Perdemos. De um jeito estúpido, depois de um primeiro tempo irrepreensível, da melhor apresentação da seleção nesta copa. Perdemos. Perdemos o caminho para o gol, perdemos a paciência, perdemos a concentração, perdemos a cabeça. Perdemos um jogador. Perdemos gols que não podem ser desperdiçados.
Perdemos o jogo. E a chance do hexa...
Vi o jogo sozinho num quarto de hotel, meio chumbado por uma inflamação na garganta, e essa derrota bateu mal. Nessa copa que discutimos com uma seleção tão controversa, sob o comando de um técnico polêmico como o Dunga, ver o povo comemorar as vitórias da seleção me fez cair a ficha de como o futebol é importante pra esse nosso país. Ópio do povo? Que nada! O futebol é parte de nós, ele nos constitui, é traço fundamental desse jeito de sermos brasileiros. Aqui, futebol é arte. É arte popular, dominada por amantes da bola de norte a sul desse Brasil imenso. O futebol está impresso no DNA de cada brasileiro.
Hoje, depois de perdermos, tive a sensação de que essa derrota soa quase como uma mutilação. Perdemos uma motivação, perdemos uma fonte de alegria, perdemos uma vitrine para dizer ao mundo como somos bons.
Mas esses momentos de dor podem ser transformadores. Se há quatro anos pensávamos que a zona na concentração poderia ter contribuído para o resultado indesejado na Copa da Alemanha, parece claro que o regime de caserna imposto aos atletas na África do Sul também está longe de ser o ideal. E é daí que precisam vir as mudanças para que o Brasil conquiste novamente um lugar importante na elite do futebol mundial. Porque, por tudo o que apresentamos nesta copa, esse lugar não é, nesse momento, nosso.
Pra encerrar esse post, acho bacana contar uma história que vivi hoje. Uma colega de trabalho ligou pra casa e ouviu o filho pequeno dizer que estava muito triste com a derrota brasileira. E ela disse: "filho, a vida é assim mesmo. Às vezes a gente perde, em outras a gente ganha. O Brasil já ganhou um monte de vezes, né? Essa é a vez de outros ganharem..."
Inocente, eu sei. Mas é a mais pura realidade. Porque se é grande a frustração, também é grande o peso da responsabilidade de termos de ser sempre os melhores mesmo quando - como dessa vez - estamos longe de sê-lo...
E bola pra frente!!!
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