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Perguntou tudo aquilo ao pedaço de papel branco. Nada ele respondeu. Então, leu, releu, amassou o confidente silencioso e arremessou para o portador de todos os seus segredos mais íntimos: o lixo.
Olhava para o cesto e podia enxergar todas as juras silenciosas de amor e fidelidade, todos os sonhos sonhados quando estava só, toda a esperança de que a fase ruim passaria logo; tudo estava lá, amassado, estragado. Relutava um pouco, mas deu o mesmo destino à coragem para continuar acreditando que um dia chegaria o seu dia.
Na estante, que só não estava mais empoeirada que seu coração, viu a ampulheta em seu eterno exercício de contar o tempo. E lembrou que cada grão de areia caído era uma chance única de ser feliz.
Cada vez havia menos areia por cair. E não estava sendo...
Um comentário:
Gostei! Beijos.
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