Ela chegou sem avisar, vilã-mor da arte de subtrair alguns pequenos - e deliciosos - prazeres do dia-a-dia.
Pôs-se de frente para os meus olhos e me fez perder a visão. Tirou de mim o gostinho de conferir as várias cores que pintam o céu ao entardecer. Levou embora consigo o balé das folhas das árvores, executado na cadência dos ventos. Excluiu toda e qualquer possibilidade de se apreciar o cair da noite, com o azul-escuro do céu todo respingado de estrelas. E apagou do céu - de todos os céus, de todos os dias - o brilho da lua. De todas as luas...
Colocou fim, por fim, à alegria diária de saber que mais uma noite chega e, com ela, chega o fim de mais um dia. De trabalho.
É... não gostei da película espelhada que instalaram nas janelas da redação do programa em que trabalho...!
2 comentários:
Concordo contigo em cabeça, tronco e membros - todos mutilados a partir de então. Nós, que gozávamos ainda entorpecidos da paisagem nem tão bela - mas imaginação é o que não nos falta, hein? Mas lá estava, impávida. Agora ficamos olhando o preto, sinal de luto. Luto pela cegueira a que me submeto,sob protestos. Sempre.
Florzinha!!!
Bjão!!!
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