Quando pensei que toda a crueldade da história envolvendo o desaparecimento de Eliza Samúdio já tinha me chocado bastante, um novo fato me deixou realmente triste: ver, ontem, Bruno circular por Belo Horizonte algemado e vestindo o uniforme do sistema carcerário de Minas. Antes que alguém me acuse de estar defendendo o suspeito de um crime covarde, explico: o procedimento é esse mesmo, ok. Suspeito como é - carregando o peso de todos os indícios levantados pela polícia - Bruno parece ter feito por merecer tanto o uniforme quanto as algemas.
Também não pensem que me solidarizo com o suspeito por não dar importância ao que parece ter sido feito da vítima. Não! O crime foi bárbaro, revoltante, e todos os envolvidos devem ser punido exemplarmente. Sejam eles quem quer que sejam.
Minha tristeza não tem a ver com qualquer sensação de injustiça. Tem a ver com o sentimento de um rubro-negro que se habituou às belas defesas de Bruno, à sua garra, sua altivez e à força do líder que ele soube ser no Flamengo. Bruno era um dos maiores ídolos do time - com todos os altos e baixos que caracterizam uma relação longa com a maior torcida do país - era parte fundamental da imagem de um Flamengo jovem, vencedor, campeão. Bruno era o capitão do meu time, ergueu as taças de nossas conquistas no Estadual e, mais que isso, levantou a taça do Hexa rubro-negro. Quantos e quantos moleques desse Brasil não se imaginaram ali, no lugar daquele grande goleiro naquele momento?
Ícone de uma conquista tão importante, Bruno agora surge na TV em outro uniforme. No lugar da foto para o pôster do título, a imagem de um preso fichado na polícia. E em vez dos gritos de campeão, a torcida formada pela opinião pública agora grita "assassino". Tudo muito triste.
É claro que as pessoas são responsáveis pelas suas escolhas - e que devem, portanto, pagar por elas. O que não impede, é claro, que eu lamente profundamente por ver escolhas tão infelizes. Ainda mais quando elas são feitas por um (ex) ídolo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário