Eram, de verdade, muito próximos. Complementavam-se, preenchiam-se. Necessitavam um do outro o tempo todo. Conversavam muitas vezes por dia. Vez por outra, o pensamento era tão forte que atraía uma ligação telefônica. Vez por outra, varavam a madrugada conversando coisas da vida; anseios e angústias que compunham seus cotidianos. Vez por outra, brigavam. Mas a birra nunca durava muito: alguém sempre cedia para que as coisas voltassem aos eixos. E o eixo de um girava em torno do outro. Nunca esconderam isso. Mas também não falavam disso o tempo todo...
Os quilômetros de distância não se refletiam no calor daquela relação. A distância era mesmo só física, geográfica. Não se refletia no plano dos sentimentos, do afeto que nutriam e que alimentava aquele vínculo, que construía todos os dias uma história mais e mais forte. E mais e mais bonita.
Como a Lua e o Sol, nunca tinham se encontrado. Mas, sabiam, tinham criado uma relação mais sólida que a de muitos pares de irmãos. Mais verdadeira, mais digna, mais afetuosa. Tinham escrito uma história a quatro mãos, e sabiam que o final só chegaria se fosse feliz para os dois. Até que um dia, veio o eclipse...
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