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Mas houve também coisas boas. As seqüências de tribunal foram muito boas - com destaque
para Eva Wilma, sempre arrebentando! Renata Sorrah mostrou que, quando lhe dão chance, sabe ser uma atriz ímpar. Regina Duarte viveu seu melhor momento em toda a novela - e, pra mim, essa foi
uma novela muito ruim pra ela. Sem grandes afetações, sem revirar os olhinhos e o pescoço, a Helena da vez soube dar o tom de angústia, alegria e alívio ao presenciar as audiências que poderiam afastá-la de sua filha. Aliás, a melhor cena do capítulo, na minha opinião, reuniu Regina, Marcos Caruso e Tiago Rodrigues. Após o julgamento - no qual o rapaz perdeu a guarda dos dois filhos - Regina se aproximou para cumprimentá-lo e selar a paz. Caruso fez o mesmo, numa cena cheia de subjetividades. Ali, os mais velhos quebram o gelo e dão o tapa de pelica no mais moço, até então, cheio de empáfia e querendo se mostrar o dono da razão. E os três atores acertaram no tom.
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Lília Cabral pirada foi fantástico! Um prêmio para a atriz que roubou a novela. A seqüência em que Marta fala sozinha e quase cai da varanda do apartamento encerrou com chave de ouro a brilhante interpretação de Lília.
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No mais, aquela cafonalha do Jayme Monjardim, enfeiando a paisagem do Rio com tantos efeitos na coloração. Cafonalha que também foi notada no encerramento da trama, com aquelas páginas meio esquisitinhas nas quais apareciam os desfechos dos personagens - muitas páginas, já que o autor resolveu esquecer de tante gente, e se relembrar só no final.
Agora, embora comovente - pelo desempenho do Marcos Caruso - achei muito dispensável
aquelas cenas de Alex, Helena, Francisco, Clara e o fantasma de Nanda no Jardim Botânico. Primeiro, porque demonstraram uma total falta de criatividade: o mesmo local foi usado no desfecho de "Por Amor", outra novela do Manoel Carlos. Segundo porque aquela cena de ciranda em volta da "moça bonita" ficou de matar! Até o Kardec deve ter se espantado...! Era tanta interação com a mocinha do além que um companheiro de trabalho imaginou um desfecho mais verossímil: "Já sei! Estão todos mortos! Alex, Helena e as crianças morreram num acidente de carro a caminho do Jardim Botânico! Agora eles estão felizes porque reencontraram a Nanda".
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Bela aposta, né?
Bom, achei a novela ruim, mas recheada de belos momentos protagonizados pelos vários tipos de talentos que o autor e o diretor souberam recrutar.
Um comentário:
Murilo,
Compartilho com você a leitura da psicóloga Rosely Saião sobre a novela "Páginas da Vida".
http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2007-02-25_2007-03-03.html
Não acompanhei a novela, portanto não posso opinar.
Beijos
Lu
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