11.7.09

Diário de bordo: Lisboa 2

Alguns portugueses são muito amáveis com os brasileiros. Outros não dispensam nenhum tipo de tratamento especial aos habitantes da antiga colônia. O que não chega a revelar uma implicância. No geral, os lisboetas tendem a parecer um bocado ásperos na forma de falar e, principalmente, de responder eventuais indagações. Foi o que aconteceu quando, numa pastelaria, eu quis saber se as queijadinhas de Évora eram iguais às de Sintra.
A vendedora me respondeu, como quem diz uma grande novidade:
- As de Évora são as de Évora, e as de Sintra são as de Sintra!
Sem acusar o golpe, perguntei:- E a senhora tem as queijadinhas de Sintra?
- Não, ora! As de Sintra, só em Sintra!
Tentei buscar alguma lógica, uma vez que a mesma loja, em Lisboa, vendia as queijadinhas de Évora. Mas desisti: era melhor não argumentar.
Em outra situação, numa das estações do metrô, avistei uma funcionária e me aproximei:
- A senhora sabe me dizer se aqui tem banheiro?
Ela, com feição de quem parecia transtornada, respondeu, um pouco alterada, com uma nova pergunta:
- É o que é?
Por alguns segundos pensei que tinha falado alguma bobagem grave. E minha prima explicou: banheiro, em Portugal, é sala de banho!
Mas há também os lisboetas que fazem de tudo para ajudar o turista. Como uma senhorinha, típica beata, que encontrei saindo da Igreja de Santo Antônio. Perguntei se aquela era a Sé de Lisboa e ela, carinhosamente, só faltou me pegar pela mão pra apontar a direção correta a seguir. Uma simpatia mesmo!
Enfim, essas são apenas algumas das demonstrações de quão paradoxal e cativante pode ser essa cidade que me encantou desde o primeiro instante. E o engraçado é imaginar que conhecer Lisboa sempre foi um sonho pra mim e que, depois de realizado, não me decepcionou por um minuto sequer...

PS.: Agora sim: o próximo post será sobre direto de Paris, onde já estou. Té +!

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