30.4.10

Da série: "a luz no fim do túnel é um trem vindo pra cá..." 43

Não é de hoje que as operadoras de telefonia importunam seus clientes. Isso não me espanta. O que me espanta é o fato de que essas empresas parecem se empenhar - e muito - para deixar clara sua completa incompetência de gerir os relacionamentos com seus clientes. Isso sem falar na qualidade dos serviços prestados. Ontem, protagonizei um desses momentos que chegam a ser engraçados, de tão absurdos. De um lado da linha, uma funcionária do setor de cobrança da Vivo. Do outro, eu.
Vamos aos fatos: a operadora me ofereceu 50% de desconto na fatura do meu modem 3G. E abril seria o último mês da promoção. Só que, mostrando que realmente é bem viva, a empresa me enviou uma fatura sem qualquer indício de abatimento. Como também não tô morto, liguei há duas semanas, reclamei e uma atendente me alertou que uma nova fatura, com os valores corretos, seria enviada pra mim em cinco dias úteis.
Como cumprir prazos não é o forte dessas companhias telefônicas - é impressionante!- a nova fatura não chegou. E eu também não liguei...
Ontem, a atendente ligou para o telefone da minha casa:
- Senhor Murilo, aqui é Leââândra, da Central de Cobrança da Vivo. O senhor poderia estar me confirmââândo a data de vencimêêêinto de sua fatura?
Atendi à solicitação. E Leâââândra prosseguiu:
- Senhor Murilo, é que eu estou verificââândo aqui no meu sistema que sua fatura do mês de abril se encontra em aberrrto.
- Sim - concordei - eu tenho direito a um desconto e vocês me enviaram a fatura sem considerar esse abatimento. Liguei, reclamei e vocês ficaram de me enviar uma nova fatura. Mas não chegou...
- Só um momêêêinto, senhor Murilo.
Milagrosamente, vejam vocês, esse momêêêinto foi, de fato, só um momento. E logo Leââândra retornou à ligação:
- Senhor, não há registro dessa sua ligaçããão em nosso sistema...
Aí meu humor passou a fazer companhia às araras azuis e aos micos-leões-dourados: entrou em extinção:
- Leandra, então você pode ouvir a gravação da ligação que eu fiz. Foi há umas duas semanas.
- É que não há registro...
- Olha, vocês não dizem que gravam as ligações sempre que a gente liga praí? Então, tem que ouvir! Porque só gravar não serve de nada! Uma gravação que não é escutada não tem sentido, né?
Pressionada, Leââândra recorreu a saída utilizada por 10 entre 10 operadores de telemarketing em momentos de tensão:
- Só um momêêêinto, senhor Murilo.
Ela foi novamente rápida. Nem botou aquela musiquinha intragável pra eu ouvir.
- Senhor, eu vou estar registrââândo aqui no meu sistema a pendência de envio da fatura com o valor correto pro senhor, com os cinquêêêinta por cêêêinto de desconto. Mas seria interessante que o senhor ligasse novamente pra nossa central para reforçar o pedido...
Aí foi demais pra mim:
- Leandra, você não trabalha na Vivo?
- Sim, senhor.
- E a sua solicitação não basta?
- Senhor, seria interessante que o senhor fizesse a solicitação.
- Sim, eu entendo. Tão interessante que eu já fiz, há 15 dias. E vocês a ignoraram. Olha, eu não vou ligar! O atendimento da Vivo anda péssimo e ninguém consegue ser atendido com menos de 30 minutos de espera. E eu não tenho esse tempo pra fazer de novo uma solicitação que eu já fiz e vocês resolveram desprezar!
Leââândra era educada. Soube me ouvir com tranquilidade. Mas sempre apoiada na técnica do "momento lexotan", achando que ia me acalmar na base das interrupções...
- Eu entendo - ela disse - Só um momêêêinto.
Pra quê tanto momento, gente? Eu acho que esses operadores de telemarketing pedem um momêêêinto, tapam o fone, e fazem a terapia do desabafo! Uma espécie de sessão de descarrego, xingando o cliente com os palavrões mais cabeludos. Depois, tranquilos, eles voltam como se nada houvesse acontecido. Foi exatamente o que Leââândra fez:
- Senhor Murilo, eu fiz o registro.
- Ah, que bom!
Eu já estava achando que o final seria feliz, mas a atendente da Vivo deu o tiro de misericórdia...
- Além desse telefone, o senhor teria algum outro pelo qual poderíamos estar fazêêêindo contato?
- Ãhn? - questionei, sem palavras.
- Um outro número de telefone, senhor Murilo.
Ela não sabia que eu tinha entendido perfeitamente. Só não estava acreditando na pergunta.
- Leandra, eu sou cliente de vocês há 10 anos! Você está me dizendo que o sistema não tem o meu celular?
- É, não consta aqui, senhor.
- Bom, se você não tem meu telefone aí na Central de Cobrança, isso ao menos mostra que eu não sou caloteiro! Anota aí, vai...
Desliguei e ri. Pra não chorar, claro.
Ou melhor, vivo...

29.4.10

Sobre o dia em que gravei uma entrevista com a mestra da boa conversa: Leda Nagle...

A conversa, sobre a história da TV e sobre o Sem Censura, vai ao ar em maio, no Salto para o Futuro
Sou um jornalista formado pela televisão. Embora sempre tenha lido muitos jornais e revistas - e o sempre não é exagero: desde a infância eu cultivo esse hábito - foi da TV que tirei minhas primeiras referências para o jornalismo. Lembro de, muito cedo, ver telejornais e me encantar com a habilidade que aqueles homens e mulheres que apareciam ali tinham para contar tudo o que acontecia. Gostei disso. E foi isso que quis pra mim: ser um contador de histórias.
Uma das figuras que eu observava quando moleque na televisão eu  via no Jornal Hoje. Lembro de assistí-la e de prestar atenção ao seu jeito de conduzir as entrevistas todo sábado. De me surpreender com sua voz grave e com seus cabelos curtos e negros. Era Leda Nagle que, claro, nem sabia que eu existia, mas já me mostrava algo que eu teria muita vontade de fazer no futuro: conversar com as pessoas, extrair delas bons causos, ganhar a confiança para ouvir suas histórias. De um jeito leve, despretensioso, caloroso. Ali, ainda muito menino, eu começava a descobrir os segredos de uma boa entrevista...
Terça-feira, eu tive a oportunidade de conversar longamente com Leda. Gravamos uma entrevista para uma série do Salto sobre a televisão. E, vejam só: agora era eu, o garoto de tempos atrás, a entrevistar a mestra da boa conversa. Batemos um papo sobre as memórias da telespectadora e da profissional que acompanha a TV há muitos anos e que se revelou completamente apaixonada pelo veículo. Generosa e muito carinhosa, Leda dividiu suas histórias comigo e, em breve, nós, do Salto, vamos compartilhá-las com o nosso público.
Ali, enquanto a ouvia e me preocupava com o enquadramento do cinegrafista, com a pegunta que faria depois, achei graça. Achei graça das histórias e dessa vida imprevisível que nos leva a lugares que sequer poderíamos imaginar conhecer. Vida louca, breve, que me tirou do sofá da casa da minha infância e me colocou ao lado de alguém que, ano após ano, se firmou como uma referência profissional.
É sintomático que, em 10 anos de carreira, eu tenha acumulado 10 anos de experiência na TV. Atrás e diante das câmeras. E tenho muito prazer em desempenhar cada uma das funções que me cabem nesse veículo tão fascinante. Da pauta às gravações; da edição dos vídeos à hora de apresentá-los, ao vivo, no programa. É porque na TV, tô em casa. E taí algo que descobri ter em comum com a coleguinha Leda Nagle.
Com certeza...

28.4.10

Eu vi: Palmirinha Onofre no Programa do Jô...

Existem algumas personalidades do mundo da TV que se tornam mitos. Outras, viram cult. Nos dois casos, não há muita explicação: a coisa simplesmente acontece. E foi assim que, há algum tempo, Palmirinha Onofre virou cult. A figura da vózinha simpática, doce, um tanto atrapalhada e dona de um jeito todo peculiar de dar receitas na TV parece ter cativado o público - inclusive o jovem - de um jeito inquestionável. Por isso, entendi perfeitamente a expectativa em torno da entrevista que a cozinheira e apresentadora deu a Jô Soares. Antes mesmo do programa começar, não se falava de outra coisa no Twitter...
1999: Palmirinha no Note & Anote, com
Ana Maria Braga
Pausa para uma recordação: eu vi Palmirinha pela primeira vez quando era adolescente. Estudava de manhã e, muitas vezes, via TV de tarde, com minha mãe. E ela, claro, assistia ao Note & Anote, programa que Ana Maria Braga comandou por muito tempo na Record. Ali, entre panelas, fornos, batedeiras e muita conversa jogada fora, me chamou a atenção aquela senhorinha risonha, chamando Ana de "Aninha" e muito constrangida sempre que algo dava errado nas receitas preparadas ao vivo.
Jô Soares fez uma bela
entrevista com Palmira Onofre
Hoje, foi essa senhora que protagonizou dois blocos do Programa do Jô. Sorridente, Palmirinha contou histórias, deu dicas de culinária, lembrou passagens tristes de sua vida e me fez chorar lembrando muito de alguém muito especial que já se foi. E, mais que me lembrar da minha saudosa vó, Palmirinha me explicou a razão de seu sucesso: além da galhofa que todo mundo adora fazer com os erros e trapalhadas de quem está na TV, essa senhora nascida em Bauru conquistou o público porque é familiar a todos nós. Se para mim ela é a lembrança da minha avó, para outros tantos também é assim. E muitos devem ser os que enxergam nela suas mães, tias, esposas, cunhadas...! Palmirinha é humana, não virou o robô em que muita gente se transforma quando passa a botar a cara na TV. E, por mais sofisticados e tecnológicos que sejamos, ver alguém "de verdade" sempre vai nos emocionar.
Jô soube valorizar a entrevistada e fez um belo trabalho. Aliás, arriscaria até dizer que ele próprio também se emocionou diante de uma conversa tão inocente, leve e doce. Como conversa de vó. Como eram as conversas com a minha vó...

26.4.10

Legendários: sobrou oba-oba e faltou graça no novo programa de Mion...

Responsável pela concepção e pela direção-geral do programa, Marcos Mion esqueceu de se preocupar com a graça...
Vi pouca coisa de Legendários. E por um motivo bem simples: o programa é chato demais! Pretensioso, funciona numa espécie de antítese televisiva: a atração que não atrai...
Depois de tanta balbúrdia, todos esperavam que o elenco montado por Marcos Mion oferecesse algo de realmente novo para o humor televisivo. Mas o ex-VJ tem demonstrado, desde a estreia, que a equipe não foi muito feliz ao bater no liquidificador elementos do Pânico, do CQC e da MTV dos velhos tempos. O resultado é uma gororoba difícil de engolir. E de fazer rir.
Como exemplo, cito um quadro patético no qual uma repórter - caracterizada como uma teenager - tentou fazer graça ao entrevistar os sertanejos Chitãozinho e Xororó. Fazendo perguntas bobocas, evoca uma atmosfera consagrada pela trupe do CQC no quadro do Repórter Inexperiente. Mas sem roçar a graça atingida pelas matérias que lançaram Danilo Gentili na TV.
Outro quadro constrangedor coloca equipes dos Legendários em links, diante da residência de algum envolvido numa polêmica recente. Já teve a tentativa de entregar uma pizza ao ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. E, no último sábado, o circo foi armado diante da casa do técnico da seleção brasileira de futebol, Dunga. O motivo? Uma campanha pela convocação de Neymar. A (tentativa de) gracinha, aliás, despertou a ira do capitão do Tetra, que apelou para a polícia.
Mion gosta de dizer que o time do Legendários acredita que pode mudar o mundo. Pretensão demais. Poderiam começar essa revolução tentando, de fato, fazer o público rir nas noites de sábado. Porque, do jeito que tá, conseguiu superar o Zorra Total. No que tem de pior, claro...

Baixaria nos comentários...

Nesses últimos dias, o B@belturbo recebeu uns comentários pouco lisongeiros num post antigo, contrário à prática de soltar balões. Sem argumentos que expliquem a injustificável e criminosa prática, os autores, escondidos covardemente sob o manto do anonimato, resumiram seu protesto idiota a xingar a mim e aos que condenam a solta de balões.
Uma atitude que explica bem o tipo de gente que está envolvida nesse costume que coloca pessoas, bichos e florestas em risco.
Portanto, caros leitores, desculpem-me pela imundície na caixa de comentários. Optei por não deletá-los. Fica o registro do comportamento dessa estranhe gente que pratica um crime, não aceita críticas e, depois, xinga anonimamente para tentar justificar a prática delitosa como parte de uma "cultura".

24.4.10

Os barracos das nossas estrelas - Nelson Rubens x Adriana Lessa...

Ontem, no fim do programa TV Fama, o fofoqueiro de madeixas acaju anunciou a saída da colega de apresentação, Adriana Lessa. Caprichando nos errrrrrrrres, Nelson Rubens desmanchou-se em elogios à moça. Talvez, uma tentativa de apagar os boatos de que a relação nos bastidores era pra lá de péssima.
Mas, de saída do programa, Adriana Lessa demonstrou que, algumas vezes, desabafar vale mais que aceitar a primeira bandeira branca que se estende diante de um coração amargurado.
Veja só:
Ok, ok, Nelson! Eu aumento, mas não invento! E você podia ter dormido sem essa...

PS.: E Irislene Stefanelli, perdidona ali do lado, repetindo o texto da amiga? Quanto talento, quanto carisma... #NOT

Polêmica em jornal da USP, Milk e Luiz Mott no Programa do Jô: a homofobia está em debate...

Carl Gustav Jung cunhou o conceito de sincronicidade na primeira metade do século passado. O termo foi usado para definir acontecimentos que se relacionam não por mera coincidência e sim pelo significado. Ou seja: quando está em cena um significado igual ou semelhante e não a causalidade.
Ontem, três fatos me levaram a pensar num mesmo tema. E essa tema me levou a escrever esse post. Mais um sobre a homofobia.
Quando um jornal direcionado aos alunos de um curso da maior universidade pública do país incita estudantes a jogar "merda" em "veados" para, assim, ganhar ingressos para uma festa, nota-se que valores como dignidade e respeito estão longe de fazer sentido para essa gente. E estamos chegando ao fim da primeira década do terceiro milênio...
No Programa do Jô, Luiz Mott, um dos fundadores do Grupo Gay da Bahia, falou sobre preconceito, ironizou as novas siglas do Movimento Gay e chamou a atenção para fatos históricos que demonstram que, em outros tempos, ter uma orientação sexual diferente da que se convecionou achar a "padrão" não chocava. Citou a Grécia Antiga e seus deuses. Belos e bissexuais. Citou Freud, para quem todos nós somos bissexuais por natureza. E citou o Big Brother Brasil, em sua décima edição, pelo mérito de ter colocado em discussão em todo o país o conceito de homofobia, bem explicado por Mott como o "racismo contra os gays".
Depois do Jô, mudei a TV para o TC Premium e me deparei com Milk, a voz da igualdade. Um grande filme, que choca por mostrar como, há pouco mais de 30 anos, as sociedades eram intolerantes e cogitavam reprimir os direitos civis de cidadãos homossexuais. Sean Penn faz um grande trabalho ao interpretar Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público nos Estados Unidos, na segunda metade de década de 70. Milk travou uma árdua luta contra grupos cristãos que, sob as mais toscas justificativas, tinham o objetivo de banir os gays da face da Terra.
Quando o filme acabou, foi inevitável associar a história que tinha acabado de conhecer à entrevista de Luiz Mott e ao triste episódio que ocorreu na Faculdade de Farmácia da USP. E foi igualmente inevitável pensar em como permanecemos estaganados, importando-nos com o que cada um faz de seu corpo e de seus desejos, em vez de brigar mais pelo que realmente importa à coletividade.
Afinal: por que será que os homossexuais da USP incomodam tanto ao autor da infeliz frase publicada no jornalzinho da faculdade? Será que ele não devia se importar com as condições da Universidade? Com a aplicabilidade dos conhecimentos que tem desenvolvido em seu curso? Com as condições do mercado de trabalho que deverá recebê-lo em breve? Com os rumos da política nacional? Diante de tanta coisa mais interessante, um sujeito jovem resolve pregar a intolerância, o preconceito e a violência contra gays. Só posso concluir repetindo uma das ótimas frases de Luiz Mott em sua entrevista a Jô Soares: "Todo machão preconceituoso guarda dentro de si uma bicha muito doida!".
Portanto, esse infeliz que conclamou aos colegas a jogarem "merda" nos "veados" devia, sim, começar esfregando "merda" na própria cara. E, depois de se lavar, cair em si e começar a brigar pela sociedade melhor e mais justa que todos queremos. É para isso, aliás, que pagamos os impostos que permitem a um imbecil como ele a oportunidade de estudar, de graça, naquela que é apontada como a melhor universidade do país.

23.4.10

Um Guerreiro a nos inspirar...

E quem não precisa ser guerreiro hoje em dia? Quem não se digladia com dragões no cotidiano? Quem não sente necessidade de se valer da lança numa hora de desespero, de aflição?
Somos todos, independente de crenças, guerreiros. E somos todos guiados pelo maior deles: Jorge.
Salve Jorge! Salve o Santo Guerreiro!

Dica de fotógrafo...

Antes de mais nada, é bom deixar claro que esse não é um post pago. É uma dica, propaganda boca-a-boca, como a gente faz quando está entre amigos.
Alguns dos trabalhos mais bacanas que fiz nesses 10 anos de TV, fiz em parceria com o cinegrafista Marcius Clapp. Um cara jovem, antenado, sagaz e disposto. Um fera das imagens!
Clapp não trabalha mais com a gente, mas segue em frente criando, produzindo e construindo seus sonhos. E uma das suas atuações é como fotógrafo. E essa é a dica: o cara manda muito bem!
Dá só uma olhada nesse vídeo, com o making of de um dos recentes trabalhos do Marcius:

Tá dado o recado! E boa sorte ao Clapp!

Eu vi: Kiko, do Chaves, no palco do Programa do Ratinho...

Ator mexicano esteve no palco do programa caracterizado como o personagem que lhe rendeu projeção internacional...
Vi há pouco o humorista Carlos Villagrán, intérprete do Kiki, no palco do Programa do Ratinho. Aos 66 anos, o ator mexicano fazia todas as caras, bocas e trejeitos do personagem que marcou minha infância. De tempos em tempos, Ratinho exibia VTs com as tradicionais imagens desbotadas do Chaves, um clássico que já caminha para a marca de três décadas ininterruptas na telinha do SBT.
Confesso nem ter prestado muita atenção ao programa. Mas fiquei ali, diante da TV, pensando em como o tempo passa rápido. Reconhecendo imagens de episódios que - de uma forma que eu nem imaginava - ainda permanecem vivos na minha memória. E lamentando o fato de deixarmos de ser crianças tão rapidamente...

22.4.10

Vingança de Figurinista - parte 12

Na verdade, esse post devia integrar uma categoria especial dentro dessa série sobre os desatinos dos figurinistas. Porque, olhando para a imagem abaixo, não dá pra não se questionar sobre o que motivou o oculista de Jô Soares a convencê-lo a usar óculos, digamos, tão...verdes!!!

Ou não???

19.4.10

Da série: "a luz no fim do túnel é um trem vindo pra cá..." 42

Recentemente, Ricky Martin assumiu publicamente sua homossexualidade. E, desde então, a mídia tem dado espaço a uma infinidade de tipos que afirmam terem vivido tórridos romances com o ex-Menudo. Até aí tudo bem: os famosos são vítimas desse tipo de exposição desde que o mundo é mundo.
Maaaas, como tudo o que é ruim sempre pode piorar, hoje a coluna Retratos da Vida, do Extra, publicou uma reportagem - repleta de fotos - sobre um suposto caso que uniu Ricky e um ritmista da bateria da Portela, há mais ou menos 10 anos.
Até aí, morreu Neves. E não, não me refiro a uma fã do astro latino que tenha esse sobrenome. O detalhe sórdido é o sujeito, além de expor a intimidade de uma personalidade pública dessa forma, a troco de nada, ainda  revelar, lá pelas tantas, que até hoje liga de vez em quando para o celular de Ricky Martin. A cobrar!!!
Uêpa!!!
A julgar pelas revelações da reportagem, Ricky Martin escolheu seu parceiro brasileiro a dedo. Podre, claro...

Bethânia e a Balada de Gisberta...

Música boa para começar uma boa semana...
E vamo que vamo!!!

16.4.10

Polêmica: Rio veta "pulseiras do sexo" nas escolas...

Além das pulseiras coloridas, decisão também veta o uso de bonés e de telefones celulares
Li na coluna de ontem do amigo @fernandomolica, Informe do Dia, sobre a decisão da Secretaria Municipal de Educação do Rio de proibir o uso das chamadas "pulseiras do sexo" nas escolas públicas da cidade. O motivo alegado é a sucessão de episódios violentos que, de uma forma ou de outra, aparecem associados ao uso do acessório. Na maior parte dos casos, meninas são violentadas em decorrência de um "jogo" envolvendo as tais pulseiras...
Não duvido da boa vontade dos responsáveis pela medida. E sou a favor de tudo o que pode ser feito para proteger crianças e adolescentes de qualquer tipo de violência. Mas me questiono sobre a eficácia da decisão. Primeiro, por um motivo simples: crianças e jovens podem deixar de usar a pulseira na escola. Mas SÓ na escola. E fora dos muros escolares? Tudo pode acontecer?
Também me pergunto sobre a pertinência de uma proibição. Ela é mesmo adequada? E será que, em alguma medida, esse veto ao uso das pulseiras pode acabar contribuindo para jogar ainda mais luz sobre o polêmico acessório? Sim, estou pensando no velho clichê de que "tudo o que é proibido é mais gostoso".
Não tenho as respostas. Mas creio que as escolas poderiam se unir em torno de discussões sobre essa temática. Sexualidade ainda é um tabu muito forte entre professores, gestores escolares e demais funcionários do corpo escolar. Os pais, por sua vez, também não se mostram - de modo geral - muito simpáticos quando o assunto aparece inserido à prática pedagógica. E, assim, opta-se por um silêncio. Joga-se um manto de invisibilidade sobre algo que desperta a curiosidade de crianças e jovens, como se não houvesse outras fontes nas quais eles pudessem buscar informações. E poucos são os que parecem interessados em discutir a qualidade dessas informações que chegam aos alunos. No geral, falta mediação.
Ao deixar de falar de sexo, a escola - impulsionada pela família - acaba deixando crianças e jovens entregues à própria sorte. E todos acabam vítimas de um jogo de azar que vai muito além das pulseirinhas da discórdia...

Da série: "Versos & versões..." 7

Antes de mais nada, devo assumir aqui uma dívida eterna com o Calcinha Preta. Afinal, meus caros, não fosse o incansável esforço desse grupo em produzir pérolas como essa, convenhamos, essa série de posts perderia parte considerável de sua graça.
Portanto, aumentem o som e curtam "Paparazzi" segundo o Calcinha Preta:
"Eu sou sua maaaaior fã, eu quero só uma foooooto"
Bom demais, não é?
Não, eu sei. Era retórica...

14.4.10

Da série: "a pergunta que não quer calar..." 85

Hoje, depois de suar a camisa na academia, peguei meu carro no estacionamento e, antes de dar a partida, liguei pra minha operadora de telefonia celular. Tinha algumas dúvidas para esclarecer. Completada a ligação, botei o telefone no viva-voz, ganhei as ruas da Lapa e zarpei pra casa.
O primeiro contato com a Vivo é a voz de um homem, gravada, saudando o cliente. Gentil, ele pede que, ao fim da ligação, uma nota seja atribuída ao atendimento prestado, à fim de "aprimorar" os "serviços" da companhia.
Depois do homem, uma música. Repetida à exaustão, duas, três, cinco, sete, infinitas vezes. Uma música irritante que, suponho, só tem razão de ser se seu objetivo for irritar o cliente e fazê-lo desistir do contato. Afinal, sabemos, ninguém liga para empresas prestadoras de serviço para dizer que tudo está correndo às mil maravilhas; quem liga, liga porque tem problemas. Quer se queixar...
Quer, mas nem sempre consegue...
Mas sou paciente. Quer dizer, eu me esforço para ser paciente. E, vejam vocês, depois de 20 minutos ouvindo música, eu fui atendido. Lembram que tinha feito a ligação enquanto deixava a Lapa? Pois bem, caros leitores, só fui atendido quando já estava em Irajá! Pra quem não conhece o Rio de Janeiro, eis a imagem:
O ponto A sinaliza a localização do bairro da Lapa, no Centro da cidade. B indica a posição de Irajá, na Zona Norte. Em azul, o trajeto percorrido entre os dois pontos, enquanto a Vivo deixava sua musiquinha tocar...
Percorridos quase 28km desde o início da ligação, vejam vocês que a atendente que passou a conversar comigo, já diante da minha primeira pergunta, fez o pedido mais indecente que pode ser feito a um sujeito na minha situação. Insensível como ela só, pediu que eu "aguardasse um instantinho". Passados três minutos de musiquinha - A MESMA INSUPORTÁVEL MUSIQUINHA!!! - deixei minha paciência de lado e desliguei. Desisti de reclamar. Fiquei me sentindo um babaca, mas, cansado depois de um dia cheio de atividades, precisava me manter acordado ao volante. E a sinfonia da Vivo, além de irritar, só faz ter vontade de dormir...
Talvez agora você esteja se perguntando: "mas, afinal, cadê a pergunta que não quer calar???!!!"
Pois então...eu guardei a indagação pro fim. Pensem comigo: se a Vivo pede que seus clientes avaliem a qualidade dos atendimentos prestados por telefone com o objetivo de "melhorar seus serviços" e, ainda assim, atende tão mal e porcamente os consumidores que a sustentam, fica a pergunta: será que as notas dadas têm sido tão altas à ponto de nada precisar ser melhorado? Ou será que a "melhoria" é oferecer uma trilha sonora para sufocar os consumidores reclamões?
Fala sério, hein!

Sobre a tragédia das chuvas no Rio, a responsabilidade dos jornalistas e o Profissão Repórter...

Dia desses, Renata Ceribelli escreveu sem seu Twitter que a imprensa tem uma parcela de culpa em tragédias como a do Morro do Bumba. Retuitei a mensagem de Renata por concordar com ela. Vendo as dimensões dessa tragédia anunciada - que sequer são totalmente conhecidas até o momento - eu me pergunto como uma bomba relógio como aquela permaneceu armada, sem que ninguém ouvisse seu ameaçador "tic-tac". Sem que a imprensa percebesse o pavor da história de vida daquelas centenas de pessoas vivendo sobre um lixão.
E fico me perguntando o porquê de tamanho absurdo não ter sido notado. Talvez porque estejamos todos - inclusive a minha classe, a dos jornalistas - insensíveis ao fato de que os pobres, nas periferias das grandes cidades, serem tratados como lixo. E se assim são vistos, passa a ser natural que habitem sobre um lixão.
Talvez as condições de vida no Morro do Bumba jamais tenham sido denunciadas porque a imprensa anda elitista demais, porque as redações estejam repletas de coleguinhas habituados ao mundinho Zona Sul, que sequer sabem as cores e os cheiros da cidade que há depois do túnel.
Talvez aquela triste realidade jamais tenha encontrado o merecido espaço em sites, jornais, revistas e programas de rádio ou TV porque estamos, todos - jornalistas ou não - cada vez mais focados em nossos umbigos...
Uma pena....
Hoje, no fim do Profissão Repórter, Caco Barcellos foi abordado por um morador de uma das comunidades atingidas pelo rastro de destruição e morte deixado pelos temporais da semana passada. Sofrido, o homem pedia "um favor": que Caco voltasse ao local dentro de seis meses, para ver como aquela comunidade estará vivendo. Experiente, o repórter respondeu: "Não é um favor, é nossa obrigação". Concordo com Caco. É mesmo obrigação de todos nós estar em comunidades como aquela; denunciar situações como aquela. E, sobretudo, alertar para que tragédias daquelas proporções jamais se repitam.
No Morro do Bumba, falhamos todos...

11.4.10

Silvio Santos e a carroceria de Ângela Bismarchi...

O Homem do Baú soube no palco da quantidade de procedimentos estéticos que a loira já fez...
Um post reunindo duas daquelas personalidades adoradas aqui no B@belturbo. Sim, meus caros, unidos a nomes como Michael Jackson e Ana Maria Braga, o dono do SBT e Ângela Bismarchi estão no Hall da Fama do blog. E muito me orgulho, inclusive, de ter recebido um autógrafo da loira plastificada, como já contei aqui.
Hoje, Silvio Santos e Ângela Bismarchi surgiram juntos na televisão. Fui avisado do encontro por minha mãe, fiel telespectadora dos programas do Homem do Baú. E logo pude imaginar que a coisa ia render.
Mas foi minha mãe a testemunha de uma daquelas pérolas que a gente adora. Dono de um senso de humor que a cada domingo demonstra desconhecer limites, Silvio fez rir ao ser avisado por um dos assistentes de que Ângela já passou por 43 intervenções estéticas - entre cirurgias plásticas e outros procedimentos mais simples. Surpreso com os, digamos, números da loira, Silvio Santos se saiu com o seguinte desabafo:
- Então você está no programa errado! Devia ir ao Lata Velha, do Luciano Huck, pra acabar de reformar a carroceria!
Pode-se dizer tudo, menos que não faça sentido...

Quem tem medo da vacina contra a Gripe A?

Li em Época que o Ministério da Saúde está preocupado com a baixa adesão popular à campanha de vacinação contra a Influenza H1N1. Até esse fim de semana, foram imunizados apenas pouco mais de 22% do total do público esperado pelos organizadores da campanha.
Tomei a vacina na segunda-feira passada e não tive nenhuma complicação. Há uma certa indisposição, mas algo muito leve, que não me impediu de executar minhas tarefas diárias. O que me espanta é o número de pessoas que se mostram reticentes ou mesmo contrárias à vacinação.
Já ouvi alguns dos boatos mais escabrosos, já ouvi histórias de médicos que estão advertindo seus pacientes para que não tomem a vacina. E, enquanto isso, os índices de contágio voltam a crescer aqui no Brasil, como comprova o trecho da matéria de Época que reproduzo abaixo:
"O número de casos confirmados de gripe suína no país chega a 361 neste ano, com 50 mortes. As mulheres são as principais vítimas da doença: 38 óbitos, sendo 32% de gestantes. O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, com dados até o dia 3 de abril, mostra que a maior parte dos casos está concentrada na região Norte, com 56,2% das infecções. Dos pacientes graves internados, 20% são gestantes."
Portanto, se você ouviu boatos sobre a vacina, esqueça-os. Concentre-se nos fatos. E lembre-se de que, no ano passado, muita gente morreu em decorrência dessa gripe.
Vacine-se!

10.4.10

Sobre a tragédia no Morro do Bumba...

Jorge Roberto da Silveira: incredulidade
na própria negligência?
A expressão do prefeito de Niterói nas entrevistas concedidas depois do desastre no Morro do Bumba é a mais perfeita tradução da incredulidade. Jorge Roberto da Silveira parece não crer na dimensão do próprio erro. Parece não crer que sua omissão pode ter ocasionado a morte de centenas de pessoas. Parece não crer que teve todas as condições para dar dignidade àquelas tantas pessoas e, mesmo assim, não o fez.
Agora, apático, não tem respostas a dar. E, ainda que as tivesse, não faria diferença. Ainda mais depois de assumir ter feitos "melhorias" no Morro do Bumba. Ainda mais depois que uma moradora afirmou à imprensa que os moradores da comunidade pagavam IPTU à administração municipal. Pagavam para morar sobre uma montanha de lixo. Pagavam para o prefeito não dar assistência à comunidade.
Pagaram com a própria vida por uma série de equívocos típicos de quem só se interessa em pisar o chão de comunidades como aquela quando o objetivo é caçar votos.
Fiquei muito triste com tudo o que vi sobre essa tragédia. E hoje, em particular, fiquei muito tocado ao saber que o amigo de uma amiga teve a casa destruída no desmoronamento do Morro do Bumba. A casa não ficava na comunidade, mas foi atingida pela avalanche de terra, lixo e pedra, que arrasou tudo o que encontrou pela frente. Uma tia dele está entre as desaparecidas.
O pingo de esperança veio à tarde: o cachorro de estimação da família foi resgatado, vivo, dos escombros. Torço muito para que essa seja apenas a primeira boa notícia...

9.4.10

SBT põe no ar um mico: Ratinho entrevistando Guilherme de Pádua

Ao contrário do que dizia a tarja colocada no ar pela produção do Programa do Ratinho, Guilherme de Pádua não contou nada...
Antes de mais nada, preciso dizer que não vejo problemas na entrevista. Não seria a primeira e nem a última vez em que um condenado por um crime bárbaro seria entrevistado por uma grande emissora de televisão. E Ratinho lembrou disso, ao citar entrevistas dos canais concorrentes com o Maníaco do Parque, por exemplo. Guilherme de Pádua, julgado, condenado e livre depois de cumprir a pena que lhe foi imposta, portanto, seria apenas mais um.
Questionar a duração do tempo que ele e sua ex-mulher passaram na cadeia é outra coisa...
Mas o que se viu foi um mico. Gigante! Quase um King-Kong! E para os dois! Para Ratinho, o mico se explica porque ele não parecia preparado para entrevistar Guilherme. Habilidoso, o ex-ator disse apenas o que quis. E foram poucos os instantes em que parecia que apresentador e entrevistado estavam falando sobre o mesmo tema, tal o descompasso entre o que Ratinho indagava e o convidado respondia.
Para Guilherme - que justificou a falta de novidades em seu discurso com o medo de ser processado - a entrevista também foi um grande mico. Se ele se diz feliz, se está satisfeito com a vida que leva, se já cumpriu sua pena e, acima de tudo, se sentia medo de contar a "sua versão do crime", que diabos foi fazer na televisão? Mordido pela mosca da vaidade, se expôs de uma forma desnecessária. E ainda ouviu do apresentador, irritado com a modorrenta "entrevista": "Se eu fosse a Glória (Perez), também não perdoava você!".
Um capítulo deprimente na história da televisão brasileira...
Sei não...mas tem pinta de forte concorrente ao Mico do Ano, hein?

PS.: Antes que alguém me critique por "ver" o Ratinho, explico: vi a entrevista online, no YouTube, horas depois de ter sido exibida. E acredito que os profissionais de televisão devem, sim, tomar conhecimento do que se está fazendo por aí. Daí a gostar do que se assiste em ocasiões como essa, são outros quinhentos...

PS2.: Ao contrário do que costumo fazer, optei por não publicar os links para a entrevista. E apenas por um motivo: é ruim demais!

7.4.10

Chuvas no Rio: desabafo de um carioca...

Pai carrega o corpo do filho, uma das vítimas fatais da tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro
Desde terça pela manhã, quando cheguei em casa depois de passar a noite da tempestade na TV, acompanho as notícias sobre a calamidade que se abateu sobre o Rio. Dormi pouco, agitado com tudo o que tinha visto pelo caminho; um rastro de desgraça espalhado pelos quatro cantos da cidade.
Até o momento, são 138 mortos. Número que pode aumentar substancialmente, visto que ainda há muitos desaparecidos e que, há pouco, mais um grande deslizamento de terras atingiu casas em um morro, em Niterói. As primeiras informações colocam ao menos 60 pessoas soterradas.
Toda essa tragédia me deixou muito triste. Lembro especialmente de um motoboy que escapou do desabamento da própria casa por um buraco, mas sem conseguir salvar a mulher e o filho. Lembro da mãe que perdeu os dois filhos. Da mãe que foi resgatada e viu que o filho, deficiente, não teve a mesma sorte. Lembro da história da criança de 8 anos que, prestes a ser resgatada pelos bombeiros, foi coberta por mais escombros, frutos de um novo desabamento. Foi encontrada no dia seguinte, sem vida. Sem falar na expressão de dor do pai que escolhi para publicar sobre esse post. Carregando no colo, pela última vez, o filho...
Vejo toda essa dor e me sinto impotente. Pequeno demais diante de tamanha tragédia. E sinto, meus amigos, muita revolta. Não de Sérgio Cabral, Eduardo Paes ou Lula. Sinto revolta contra toda a sucessão de culpados, que, há décadas, viraram as costas enquanto todo esse cenário assombroso que estamos vendo hoje começou a se desenhar nas encostas dos morros. São esses os culpados pelo caos e pela dor que tantos cidadãos cariocas e fluminenses estão amargando.
E antes que alguém me acuse de defender Lula, Cabral e Eduardo Paes por eventual afinidade política ou eleitoral, advirto: para os três, tomar qualquer atitude diante de um cenário construído ao longo de décadas de permissividade com o uso da terra é muito mais difícil. Como todo problema, esse deveria ter sido atacado na raiz. Mas não foi o que os responsáveis, à época, optaram por fazer. Afinal, uma atitude firme e não-popular não rende votos...
Nessa hora, todos somem. Mas ontem, um desses senhores teve a pachorra de surgir no Twitter para dizer que o volume de chuvas não "justifica" o caos carioca. Fui obrigado a respondê-lo que, talvez não justifique. E que, talvez, tenha faltado dinheiro. E que, ainda talvez, esse dinheiro tenha sido gasto por ele numa obra faraônica chamada Cidade da Música.
Fosse esse um país sério, gente desse tipo estaria banida da vida pública. Afinal, sobre a tal Cidade da Música, que ele inaugurou sem sequer estar pronta - como ainda não está - pairam grandes suspeitas de irregularidades.
Fosse esse um país sério - e fosse nossa gente consciente de suas responsabilidades - gente dessa laia jamais seria eleita em qualquer tipo de pleito. Pelo simples fato de carregar, na testa, o rótulo de co-responsável por uma tragédia de tamanhas proporções em nossa tão amada Cidade Maravilhosa...

Da série: "agora a coisa vai!!!" 15

Hoje cedo, no Mais Você, Ana Maria Braga comentava os estragos da chuva no Rio de Janeiro. E, num momento de plena inspiração poética, a Loira observou as águas que corriam do lado de fora de sua casa de vidro e cravou a seguinte pérola:
- A água é mesmo um bicho lindo!!!
Uma bela frase pra começar o dia, não?
Mas...água? Bicho???!!!
Melhor não discutir. Afinal, pra quem não sabe, lá vai a bomba: Ana Maria Braga é bióloga!
 
PS.: A antológica frase da apresentadora - e o contexto em que ela foi dita - chegaram à mim via MSN. Roberto, valeu pela dica! :)

6.4.10

Os barracos das nossas estrelas - Netinho x Dr. Marcelo...

O cantor baiano Netinho concedeu uma entrevista à última edição do Fantástico. O objetivo da matéria era repercutir o fato de outro cantor, Ricky Martin, ter assumido sua homossexualidade na semana passada. E a partir daí, estabelecer um paralelo com a sexualidade de Netinho, que já declarou ter vivido relações com pessoas do mesmo sexo.
A matéria foi ao ar. Netinho falou pouco na edição. E criticou, em seu Twitter, o que viu no ar:
Além de se queixar no microblog, Netinho publicou um texto sobre o assunto em seu blog pessoal, e difundiu o link entre seus seguidores. E como os pios emitidos no Twitter ecoam, o comentário do cantor baiano caiu na timeline de Marcelo Arantes, que ficou conhecido como Dr. Marcelo, numa das edições do Big Brother Brasil. E Marcelo, que é Psicólogo, mostrou também ser doutor em deboche:

O comentário do ex-BBB desagradou o cantor, que fez uso da réplica:
Foi a deixa para que Marcelo Arantes seguisse em frente:
Marcelo encerrou a série de tweets com uma típica cyber-gargalhada. E Netinho não voltou a discutir com o ex-BBB.
E você, o que acha dessa história:

a) Netinho tem razão, a matéria foi mesmo uma bobagem;
b) Dr. Marcelo tem razão, Netinho pirou na batatinha ao reclamar da matéria;
c) Ninguém tem razão. E nem o blogueiro, que colocou os dois numa série de posts que enumera barracos vividos por ESTRELAS.

Comentaê!!!

Inusitadas companhias numa noite de cativeiro na TV...

Estávamos eu e Thiago Lage na ilha, editando reportagens do Salto nessa madrugada chuvosa quando, de repente, avisto um animal cruzando os corredores da TV Brasil, bem perto da redação do jornalismo. E não se tratava de nenhum foca - apelido dado aos repórteres novatos na profissão. Saquei o celular, segui o bichano e fiz a foto:
Esses olhos brilhantes são efeito do flash. Apesar da vibe maligna, o bichinho era simpático...
Morri de rir da companhia inusitada nessa noite de infortúnio. Segui o felino e, no meio da redação, avistei outros dois gatunos. Miando sem parar, coitados. Solidário, larguei-os pra lá: afinal, eles são tão vítimas do fenômeno de oceanização da Lapa quanto eu...

Chuva deixa o Rio submerso...

Cena carioca: cidadãos diante do caos em mais um dia de chuva forte no Rio de Janeiro...
Passa das três da manhã dessa terça-feira. E continuo na TV. E não é o fato de estar na ilha de edição que faz de mim, nessa madrugada, um cidadão ilhado: fui mais uma das milhares de vítimas do temporal que castigou a Cidade Maravilhosa nessa segunda-feira, em pleno horário do rush.
A chuva foi tão intensa que fiquei preso com colegas de trabalho no café em frente à emissora. Quase uma hora se passou até que pudéssemos atravessar a rua e voltar ao trabalho. Era o começo da noite. E aquela foi apenas a primeira pancada de chuva a cair sobre a cidade.
O dilúvio foi tão intenso sobre a Lapa que eu e dezenas de companheiros permanecemos presos na sede da TV Brasil por toda a noite. E, ao que parece, assim será por toda a madrugada. Neste momento, a Avenida Gomes Freire é a imagem de um rio: sacos de lixo boiando, correnteza, água suja. E nem sinal de que o sistema de esgoto será capaz de escoar esse aguaceiro tão cedo. Pelas demais localidades da cidade, o trânsito segue interrompido, pessoas abandonam seus carros, veículos são arrastados pela correnteza, bombeiros fazem resgates marítimos em vias públicas e encostas desmoronam. Infelizmente, já há mortes confirmadas depois do temporal.
O que dizer diante desse caos? Apenas que, uma vez mais, os governantes deviam se envergonhar de suas obras faraônicas que estão longe de servir aos cidadãos. Será que o cenário seria o mesmo se o dinheiro da Cidade da Música tivesse sido empregado na reforma do sistema de esgotos do Centro? Será que estaríamos novamente reféns das águas se a atual prefeitura trabalhasse para resolver esse problema em vez de tentar criar um parque para pedestres numa das principais vias do Centro da cidade, a Rio Branco? Será que nenhum gestor pensa em resolver esse problema que se repete há tantas e tantas chuvas na Lapa, na Praça da Bandeira, na Tijuca, na Lagoa...nos quatro cantos da cidade?
Três perguntas e uma só resposta: não!
A justificativa? Ao que parece, nossos homens públicos confirmam a teoria de que obras de saneamento não são prioritárias. Afinal, canos e tubulações passam sob a terra, ninguém vê. E, assim, fica difícil contabilizar votos por tais "invisíveis" realizações...
Uma vergonha!!!

4.4.10

Sobre as séries do B@belturbo...

Nesses quase cinco anos, algumas linhas temáticas de posts se tornaram tão recorrentes aqui no B@belturbo que acabaram por dar origem a séries do blog. Hoje, contando, vi que são sete oito:
- Crise de Riso?
- Os barracos das nossas estrelas
- Vingaça de Figurinista
- Mico do Ano
- A pergunta que não quer calar
- A luz no fim do túnel é um trem vindo pra cá
- Versos & Versões
- Agora a coisa vai
Ok, novidade nenhuma até aqui. Mas a boa nova é que, a partir de agora, todas as séries têm links específicos, listados no menu do blog, ali do lado direito. Cada uma com sua própria logomarca e com uma breve descrição do conteúdo. Um jeito fácil de organizar essa bagunça e de ajudar aos que, eventualmente, tiverem vontade de ler de novo.
E nem precisa dizer que suas sugestões são sempre bem-vindas, né? Nos comentários ou na HotLine.
E vamo que vamo!!!

UPDATE: No post original, tinha esquecido, vejam vocês, da série mais acessada no blog: Os barracos das nossas estrelas. A falha já foi reparada e o respectivo ícone devidamente acrescentado ao menu.

Olhar caribenho...

Os pés apressados levantam poeira da terra seca. Chão batido, seco. Árido como o coração daquele corredor desesperado. Ansioso para ver novamente aqueles olhos caribenhos, pintados com o mais puro verde que pode haver.
E por que corre o rapaz?
Corre para mergulhar de novo naquele amor, para encher daquele perfume os pulmões, para tocar aquelas mãos macias e provar uma vez mais o gosto daquela boca; mistura perfeita de inocência e devassidão. Boca-convite ao mais puro dos beijos e aos mais insólitos delírios de prazer.
Corre desembestado, qual boiada solta no pasto verde sem comando. Corre desesperado, na ânsia de deixar para trás, imerso na poeira, um passado de solidão e angústia.
Corre para um amor que nem sabe ao certo onde está. Mas segue na corrida pensando que, se possível fosse escolher, seria bom demais viver mais um amor em que pudesse mergulhar num olhar translúcido, sincero, puro e belo. Como aquele olhar de tons caribenhos...

3.4.10

Sobre Chico Xavier - O filme...

Filme que conta a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos promete se tornar um campeão de bilheteria...
Conferi o novo longa de Daniel Filho na noite de ontem, dia de estreia da produção nos cinemas de todo o país. E pelo que vi - dentro e fora da sala de exibição - vem aí mais um grande sucesso para a griffe do diretor que está envolvido com algumas das maiores bilheteriais de filmes nacionais desde a chamada retomada do cinema. As salas abarrotadas, os ingressos esgotados com três horas de antecedência e muita, muita procura por tudo o que está relacionado ao filme demonstram que Daniel Filho, definitivamente, foi feliz ao levar para a telona a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos.
O roteiro é costurado a partir de participações de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. As respostas do entrevistado dão a largada para que sejam contadas na telona passagens da vida do médium mineiro, como a infância sofrida e o início do contato com seu guia espiritual, Emmanuel. O recurso não é original, mas não compromete o desenvolvimento da história.
Enquanto Chico Xavier conta suas histórias e fala de sua doutrina, o público se vê representado no personagem de Tony Ramos. Diretor de TV do programa que tem o médium como convidado, ele é um ateu às voltas com um drama familiar que vai testar sua capacidade de crer. O mesmo teste que, de forma bem sutil, é colocado diante de quem entra no cinema disposto a duvidar de Chico Xavier.
O elenco é estelar. Tony Ramos faz um trabalho brilhante e a cena em que seu personagem muda de postura é primorosa. Cristiane Torloni também faz uma bela participação e emociona, sobretudo, ao confrontar a personagem de Cassia Kiss - esta, em um pequeno e comovente papel.
A missão de dar vida ao protagonista foi encarada por dois grandes atores. Ângelo Antônio e Nelson Xavier. Nelson se vale de uma impressionante semelhança com o médium em sua fase madura, fato que contribui para que seu desempenho seja convincente. Mas é Ângelo Antônio que consegue a façanha de personificar Chico Xavier em sua fase mais jovem, emprestando expressões, posturas e uma docilidade ao personagem, numa fase em que ele ainda não era tão conhecido do grande público. O Chico Xavier de Ângelo Antônio "explica" o Chico mais velho, interpretado por Nelson Xavier.
Emmanuel, o guia espiritual que acompanhou o médio brasileiro por toda a vida, é interpretado por André Dias. Irônico, questionador e firme com o médium, o espírito de luz arranca risadas e faz pensar. Bem em mais esse personagem, André se destaca. E o mesmo acontece com Charles Fricks, que dá vida ao jornalista David Nasser. Quando Chico Xavier já era nacionalmente conhecido, o repórter empreendeu uma reportagem de denúncia. Surge na tela quase como um vilão. Mas não teve grande sucesso em sua empreitada...
Chico Xavier - O filme faz pensar. Faz sentir. E faz admirar a bela história de vida desse brasileiro que nasceu e morreu na simplicidade, sem jamais tirar proveito do dom divino, dividido com milhares de irmãos de fé.
Ter ido ao cinema ontem , dia 2 de abril de 2010, foi uma bela forma de celebrar esse homem de fé, no dia em que seu primeiro centenário foi lembrado. 
Recomendo!