Os dias têm sido curtos pra tanta coisa que anda acontecendo lá no trabalho. Estamos na maior correria para produzir uma série de reportagens sobre a televisão, e a balbúrdia impera na redação! Produtoras tentando marcar gravações com personalidades importantes na história da tv; reuniões para a definição de como vai ser cada matéria e, além de tudo, a produção paralela de outras 30 reportagens, de outros temas. E mais tudo o que envolve um programa diário e ao vivo: convidados chegando, matérias editadas que precisam ser assistidas previamente, etc...
Nesse cenário de caos completo - e de produção efervescente - eis que, milagrosamente, faz-se o silêncio. Uma produtora, grande amiga de voz potente, está ao telefone. Segundos antes, tinha olhado pra mim e dito:
- Vou tentar agora ligar pra TV Record em São Paulo...
Coitada! Muita coisa na cabeça. Milhares de pessoas falando, milhares de ligações por fazer. E, depois de fazê-las, mais um punhado delas a executar. É preciso ter autorização de 300 departamentos até que se consiga a palavra final para gravar uma entrevista com algum artista da Tv...nada é simples! E tudo é confuso!
Pois então. Lá está a produtora de voz potente ao telefone. Silêncio total na redação. Do outro lado da linha, alguém atende a ligação. E ela emenda:
- Alô! É do SBT?
Alguém responde. Claro, não era do SBT. E ela argumenta:
- Nossa, é claro! Imagina...é que são tantas ligações...queria falar com a produção do programa do Roberto Justus...
Sorri. Fiz um sinal pra ela, só pra pertubar, indicando que eu tinha percebido o mico ali, em seu habitat natural. Ela sorriu também.Minutos depois, a mesma produtora tem uma nova missão: marcar uma entrevista com uma famosa atriz da TV, que participou de um programa infantil chamado "Capitão Furacão", nos primórdios da TV Globo. O personagem-título era interpretado pelo ator Pietro Mario Francesco.
Até aí, tudo bem. O problema é que, no meio do caminho da produtora de voz potente estava um outro programa infantil; o "Capitão Aza", que era interpretado pelo ator Wilson Vianna, morto em 2003. Pois bem, no meio de tantos capitães, e solidária na conversa com a atriz, a produtora da voz possante lamentou:
Até aí, tudo bem. O problema é que, no meio do caminho da produtora de voz potente estava um outro programa infantil; o "Capitão Aza", que era interpretado pelo ator Wilson Vianna, morto em 2003. Pois bem, no meio de tantos capitães, e solidária na conversa com a atriz, a produtora da voz possante lamentou:
- Pois é, uma pena que o Wilson faleceu...
E a atriz:
- Mas eu não trabalhei com o Wilson!!!
A produtora, sem perder o rebolado:
- Claro, claro...mas é triste que ele tenha morrido, né?
Por essas e outras é que acho que, muitas vezes, os bastidores são a melhor parte de um programa de televisão.
E que bom que essa minha amiga da voz possante e do coração de ouro sabe rir de si mesma. Ela me contou o diálogo com a atriz e tornou possível esse texto. Gente que se leva muito a sério é meio chato, né não?
2 comentários:
Socorro, Murilo! Ando mesmo piradex, hein? É que a cabeça anda divorciada do corpo... Mas não perco a pose que é o que me resta... Se bem que a Elisângela anda tão antiga que com folga podia ter participado de comercial da Palmolive. Além disso, entre tantos e tantos capitães, ela é uma privilegiada por não sucumbir pelos oceanos da vida. E que vá para os ares seja com o Furacão ou na Aza de alguém, falou? Adorei o texto, querido! Bjão.
ha, ha... só de imaginar já estou aqui morrendo de rir!!! beijão pra vcs.
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