O que acho bacana nesse programa é uma espécie de sensação de transparência que ele transmite a quem assiste. Explico: por mais que se pretenda fazer um jornalismo imparcial, a construção de QUALQUER matéria, em TV, jornal ou revista, implica em determinadas escolhas. Em alguns casos, exemplos de um jornalismo que deve ser combatido, essas escolhas são pautadas, por exemplo, por interesses do veículo e/ou de anunciantes. Em outros, essas escolhas são feitas de forma a privilegiar entrevistas e/ou imagens que ajudem a contar melhor a história.
Em ambos os exemplos, as escolhas e seus critérios passam pelo leitor/espectador sem que sejam percebidos.
No Profissão Repórter, a gente tem a sensação de testemunhar esses momentos em que uma equipe de reportagem se vê diante dos dilemas envolvidos na narração de um fato. No programa de hoje, que estou vendo agora, achei complicado o trecho em que Caco Barcellos gargalhava do entrevistado, um homem surdo. Em seguida, a mesma matéria mostrou o personagem, Wilson, ouvindo a própria voz. E gargalhando! O momento, realmente muito emocionante, tinha tudo pra se tornar piegas, não fosse a opção por mostrá-lo de uma forma leve e engraçada. Como, de fato, é o tal sujeito...
Sou fã do Profissão Repórter! Principalmente porque as reportagens passam longe do lugar-comum, e longe da superficialidade tão marcante nos programas jornalísticos hoje em dia. Se desse aula numa faculdade de Jornalismo, diria aos meus alunos que esse é um daqueles programas que todo aspirante à carreira tem que assistir!
E você? Gosta?
Um comentário:
Adoro esse programa! Acho super natural e gosto principalmente pq mostra como as matérias se desenrolam, os bastidores e tal...
Beijos
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