Na madrugada de sábado, eu e alguns amigos pegamos um táxi. Ok, essa frase não fez as bolsas despencarem e nem elevou a cotação do dólar. Assumo: o fato é corriqueiro e não muda a vida de ninguém. Mas segure a ansiedade, leitor: a história vai deslanchar no parágrafo seguinte!
Enquanto o motorista nos levava ao destino em silêncio - fato cada vez mais raro entre taxistas cariocas - um dos meus amigos relatava um desagradável episódio amoroso. Um barraco daqueles! Todos estávamos espantados com o teor da história quando, parecendo despertar de um sono profundo, o taxista disparou:
- A inveja é uma merda!!!
Levei um susto! Primeiro, porque nada havia na história que pudesse levar alguém à conclusão do nosso condutor. E, segundo, pela falta de sutileza do camarada ao se meter na conversa alheia. Mas o pior ainda estava por vir...
- A pessoa quando tem inveja faz de tudo pra te colocar pra baixo, meu amigo. Eu, por exemplo, tô passando por isso agora que eu sou candidato a deputado federal!!!
Aí, turma, o meu interesse pela desilusão amorosa do meu amigo foi pro espaço! O taxista-candidato virou o personagem da noite! E, na hora, saquei a estratégia de campanha do sujeito: aproveitar as brechas nos papos dos passageiros do táxi para, como quem não quer nada, contar que é candidato nas eleições de outubro.
Dei linha na pipa e ouvi o candidato com prazer. O cara é realmente simpático e tem uma história de vida interessante. Espera se eleger porque o partido tem um ex-BBB em campanha, o que pode aumentar as chances de fortalecimento da legenda, e, assim, fazer subir o número de cadeiras conquistadas na Câmara. Falamos da velocidade com que o tempo tem passado e, no fim do papo, ele distribuiu um cartãozinho de visitas e me disse:
- Você tem orkut? Me adiciona lá! Independente da eleição, quero mais é fazer amigos!!!
Na boca de qualquer outra pessoa pareceria picaretagem. Mas, vejam vocês, o taxista-candidato me pareceu realmente sincero...
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