18.5.06

As agruras da produtora de voz potente...

Os dias têm sido curtos pra tanta coisa que anda acontecendo lá no trabalho. Estamos na maior correria para produzir uma série de reportagens sobre a televisão, e a balbúrdia impera na redação! Produtoras tentando marcar gravações com personalidades importantes na história da tv; reuniões para a definição de como vai ser cada matéria e, além de tudo, a produção paralela de outras 30 reportagens, de outros temas. E mais tudo o que envolve um programa diário e ao vivo: convidados chegando, matérias editadas que precisam ser assistidas previamente, etc...
Nesse cenário de caos completo - e de produção efervescente - eis que, milagrosamente, faz-se o silêncio. Uma produtora, grande amiga de voz potente, está ao telefone. Segundos antes, tinha olhado pra mim e dito:
- Vou tentar agora ligar pra TV Record em São Paulo...
Coitada! Muita coisa na cabeça. Milhares de pessoas falando, milhares de ligações por fazer. E, depois de fazê-las, mais um punhado delas a executar. É preciso ter autorização de 300 departamentos até que se consiga a palavra final para gravar uma entrevista com algum artista da Tv...nada é simples! E tudo é confuso!
Pois então. Lá está a produtora de voz potente ao telefone. Silêncio total na redação. Do outro lado da linha, alguém atende a ligação. E ela emenda:
- Alô! É do SBT?
Alguém responde. Claro, não era do SBT. E ela argumenta:
- Nossa, é claro! Imagina...é que são tantas ligações...queria falar com a produção do programa do Roberto Justus...
Sorri. Fiz um sinal pra ela, só pra pertubar, indicando que eu tinha percebido o mico ali, em seu habitat natural. Ela sorriu também.
Minutos depois, a mesma produtora tem uma nova missão: marcar uma entrevista com uma famosa atriz da TV, que participou de um programa infantil chamado "Capitão Furacão", nos primórdios da TV Globo. O personagem-título era interpretado pelo ator Pietro Mario Francesco.
Até aí, tudo bem. O problema é que, no meio do caminho da produtora de voz potente estava um outro programa infantil; o "Capitão Aza", que era interpretado pelo ator Wilson Vianna, morto em 2003. Pois bem, no meio de tantos capitães, e solidária na conversa com a atriz, a produtora da voz possante lamentou:
- Pois é, uma pena que o Wilson faleceu...
E a atriz:
- Mas eu não trabalhei com o Wilson!!!
A produtora, sem perder o rebolado:
- Claro, claro...mas é triste que ele tenha morrido, né?
Por essas e outras é que acho que, muitas vezes, os bastidores são a melhor parte de um programa de televisão.
E que bom que essa minha amiga da voz possante e do coração de ouro sabe rir de si mesma. Ela me contou o diálogo com a atriz e tornou possível esse texto. Gente que se leva muito a sério é meio chato, né não?

2 comentários:

Anônimo disse...

Socorro, Murilo! Ando mesmo piradex, hein? É que a cabeça anda divorciada do corpo... Mas não perco a pose que é o que me resta... Se bem que a Elisângela anda tão antiga que com folga podia ter participado de comercial da Palmolive. Além disso, entre tantos e tantos capitães, ela é uma privilegiada por não sucumbir pelos oceanos da vida. E que vá para os ares seja com o Furacão ou na Aza de alguém, falou? Adorei o texto, querido! Bjão.

isabella saes disse...

ha, ha... só de imaginar já estou aqui morrendo de rir!!! beijão pra vcs.