Ontem, num gelado final de manhã de domingo, eu e a equipe do Salto chegamos à Feira de São Cristóvão. O objetivo era gravar reportagens pra última série inédita que exibiremos nesse semestre, daqui a três semanas. Mergulhamos no universo dos repentistas, ouvimos repentes feitos especialmente para o programa e aprendemos a lição de que repente é como pão: pra ser bom, tem que ser feito na hora!
Mas o que mais me chamou a atenção foi a história do Mestre Azulão. Um paraibano de quase 80 anos, que há 61 anos vive a rotina da feira. Cordelista e repentista, ele já publicou 318 livretos de cordel. Escreve sobre tudo: sobre o ataque às Torres Gêmeas, sobre o assassinato da menina Isabela Nardoni, sobre os cuidados com o meio ambiente...até sobre os mensalões e os escândalos da política nacional.
A carreira de cordelista começou em 1954. O tema do primeiro cordel? O suicídio de Getúlio Vargas. Pois é...criando versos e rimas, Mestre Azulão é uma daquelas fantásticas testemunhas da história...
Além dessa trajetória longa, o que me chamou a atenção foi a vivacidade daquele velhinho. Sua simpatia, seu prazer em dividir suas histórias, sua simplicidade e toda a genialidade de quem sabe que a vida não deve ser tão levada a sério.
Os livretos de Mestre Azulão custam R$ 2. Pouco. Quase nada diante da sua incalculável sabedoria...
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