Além das pulseiras coloridas, decisão também veta o uso de bonés e de telefones celulares |
Li na coluna de ontem do amigo @fernandomolica, Informe do Dia, sobre a decisão da Secretaria Municipal de Educação do Rio de proibir o uso das chamadas "pulseiras do sexo" nas escolas públicas da cidade. O motivo alegado é a sucessão de episódios violentos que, de uma forma ou de outra, aparecem associados ao uso do acessório. Na maior parte dos casos, meninas são violentadas em decorrência de um "jogo" envolvendo as tais pulseiras...
Não duvido da boa vontade dos responsáveis pela medida. E sou a favor de tudo o que pode ser feito para proteger crianças e adolescentes de qualquer tipo de violência. Mas me questiono sobre a eficácia da decisão. Primeiro, por um motivo simples: crianças e jovens podem deixar de usar a pulseira na escola. Mas SÓ na escola. E fora dos muros escolares? Tudo pode acontecer?
Também me pergunto sobre a pertinência de uma proibição. Ela é mesmo adequada? E será que, em alguma medida, esse veto ao uso das pulseiras pode acabar contribuindo para jogar ainda mais luz sobre o polêmico acessório? Sim, estou pensando no velho clichê de que "tudo o que é proibido é mais gostoso".
Não tenho as respostas. Mas creio que as escolas poderiam se unir em torno de discussões sobre essa temática. Sexualidade ainda é um tabu muito forte entre professores, gestores escolares e demais funcionários do corpo escolar. Os pais, por sua vez, também não se mostram - de modo geral - muito simpáticos quando o assunto aparece inserido à prática pedagógica. E, assim, opta-se por um silêncio. Joga-se um manto de invisibilidade sobre algo que desperta a curiosidade de crianças e jovens, como se não houvesse outras fontes nas quais eles pudessem buscar informações. E poucos são os que parecem interessados em discutir a qualidade dessas informações que chegam aos alunos. No geral, falta mediação.
Ao deixar de falar de sexo, a escola - impulsionada pela família - acaba deixando crianças e jovens entregues à própria sorte. E todos acabam vítimas de um jogo de azar que vai muito além das pulseirinhas da discórdia...
2 comentários:
Oi Murilo, td bem? Tenho uma histórinha em relação a isso. Já havia ouvido falar nessas tais pulseirinhas, mas não sabia como elas eram. Outro dia fui ao mercadinho próximo à minha casa e a atendente estava com várias pulseirinhas coloridas no braço, pulseiras essas que me chamaram a atenção. Por quê? Na minha adolescência eu usei essas pulseiras, e adorava. E mais, minhas prediletas eram justamente as pretas. Mas não porque "estava disponível a tudo", e sim porque Madonna, na época de Procura-se Susan Desesperadamente, usava. Já na década de 90, foi a vez das coloridas chegarem ao mercado. Mesmo assim, eu ainda gostava das pretas. Desta ve por causa do New Kids. rsrs
Bem, confesso que pensei em comprá-las de novo. Até minha sobrinha me alertar a respeito desse modismo perigoso.
Voltando a sua questão, é complicado. Sempre fui contra a qualquer tipo de censura e, assim como vc, me pergunto se o "proibir" não vai chamar mais a atenção dessas crianças.
Mas já ouvi dizer que em Santa Catarina, onde ocorreu um dos primeiros casos de violência, estava rolando um esquema para impedi-las de chegar ao mercado. Por isso acredito que, talvez, esse seja o caminho.
Acho chato porque toda menina é vaidosa, principalmente na adolescência. Quando aparecem acessórios de fácil acesso - elas custam em torno de R$1,00 ou R$2,00, 10 unidades - é claro que essas meninas vão se interessar.
A inconsequência foi ter um louco que inventasse um joguinho idiota desse e loucos maiores à solta por aí, capazes de acreditar que uma menina de 13, 14 anos, está se insinuando através de uma pulseira preta, vermelha, roxa...
É isso!
Bjs,
Taty!
Vamos atualizar o broguin?
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