O trem já ia longe quando notou que tinha ficado ali, parado, esquecido no meio da estação. No meio de tantos rostos estranhos, não chegou a sentir solidão maior da que sentia quando estava rodeado dos que diziam ser seus amigos.
Sentou num banco da estação e ficou olhando para o nada. Queria se encontrar em algum lugar; sabia que tinha se perdido de si mesmo.
E vieram as lágrimas, e, com elas, uma tristeza doída por ver que o seu trem, o trem da sua vida, parecia se mover sobre trilhos em forma de círculo. E sempre que começava a se habituar aos solavancos da viagem, perdia-se naquela mesma estação.
Não sabia se tinha mais forças pra embarcar de novo.
Aliás, não sabia mais se o trem voltaria a buscá-lo naquela estação...
19.9.06
Estação Sofrimento
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