Hoje, uma querida colega de trabalho está se despedindo de sua vovó. Esse é um momento duro, difícil mesmo. Quando a gente perde uma vó muito querida, é como se a vida nos desse um tapa na cara gritando: "vai pro mundo, você cresceu! Acabou a molezinha!". Nunca tinha pensado nisso, mas foi exatamente assim que me senti quando perdi a minha vó, há quase três anos.
De lá pra cá, é inegável: nunca mais fui o mesmo. Nunca mais tive a mesma relação com a velhice, nunca mais enxerguei a família da mesma forma e, de um certo modo, nunca mais me senti tão completo...
Mas não me tornei amargo, tristonho ou infeliz. Nada disso combina comigo. Mudei, cresci. Fiquei mais ciente da nossa impermanência e passei a valorizar mais cada momento que tenho pra desfrutar ao lado de uma pessoa amada. Sinto ainda muita saudade da minha vó, claro, mas a dor já tá mais abrandada.
Gosto de pensar que ela está num lugar lindo, sendo feliz, olhando pra gente aqui embaixo e fazendo de tudo pra nos proteger. Intercedendo para que nossos momentos de alegria superem sempre os de dor. E preparando o terreno para o dia em que estaremos todos juntos de novo. E, se é que existe outra vida, esse dia será de festa! Tenho certeza de que ela vai se empenhar muito para que seus salgadinhos estejam deliciosos como sempre!
Por isso, Fernandinha, chore sim. Sinta saudade. Mas pense que sua vovó agora tá lá de cima, protegendo você, sua família e guiando os passos de vocês. E tenho certeza de que ela ficará bem se todos estiverem bem...
Força, viu?
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