9.9.07

Passe bem!

Fazes questão de ressurgir de uma forma feia, desagradável; escolhendo para si os adjetivos que estão longe de significar qualidades positivas.
Ressurges sem meu consentimento, monte de retalhos das fotos que rasguei, fragmentos de memória que apaguei. Voltas, tempo passado; tempo de dores que não eram minhas, de problemas que não eram meus...
Parece querer fazer questão de se mostrar novamente a mim, oferta que, de pronto, recuso. Não por mágoa, não por resquício de sentimento outro que não a sincera falta de vontade. Falta-me o desejo de saber de ti, dos teus, das tuas coisas e de tua vida. Falta-me a vontade de ouvir tuas palavras e mesmo os teus elogios dispensáveis e deslocados. Falta-me vontade de ter contigo qualquer postura outra que não o distanciamento.
Que até aqui tive e tanto bem me fez.
E que continuará a fazer, porque entre as poucas certezas que tenho na vida, está essa, de que nasci para viver longe de ti; e que o encontro de nossas histórias serviu única e exclusivamente para me lembrar dos valores nos quais não creio e dos defeitos que mais abomino.
Por isso e por todo o resto que não cabe aqui expor, bloqueio novamente você da minha vida. E escolho, uma vez mais, deixar-te longe da minha felicidade simples, da leveza com que levo meus dias e da minha monótona e saborosíssima falta de problemas alheios...

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