17.11.10

Do tamanho que damos aos obstáculos...

E a terra abriu sob os pés cansados da caminhada. Avistou a rachadura que revelava uma profunda escuridão lá embaixo. Mergulhar no breu não seria exatamente uma novidade, mas estava ciente de que a experiência não aliviaria os percalços daquela nova incursão.
Fechou os olhos e se viu novamente no meio daquele caos, tristeza dominando seus pensamentos, sofrimento pautando suas ações. Era como ver um filme repetido...
Então, abriu os olhos. Mirou o céu e viu que a luz estava lá. Voltou a olhar para o chão e, abrindo bem as pernas, atravessou a negra rachadura que dividia o solo e chegou ao outro lado. Sorriu. É bem verdade, sorriu sem alegria. Era apenas um riso desencadeado pela nítida sensação de evolução. O riso da experiência...
E pensou que os obstáculos sempre existirão. E que o determinante, no entanto, é o tamanho que escolhemos dar a eles. Dar a um obstáculo dimensão maior que a que ele de fato tem é o primeiro passo para não conseguir superá-lo.
Encheu os pulmões de ar e seguiu caminhando...

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