Filme que conta a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos promete se tornar um campeão de bilheteria... |
Conferi o novo longa de Daniel Filho na noite de ontem, dia de estreia da produção nos cinemas de todo o país. E pelo que vi - dentro e fora da sala de exibição - vem aí mais um grande sucesso para a griffe do diretor que está envolvido com algumas das maiores bilheteriais de filmes nacionais desde a chamada retomada do cinema. As salas abarrotadas, os ingressos esgotados com três horas de antecedência e muita, muita procura por tudo o que está relacionado ao filme demonstram que Daniel Filho, definitivamente, foi feliz ao levar para a telona a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos.
O roteiro é costurado a partir de participações de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. As respostas do entrevistado dão a largada para que sejam contadas na telona passagens da vida do médium mineiro, como a infância sofrida e o início do contato com seu guia espiritual, Emmanuel. O recurso não é original, mas não compromete o desenvolvimento da história.
Enquanto Chico Xavier conta suas histórias e fala de sua doutrina, o público se vê representado no personagem de Tony Ramos. Diretor de TV do programa que tem o médium como convidado, ele é um ateu às voltas com um drama familiar que vai testar sua capacidade de crer. O mesmo teste que, de forma bem sutil, é colocado diante de quem entra no cinema disposto a duvidar de Chico Xavier.
O elenco é estelar. Tony Ramos faz um trabalho brilhante e a cena em que seu personagem muda de postura é primorosa. Cristiane Torloni também faz uma bela participação e emociona, sobretudo, ao confrontar a personagem de Cassia Kiss - esta, em um pequeno e comovente papel.
A missão de dar vida ao protagonista foi encarada por dois grandes atores. Ângelo Antônio e Nelson Xavier. Nelson se vale de uma impressionante semelhança com o médium em sua fase madura, fato que contribui para que seu desempenho seja convincente. Mas é Ângelo Antônio que consegue a façanha de personificar Chico Xavier em sua fase mais jovem, emprestando expressões, posturas e uma docilidade ao personagem, numa fase em que ele ainda não era tão conhecido do grande público. O Chico Xavier de Ângelo Antônio "explica" o Chico mais velho, interpretado por Nelson Xavier.
Emmanuel, o guia espiritual que acompanhou o médio brasileiro por toda a vida, é interpretado por André Dias. Irônico, questionador e firme com o médium, o espírito de luz arranca risadas e faz pensar. Bem em mais esse personagem, André se destaca. E o mesmo acontece com Charles Fricks, que dá vida ao jornalista David Nasser. Quando Chico Xavier já era nacionalmente conhecido, o repórter empreendeu uma reportagem de denúncia. Surge na tela quase como um vilão. Mas não teve grande sucesso em sua empreitada...
Chico Xavier - O filme faz pensar. Faz sentir. E faz admirar a bela história de vida desse brasileiro que nasceu e morreu na simplicidade, sem jamais tirar proveito do dom divino, dividido com milhares de irmãos de fé.
Ter ido ao cinema ontem , dia 2 de abril de 2010, foi uma bela forma de celebrar esse homem de fé, no dia em que seu primeiro centenário foi lembrado.
Recomendo!
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