"Chorar, muitas vezes, soa a falsidade", diz a mãe de Isabella, acusada de frieza em meio à maior tragédia de sua vida...
Ana Carolina Oliveira, a mãe da menina Isabella, quebrou o silêncio no Dia das Mães, no "Fantástico". Mais do que analisar a entrevista, quero aqui falar de algo que me angustiou bastante ao longo desses trinta e poucos dias de vasta cobertura do caso: o julgamento à mãe da menina.
Sim, viciados que estamos em mídia, passamos a estranhar o silêncio da mãe de Isabella. Mais, passamos a criticá-la por ir à missa do Padre Marcelo, por falar com Xuxa e Ivete Sangalo, por aparecer na televisão batendo palmas sob o comando do padre-cantor. Ouvi por diversas vezes que a mãe da menina era "fria demais" e que "devia ter alguma coisa errada nessa história".
Sempre rebati essa análise burocrática dos fatos. Ana Carolina Oliveira é jovem, foi mãe muito cedo e talvez sequer tenha compreendido a dimensão da tragédia que se abateu sobre sua vida. Algo que ela mesma confirmou hoje, durante a conversa com Patrícia Poeta. Julgá-la por aparecer em público serena, sem o rosto desfigurado pela dor de perder a filha, a mim parece algo covarde e sem sentido. Até porque, chorar é o que mais a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, fez durante entrevista dada ao mesmo programa. E não vi ninguém acreditar que se tratavam de lágrimas sinceras...
A entrevista, bem produzida, teve senões. Deslizes aqui e ali - e me refiro à condução, não ao desempenho da entrevistada. Mas mesmo esses deslizes - que alguns classificam como tentativa de fazer da conversa um espetáculo - são, ao menos para mim, plenamente justificáveis. Mesmo para quem trabalha com jornalismo - e a equipe do "Fantástico" é repleta de excelentes profissionais - tratar esse tema é um desafio. Delicado demais, pesado demais. Triste demais. Por isso, acho louvável a postura de Patrícia Poeta e louvável o "furo" do "Show da Vida" - sim, não nos esqueçamos que o que vale é sair na frente da concorrência.
Mas, sobretudo, valeu para lembrar aos que julgaram a mãe de Isabella como fria que nem sempre o que parece é. Para lembrá-los de que cada um processa vitórias e derrotas de um jeito e que, mesmo na hora de tamanho sofrimento, há diferenças entre todos nós...
3 comentários:
Concordo plenamente, como ela mesma disse, a "ficha" está caindo agora, e sem dúvidas o último domingo foi um dia de muita dor para ela.
Parabéns pelo blog.
Bom dia!
Olá,
querido amigo.
Eu gostei muito da condução da entrevista por parte da Patrícia Poeta. Ela não foi invasiva, mas não deixou de perguntar o que tinha que ser perguntado. Acho que ela está dando um banho e conseguindo entrevistas muito legais. Nem preciso dizer que dá de 1000 a zero na patricinha-socialite Glória Maria - que de jornalista não tem mais nada há uns 8 anos.
Bjs
tô contigo e não abro!!! bjs e abs nem sempre são sinais de amor como tb o sofrimento não pode ser mensurado em lágrimas.
sds
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