As nuvens corriam no céu. Negras. Densas. Vento forte, folhas secas voando por todos os cantos.
Vendedores gritando os guarda-chuvas mais baratos. Só aqui na minha mão, freguês; anunciavam ambulantes berrando, vendendo e desmontando suas barracas.
Vendedores gritando os guarda-chuvas mais baratos. Só aqui na minha mão, freguês; anunciavam ambulantes berrando, vendendo e desmontando suas barracas.
Andando por ali, viu quando uma rajada de vento levou embora muitas pipocas do garotinho. Ele - o garotinho - chorou. E ele também. Pingos grossos de chuva molhavam seu rosto, sua roupa, o chão. Molhavam tudo. E se confundiam com seu pranto. Sorte de principiante, pensou: chorar no meio da rua não é o mais bonito dos espetáculos que se pode oferecer...
Pensou também que como as nuvens correndo no céu, o vento forte, as folhas caídas voando, os ambulantes gritando, as barracas sendo desmontadas, as pipocas roubadas do garoto pela rajada de vento e como os pingos grossos de chuva; tudo estava acontecendo ao mesmo tempo em sua vida. Tudo. De uma vez, num piscar de olhos.
E seus olhos nem precisavam piscar para libertar toda aquela dor que escorria por seu rosto, misturada à água da chuva...
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