Filmes de terror que apelam para as histórias de possessão estão longe de parecer novidade. O título mais bem sucedido do gênero, "O Exorcista", foi produzido há 37 anos e foi o responsável por forjar no imaginário do público um tipo muito específico de terror.
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À exceção da parte relacionada a intrigar nossa mente, não encontrei nada disso na produção que estreou na última sexta-feira...
"O último exorcismo" usa uma metalinguagem: é um filme que narra o processo de produção de um documentário. A sacada é muito boa e, logo nos primeiros minutos, o espectador já é fisgado pelo protagonista, um pastor de caráter duvidoso que revela usar métodos pouco ortodoxos para faturar. E que resolve produzir um documentário para denunciar a prática do exorcismo - segundo ele, uma grade farsa. São momentos que rendem risadas e fazem pensar em como a ficção pode se prestar a denunciar realidades que parecem cristalizadas, encaradas com uma normalidade cômoda. E covarde. Um acerto.
Mas quando começa o que deveria ser terror, "O último exorcismo" se revela, quando muito, um filme de mistério. A ponto de não dar ao espectador, por boa parte da projeção, uma certeza sequer sobre a existência, ou não, de um caso de possessão demoníaca na história. Depois, quando essa certeza parece vir, novas dúvidas são lançadas: afinal, quem o demônio assombra?
Não me senti jogando dinheiro fora. Pelo menos, não antes de ver o fim do filme. Paro por aqui, pra não cometer a picaretagem de postar um spoiler. Mas, de fato: não recomendo. Quando muito, digo para deixarem a TV exibir. O fim (?) da história me fez crer que não vale o dinheiro do ingresso...
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