Jornalístico do SBT mostrou imagens de portadores de HIV em seus últimos dias de vida... |
Na última segunda, o programa de Roberto Cabrini no SBT exibiu reportagens sobre a vida de pessoas portadoras do HIV. A pauta não é inédita, claro, e me chamou atenção um dado: nos encaminhamos para a terceira década sob a ameaça desse vírus! Impressiona pensar que, apesar de todos os (grandes) avanços no tratamento, ainda não há no horizonte a perspectiva da cura em curto ou médio prazo.
O Conexão Repórter foi contundente ao mostrar a vida de portadores do HIV. Mostrou pacientes em estado terminal. Pôs no ar imagens de pessoas que morreram duas, três semanas depois das gravações. Entre essas vítimas da epidemia, uma jovem inconsciente, mantida em casa, cuidada pela mãe. Angustiante...
Entre os depoimentos de soropositivos, dois me chamaram mais atenção: o de um garoto jovem, que contraiu o vírus ao transar com a namorada sem preservativo. A moça sabia que estava infectada e não o avisou. Hoje, já com algumas sequelas, o garoto sonha em construir uma família. Diz isso sorrindo, com a pureza de quem confessa um sonho verdadeiro, legítimo. Genuíno. Fiquei emocionado...
O outro depoimento também foi de um jovem. Soropositivo, ele revelou ter usado drogas por pensar que "já que ia morrer, vamos ver como é". Acabou tendo complicações. Na entrevista, parecia bem. Perguntado sobre qual o seu maior medo, revelou: "o de não ser feliz". O rosto do garoto foi frisado na edição e a locução deu a triste notícia: ele morreu duas semanas depois.
Foi forte demais pra mim. Mudei de canal. Sou fraco. E não sei o que pensar sobre o programa. Mostrar imagens de pessoas em seus últimos instantes de vida me pareceu um pouco demais - sobretudo no caso da moça que, inconsciente, obviamente não foi consultada sobre. Por outro lado, enquanto pesquisas e estudos revelam que jovens cada vez têm usado menos preservativos, parece válido mostrar que, por mais que o tratamento tenha evoluído em termos de qualidade de vida para o soropositivo, a Aids ainda é uma doença séria, grave.
Repito: não tenho opinião sobre o Conexão Repórter. Mas se Roberto Cabrini pretendeu dar um soco na minha cara, conseguiu! E doeu!
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