Num making of, o diretor fala que a escolha de Marion Cotillard para viver Piaf já estava definida desde o início e a atriz revela que não quis fazer uma imitação no filme, e que o mais difícil foi dublar as canções de Piaf...
Na noite de sexta, dois amigos queridos - Érika e Gustavo - dividiram comigo a mais bela experiências cinematográficas desse 2007. Depois de 10 horas de trabalho, fui com eles conferir "Piaf, Um hino ao amor", de Olivier Dahan. O filme é, disparado, a mais bonita cinebiografia a que já assisti.
Emotivo do início ao fim, "La Môme" (título original) tem o mérito de revelar ao mundo toda a carga de emoção que fez parte da vida da maior cantora francesa em todos os tempos, sem o tom protecionista que impera em algumas biografias de ídolos levadas para o cinema. O roteiro, também assinado por Dahan, é inteligente, foge da previsível ordem cronológica e nos oferece Piaf ora jovem, ora madura, ora criança, ora no leito de morte. Sempre forte, sempre sedutora, sempre apaixonante!
Pelos olhos incrivelmente expressivos de Marion Cotillard, a Piaf do filme, conhecemos o sofrimento que marcou a trajetória da intérprete de clássicos imortais como "Non, je ne regrette rien", "La vie en Rose" e "L'hymne a l'amour". Marion é dona de um talento descomunal e nota-se a cada olhar a intensidade do mergulho dado por essa grande atriz na obra, na vida e, fundamentalmente, na essência de Piaf.
A direção é primorosa e o mesmo adjetivo vale para a fotografia e, claro, a trilha sonora. Para os que, como eu, são fãs dos planos-seqüência (cenas sem cortes), o filme de Olivier Dahan traz pérolas preciosas. Uma delas, a mais forte do filme, ainda integra à beleza da cena uma explosão de talento da intérprete de Piaf. Trata-se de uma cena inesquecível, muito emocionante e que valeria, por si só, o ingresso.
Por tudo isso e muito mais, recomendo a todos que vejam "Piaf, Um hino ao amor". E que saiam do cinema, como eu, torcendo por um Oscar para Marion Cotillard; refletindo sobre os "pequenos" problemas da vida que teimamos em engradecer; e agradecendo a Deus por ter mandado para essa Terra, um dia, uma menina francesa que cantava como um pássaro e cujo talento, desde descoberto, nunca mais deixou de ser reverenciado...
Um comentário:
Quando assiti Piaf pela primeira vez, entri no cinema cético cina obra e saí em estado de graça. Você foi definitivo ao classificar como a melhor cinebiografia que assistiu. Pra mim também foi.
Ah, parabéns pelos links no youtube. Vale a pena conferir todos!
Grande abraço e parabéns !
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