26.7.09

Descobri Amália Rodrigues...

Uma das minhas maiores descobertas durante as férias foi o fado. Esse lamento musical, expressão máxima da música portuguesa, tem uma beleza muito particular. Os fados tratam dos sofrimentos diversos com uma propriedade inquestionável. E o canto, sofrido, enfeitado e, em alguns momentos, contido, sabe ser magoado e dolorido. Falando de dores, de amores e tristezas, o fado é muito mais que português: é universal!
Depois de ouvir algumas canções em Lisboa, entrei numa loja e catei logo um Cd com os maiores sucessos de Amália Rodrigues, a Rainha do Fado. Amália cantou esse tipo de música como ninguém, e alcançou muito sucesso em várias partes do mundo. Aliás, uma curiosidade: os primeiros discos de Amália foram gravados no Brasil, em meados da década de 40.
Um dos fados mais bonitos na voz de Amália, pra mim, é Barco Negro. Apreciem sem moderação:

Na volta da viagem, durante o voo, vi um documentário sobre a vida e a obra da dona dessa grande voz. Num dos trechos, Amália se mostrava constrangida por nunca ter se sentido feliz, apesar de todo o sucesso e de toda a glória que experimentou ao longo dos seus mais de 40 anos de carreira. Pedia perdão a Deus por isso. E eu fiquei pensando: será que alguém feliz teria cantado tão bem a tristeza?

Amália morreu há quase 10 anos, em outubro de 1999.

Um comentário:

Raquel Med Andrade disse...

Oi, Mumu!
É "triste", mas é verdade:a tristeza é mesmo um tremendo combustível para a criatividade, que o diga Kafka, MJ e tantos outros que reverteram suas dores e dramas privados em arte das boas.
E, a propósito do fado, nosso Chico Buarque gravou um belíssimo, que alíás gosto baste. A música do mestre das mulheres chama-se "Fado" (eu acho).
Beijos