22.2.10

Da série: "a pergunta que não quer calar..." 81

Sempre que viajo em voos nacionais, eu me sinto um pouco idiota. Explico: há quase uma década, as principais companhias aéreas brasileiras anunciavam uma "grave crise no setor", uma espécie de tela azul do windows que poderia causar sérios danos ao sistema de aviação civil do país. Empresas - até então aparentemente - sólidas quebraram, lucros foram reduzidos, demissões despedaçaram o mercado de trabalho de comissários de bordo, pilotos e afins e...o serviço de bordo passou a fazer companhia aos micos leões dourados e às araras azuis: entrou em extinção!
Lembro bem de fazer deliciosas refeições voando por aí. E de um sem número de cafés-da-manhã fantásticos que mandei pra dentro durante os voos - numa época em que não importava nem a extensão do trecho: o fundamental era tratar bem o passageiro.
Pois bem, como um Katrina, o furacão da crise varreu a comilança dos voos nacionais. E veio a insuportável era das barrinhas de cereais e dos saquinhos de amendoim com refrigerante. Período que perdura até hoje.
Porém, caríssimos, passada quase uma década do anúncio da turbulência financeira que se abateu sobre as companhias aéreas que cortam os céus brasileiros, não é raro vermos reportagens alardeando o crescimento do número de viagens domésticos, o aumento do número de passageiros e, consequentemente, do faturamento e dos lucros de empresas como a Tam e a Gol/Varig. E como as passagens (definitivamente) nunca tiveram uma redução substancial de preços, pergunto-vos: o que justifica que continuemos a ser tratados praticamente na base do pão e água pelos céus???

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