Disco novo de Maria Bethânia é bom, mas destoa um bocado da grandiosidade do espetáculo que lhe serviu de matriz...
Um disco de Maria Bethânia é sempre um disco de Maria Bethânia. E isso quer dizer requinte na produção, repertório bem escolhido, belos arranjos e interpretações marcantes para canções e textos. "Dentro do mar tem rio - ao vivo" não foge à regra. Mas, ainda que seja fã da cantora, não posso deixar de notar que há algo estranho nesse disco. Pareceu-me um pouco frio para um disco ao vivo, registrado num show tão arrebatador quanto o que origina este álbum. Digo isso porque assisti ao espetáculo em duas ocasiões e, em ambas, notei uma platéia muito mais efervescente do que a que aparece nas faixas desse cd duplo. E mesmo quando o coro se empolga, surge num volume baixo, como se nota em "Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite".
Também não dá pra não notar que a voz de Bethânia parece não ter sido "retocada" digitalmente. O que está no disco é a alma da intérprete, inclusive com pontuais falhas e com a total supressão dos agudos tão festejados nas gravações originais de músicas como "A dona do Raio e do Vento".
Ponto positivo: a inclusão do festivo bis que agrega "A-la-la-ô", "Chiquita Bacana", "Chuva, suor e cerveja", "Água lava tudo" e "Frevo Molhado". Divertido! Sem falar na já antológica interpretação do texto "Ultimatum", sempre arrancando efusivos aplausos da platéia.
Agora é esperar o Dvd, que deve ser gravado no próximo final de semana, em São Paulo. Tomara que o vídeo retrate melhor todo o esplendor desse grande espetáculo. E que a platéia da Terra da Garoa se anime mais...
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