Há três anos, pra comemorar o aniversário de 80 anos da minha vó, eu resolvi fazer um documentário sobre a vida dela. A proposta não era fazer nada pretensioso, nem experimentar inovações na linguagem ou na narrativa: queria, afetivamente, prestar uma homenagem à dona Zezé, que dedicou boa parte de seus 80 anos a nos dar tanto amor.
O projeto incluiu duas viagens e entrevistas com boa parte da família: entre irmãos, filhos, netos e bisnetos, quase 30 pessoas.
Foi uma ralação danada: depois de finalizadas as gravações - que fazia nos finais de semana - passei algumas madrugadas editando o filme para que ele ficasse pronto a tempo da exibição, agendada, não por acaso, para acontecer no dia da festa de aniversário da minha vó.
O resultado me deu muito orgulho. Mais que ver o filme com toda a família, naquela noite, vi minha vó emocionada, feliz e, o mais importante, ciente do amor que todos sentimos por ela.
Ela, que vendia saúde, morreu de repente, cinco meses depois daquele dia tão especial...
Minha vó (de azul) dança com tia Gracy na festa de 80 anos, em 2007 |
Ter feito esse filme e ter proporcionado - e vivido - momentos tão marcantes por conta dele me ajudaram bastante a superar toda a tristeza que veio junto com a morte da minha vó. E, além disso, eu não percebi que esse documentário tinha outro valor: o registro das histórias e dos personagens da minha família. São várias gerações eternizadas ali, em áudio e vídeo. Uma recordação que todos nós teremos para sempre...
Hoje, mais um personagem dessa história se foi. Tia Gracy, irmã mais velha de minha vó, foi passear com ela entre as nuvens. Sempre tão afetuosa, alegre, brincalhona, dançando e contando casos nas festas da família, aquela senhorinha de voz rouca e boa memória se foi, claro, já deixando muitas saudades.
Vai com Deus, minha tia! E leve um beijo cheio de amor pra minha vó...
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