hoje, todos podem se tranqüilizar. Pelo menos é certo que essa bala se mova...e chegue a algum lugar.

6.7.06

Amor além da vida?

"A viagem", novela produzida em 1994, pela Rede Globo, está levantando a audiência da emissora no período vespertino. Essa semana, quando a protagonista morreu e foi para o "Nosso Lar" - o outro plano - o público se mostrou mobilizado. No meu círculo de relações, pessoas que deixaram os capítulos gravando, e gente que evitou atender o telefone na hora das cenas.
No YouTube é possível ver algumas das seqüências. Eu, com minha memória de peixe, assisti pra lembrar. E são fortes, bonitas e muito bem interpretadas...
Agora, o que mais me chama atenção é a razão de tanto burburinho, se estamos falando de uma reprise. E, mais ainda, se lembrarmos que a reprise é, de fato, um remake: a versão original, de Ivani Ribeiro, foi produzida em 1975, pela TV Tupi.
Acho que o tema é a resposta pra essa minha curiosidade. A curiosidade sobre o que nos aguarda "do outro lado" não é novidade, e sempre mobilizou o ser humano. Além disso, há também o mito do "amor eterno", capaz de "vencer até mesmo a morte". Vendo o reencontro de Otávio e Dinah, depois da morte, o público se enche de esperanças para buscar o grande amor - de preferência, por aqui mesmo. Sem contar que é muito confortante a idéia de que há um outro lugar, onde a paz reina, onde as pessoas são felizes e onde todos aqueles que amamos - e que já se foram - estarão de braços abertos quando chegar a nossa hora. Quero dizer, todos aqueles que andaram na linha por aqui. Afinal, o Alexandre está bem longe do paraíso...

5.7.06

"Ela só pensa em beijar..."

Acabei de ler que a Hebe foi proibida de dar "selinhos" nos convidados durante o seu programa. Segundo a própria apresentadora, em entrevista à revista "IstoÉ Gente", o pessoal do SBT achou que ela não tem mais idade pra fazer essas "gracinhas".
Achei preconceituoso o argumento. Demais! Quando estive lá no SBT pra gravar os bastidores do programa, pude ver o quanto o público venera a Hebe. Eles chegam a gritar, clamando por um selinho da apresentadora! Na minha modesta opinião, é exatamente essa espontaneidade que tanto atrai o público da Hebe; é disso que eles gostam. E é isso que ela tem de melhor...
Aliás, cá entre nós, com mais de 50 anos de televisão, a Hebe pode tudo, né não?

Carmen

Sim, esse post é da série "eu recomendo"!!!
Acho que já contei aqui que estou lendo a biografia da Carmen Miranda, escrita pelo Ruy Castro. É um tijolão, com mais de 500 páginas, que merece ser devorado. Lendo, a gente descobre que a Carmen era uma figuraça...! É interessante ver como funcionava a indústria do entretenimento nas primeiras décadas do século passado. E ver como nasceu, como viveu e como fez sucesso a brasileira mais famosa do século XX.

4.7.06

Review

Eu no "Jornal da Castelo", no ano 2000: foi lá que tudo começou...
1999. Jovem, inexperiente...e cheio de vontade de acertar, lá estava eu, microfone em punho, posando de dono da situação. Mas a pose, de vez em quando, desandava: numa pergunta vacilante, num verbo que parecia fugir da boca, escapar da língua; numa entonação imprópria para o texto da reportagem. Era um aprendiz de repórter, gaguejando na primeira entrevista importante da vida - com a dona da universidade, da qual era bolsista - mas sem medo de tocar em assuntos importantes, como um rombo nas contas da instituição.
É engraçado, angustiante, incômodo e curioso rever trabalhos antigos. Hoje, começando a digitalizar parte do meu arquivo de reportagens, vivi todas essas sensações. Notei como o tempo passou rápido: já são 7 anos e parece que foi ontem. Ri das minhas falhas, comuns em quem está aprendendo. Fiquei angustiado com elas também. E notei como é curiosa essa jornada; como tarefas que antes me assustavam agora soam completamente naturais pra mim. Revi amigos, lembrei de colegas e situações. Senti saudade. E, melhor do que tudo isso, comprovei, nessa "olhada pra trás", que escolhi realmente o caminho certo. O meu caminho!

3.7.06

Belíssima e bombadíssima!!!

A polêmica da semana, como não poderia deixar de ser, é sobre o final da novela das 8. Gente fazendo bolão, roteiro falso caindo nas mãos da imprensa, milhares de especulações sobre os rumos dos principais personagens. Com direito ao autor prometendo que as cenas decisivas serão gravadas poucas horas antes da exibição...
Todo o cuidado com essa novela é mesmo compreensível. Semana passada, no "Salto", a gente fez uma série bacana discutindo a televisão e, durante as pesquisas, li que a cada dia (noite) cerca de 60 milhões de pessoas assistem à novela. É muita gente! Esse povo todo diante da tevê faz dessa a segunda novela mais vista de todos os tempos (só perde pra "Senhora do Destino"). Muita gente que, agora, quer saber quem é o filho (ou filha?) da Bia Falcão e quem é que fala com o André pelo telefone.
Deve ser muito gratificante para o autor e para toda a equipe ter uma resposta imensa dessas do público. Um terço da população do país, acompanhando a novela diariamente é um sinal mais do que claro de aprovação e de apreço pelo trabalho realizado.
Mas também é muito gratificante contar sempre com vocês, meus 4 fiéis leitores de sempre...rs!
[]s a todos e uma ótima semana!

2.7.06

A vergonha da nação...

1º ATO

Ontem, logo depois do final do jogo - para os brasileiros, também final da copa - acessei a internet. Queria ler coisas sobre os bastidores da partida, ler a análise dos comentaristas; entender melhor a tragédia de roteiro familiar que se abateu sobre todos nós. No meio do caminho, acessei o orkut.Lá em cima, no meu perfil, uma foto-montagem que eu mesmo criei. Estou lá, com a camisa da seleção e uma imensa torcida no segundo plano, bandeira brasileira aberta e bem colorida tremulando. Olhei pra foto e nem pensei duas vezes: troquei. Não passou um minuto, um dos meus contatos me mandou um scrap. Dizia-se envergonhado de ser brasileiro, dada a falta de empenho de nossos craques em campo. E concluía: "pelo visto você também né? Pra até trocar de foto!!!"Era um comentário. Mas me incomodou. Logo respondi que não, que tenho orgulho por ser brasileiro, e que isso não se restringe a uma Copa. Afinal, não sou brasileiro só de 4 em 4 anos...

2º ATO

Hoje, no shopping. Caras amarradas. Silêncio. Pouca gente nas lojas, pouca gente se entupindo de porcarias na praça de alimentação. Minha prima, também impressionada com o fenômeno (ops, o trocadilho não foi intencional, juro!!!) disse que "até parecia que alguém muito querido de todos tinha morrido". E pior é que parecia mesmo.Fiquei impressionado. Mesmo! Voltei pra casa até achando que posso estar na contramão; que muitos outros brasileiros podem sentir, como o meu contato do orkut, vergonha num momento desses. Fiquei triste com nossa saída da copa sim, claro. Mas o que me envergonha, de fato, é ver que todo o "amor pela pátria" era mais carnaval do que qualquer outra coisa. É ver que as blusas verde e amarelas vão agora pro fundo dos armários; e que a torcida, que devia ser para o PAÍS dar certo, era apenas mesmo pra SELEÇÃO dar certo. É ver que os brasileiros só parecem se importar com o Brasil em tempos de Copa do Mundo. Mesmo que o resultado dela - favorável ou não - não interfira, nunca, em nada nas nossas vidas.Isso sim é uma vergonha!
P.S.: E como são tristes as fotos dos torcedores chorando pelo hexa derramado. Em breve uma delas - bela e triste - vai figurar no topo desse post.

Inocência

Quando moleque, não entendia as coisas dos adultos. Não entendia os vincos nas testas, as expressões carregadas, a escassez de sorrisos. Não entendia tanto tempo gasto pra falar de problemas, de dinheiro, e tão poucos minutos destinados à simples apreciação das coisas belas da vida.
Quando moleque, seu problema era apenas escolher. Escolher entre o boneco do He-man ou os do Comandos em Ação. Escolher sorvete de chocolate ou de morango. Escolher entre Pac-man e River Raid no seu videogame Atari.
Aí o tempo passou. Continuava a achar todos muito sisudos ao seu redor, sempre dando muito mais importância às coisas mixurucas da vida. Fofocas, rancores e mágoas em vez de abraços e risadas. Tudo estranho. Tudo em desacordo com o que pensava que devia ser.
Aí o tempo passou. Agora, precisava escolher as pessoas das quais gostaria de se cercar. E o tipo de relação que queria ter com elas. Tinha que escolher os caminhos a seguir; e com quem queria seguir. Vez por outra, escolhia e, quando via, estava novamente só, andando rumo ao desconhecido. A companhia ficara pra trás, de novo, sem despedida.
Mesmo assim, continuava a caminhada. E às vezes, bem no meio do caminho, sentia uma saudade danada daqueles tempos em que só precisava escolher o cartucho do videogame, o sabor do sorvete ou o boneco ideal pra suas batalhas de mentirinha...

1.7.06

Não deu...

Brasil 0 x França 1
É...nem sempre dá. Fica a tristeza por um jogo em que o Brasil não parecia o Brasil; em que os jogadores não expressavam em campo um décimo sequer da alegria de viver dos 180 milhões de brasileiros, vidrados em futebol, que acompanharam todos os jogos da seleção como se fossem batalhas; e como se nelas, as vitórias representassem a garantia de dias melhores para todo o país.
Fica o lamento; o nó na garganta. Sim, fica. Mas é preciso reconhecer que, mesmo enquanto estava ganhando, a nossa seleção nunca chegou a demonstrar um futebol que justificasse o título. Como vem fazendo a Alemanha. Como vem fazendo a seleção portuguesa, regida pelo Felipão. E como vinham fazendo a Argentina (e é duro reconhecer isso, viu?) e a Inglaterra.
É isso. Vida que segue...

Agora é a nossa vez!!!



Mais um vídeo do Babelturbo no clima da Copa do Mundo. E hoje a parada é dura: Brasil x França! Depois daquela final fatídica na copa de 98, "maintenant sera notre fois!" Ou, em bom português, "Agora é a nossa vez!!!"

Sobre uma certa lágrima...

A lágrima marcou-lhe o rosto, deixando pra trás um curso de tristeza e dor. Brotava do coração, e não do cantinho de seus olhos. Não era salgada como são todas as outras; tinha um gosto amargo - o gosto da frustração. O gosto de quem se depara com o eterno mesmo problema de sempre; que, vez por outra, até parece solucionado. Só parece.
A lágrima caiu no chão, pra onde também estavam voltados seus olhos, cansados de sonhar com vôos altos demais - e inatingíveis demais. Caiu no chão aquele pingo e o silêncio da gota batendo na terra pareceu-lhe ensurdecedor. Era o som da ausência, do vazio, de todo um espaço em seu peito que antes parecia preenchido. Só parecia.