14.4.10

Da série: "a pergunta que não quer calar..." 85

Hoje, depois de suar a camisa na academia, peguei meu carro no estacionamento e, antes de dar a partida, liguei pra minha operadora de telefonia celular. Tinha algumas dúvidas para esclarecer. Completada a ligação, botei o telefone no viva-voz, ganhei as ruas da Lapa e zarpei pra casa.
O primeiro contato com a Vivo é a voz de um homem, gravada, saudando o cliente. Gentil, ele pede que, ao fim da ligação, uma nota seja atribuída ao atendimento prestado, à fim de "aprimorar" os "serviços" da companhia.
Depois do homem, uma música. Repetida à exaustão, duas, três, cinco, sete, infinitas vezes. Uma música irritante que, suponho, só tem razão de ser se seu objetivo for irritar o cliente e fazê-lo desistir do contato. Afinal, sabemos, ninguém liga para empresas prestadoras de serviço para dizer que tudo está correndo às mil maravilhas; quem liga, liga porque tem problemas. Quer se queixar...
Quer, mas nem sempre consegue...
Mas sou paciente. Quer dizer, eu me esforço para ser paciente. E, vejam vocês, depois de 20 minutos ouvindo música, eu fui atendido. Lembram que tinha feito a ligação enquanto deixava a Lapa? Pois bem, caros leitores, só fui atendido quando já estava em Irajá! Pra quem não conhece o Rio de Janeiro, eis a imagem:
O ponto A sinaliza a localização do bairro da Lapa, no Centro da cidade. B indica a posição de Irajá, na Zona Norte. Em azul, o trajeto percorrido entre os dois pontos, enquanto a Vivo deixava sua musiquinha tocar...
Percorridos quase 28km desde o início da ligação, vejam vocês que a atendente que passou a conversar comigo, já diante da minha primeira pergunta, fez o pedido mais indecente que pode ser feito a um sujeito na minha situação. Insensível como ela só, pediu que eu "aguardasse um instantinho". Passados três minutos de musiquinha - A MESMA INSUPORTÁVEL MUSIQUINHA!!! - deixei minha paciência de lado e desliguei. Desisti de reclamar. Fiquei me sentindo um babaca, mas, cansado depois de um dia cheio de atividades, precisava me manter acordado ao volante. E a sinfonia da Vivo, além de irritar, só faz ter vontade de dormir...
Talvez agora você esteja se perguntando: "mas, afinal, cadê a pergunta que não quer calar???!!!"
Pois então...eu guardei a indagação pro fim. Pensem comigo: se a Vivo pede que seus clientes avaliem a qualidade dos atendimentos prestados por telefone com o objetivo de "melhorar seus serviços" e, ainda assim, atende tão mal e porcamente os consumidores que a sustentam, fica a pergunta: será que as notas dadas têm sido tão altas à ponto de nada precisar ser melhorado? Ou será que a "melhoria" é oferecer uma trilha sonora para sufocar os consumidores reclamões?
Fala sério, hein!

3 comentários:

Ana disse...

Elementar, caro Murilo.
A nota só é dada no final. Depois de horas de musiquinha, ninguém chega ao final pra dar a nota. Então, eles também não precisam fazer as melhorias.
Tudo friamente calculado para destruie nossa sanidade mentaltin.

Raquel Med Andrade disse...

Murilo, finalmente a justiça resolver interceder a nosso favor. Recentemente, obrigou a Brasil Telecom, por exemplo a indenizar uma pessoa em R$ 20.000,00 , por conta desse atendimento que não atende.
Ainda considero a quantia pequena perto do desgaste emocional, psicológico e fpisico que as empresas submetem seus clientes (nesse caso que mencionei, a pessou tentou resolver um problema durante 3 meses. Sem sucesso, o cliente sofreu um infarto e, pasme, faleceu 3 dias depois...)
Tanto sofrimento deveria ser o bastante para que mudassem essa história.
Beijos

® ♫ The Brit ♪ ® disse...

Oi Murilo,
Adorei seu texto! alem de sendo tao chato pra vc a historia foi bem engraçado, contado com otimo humor!!rsrs
Depois lendo eu pensou a seguinte: Que bom que você não parou seu carro para faz a ligação, se não você nunca chegou em casa! haha
Abraços!
The Return of The Brit!