Um dia, caminhei tanto que acabei por me perder em minha própria caminhada. Sem norte, sem sorte, me afastei de tudo o que sou para tentar sê-lo de outro jeito. Como quem passa um tempo carregando um piano para um concerto fadado ao fracasso, insisti nesse caminho bem pouco, felizmente.
Quando me livrei do peso do piano, tempos depois, a experiência me fez lembrar de qual é o meu rumo. Livre, leve, solto; experimentando concertos mais harmônicos, alguns bem sucedidos, outros, menos. Mas, ao contrário do som que tirei do velho piano, agora me aventuro por melodias mais alegres, festivas; que deixam apenas boas lembranças mesmo quando as cortinas se fecham.
Aí que mora a beleza da maturidade: aprender! Aprender sobre todos e todas as coisas. Aprender a pensar (muito) antes de agir. E a saber que mesmo os belos pianos são capazes de notas desafinadas, melodias desagradáveis e sons inoportunos.
Sem falar que, depois de carregá-los, é complicado se livrar deles...
* Sim, você já ouviu esse título em algum lugar. Ele é parte da canção "Desafinado", do mestre João Gilberto.
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